Título: Girl on Fire
Artista: Alicia Keys
Gravadora: RCA Victor / Sony Music
Cotação: * * * 1/2
Há longa distância entre o álbum que revelou Alicia Keys no universo pop, Songs in A Minor (2001), e este Girl on Fire, quinto álbum de estúdio da cantora, compositora e pianista norte-americana de soul & r b. Ao longo desses onze anos, Keys se rendeu progressivamente à fórmula pop do mercado comum da música mas sem chegar a vender sua alma aos por vezes diabólicos executivos da indústria do disco. Girl on Fire flagra uma Alicia Keys inflamada - sobretudo no explosivo dueto com a desbocada rapper Nicki Minaj na faixa-título Girl on Fire, de fogo e tons altos - mas sem anular a essência de sua música. Alocado na abertura do disco, De Novo Adagio é intro que lembra a formação clássica da pianista. Gravada em dueto com Maxwell, a sensual balada Fire We Make alimenta a chama sem sair do universo soul / r & b no qual Keys transita com habilidade. Na seara das baladas, aliás, o destaque absoluto é Brand New Me, parceria da compositora com a escocesa Emeli Sandé. A bela evocação dos sons da Motown nos anos 60 - feita em Tears Always Win, faixa assinada pela artista com Bruno Mars - também valoriza álbum que, por mais que acena aqui e acolá para o mercado, parece pautado por emoções reais, detectadas em Not Even The King, outra parceria de Keys com Sandé, e nos versos de When It's All Over, tema no qual a cantora faz - ao som eletrônico indie do produtor inglês Jamie Smith, também conhecido por Jamie xx - o inventário emocional de relação que chega ao fim. A imersão no r & b eletrônico dá o tom de Listen to Your Heart enquanto Limitedless joga Keys na praia do pop reggae eletrônico. Já a balada That's When I Knew se diferencia por ser calcada no violão e não no piano que habitualmente sustenta e harmoniza a música da artista. Mais para o fim, One Thing conecta Keys a Frank Ocean enquanto 101 (mais uma salutar parceria da compositora com Emeli Sandé) corrobora que, sim, a alma inflamada de Alicia Keys está preservada, sem arder no inferno do mercado fonográfico, ainda que Girl on Fire não seja o melhor álbum da (coesa) discografia da artista.
8 comentários:
Há longa distância entre o álbum que revelou Alicia Keys no universo pop, Songs in A Minor (2001), e este Girl on Fire, quinto álbum de estúdio da cantora, compositora e pianista norte-americana de soul & r b. Ao longo desses onze anos, Keys se rendeu progressivamente à fórmula pop do mercado comum da música mas sem chegar a vender sua alma aos por vezes diabólicos executivos da indústria do disco. Girl on Fire flagra uma Alicia inflamada - sobretudo no explosivo dueto com a desbocada rapper Nicki Minaj na faixa-título Girl on Fire, de fogo e tons altos - mas sem anular a essência de sua música. Alocado na abertura do disco, De Novo Adagio é intro que lembra a formação clássica da pianista. Gravada em dueto com Maxwell, a sensual balada Fire We Make alimenta a chama sem sair do universo soul / r & b no qual Keys transita com habilidade. Na seara das baladas, aliás, o destaque absoluto é Brand New Me, parceria da compositora com a escocesa Emeli Sandé. A bela evocação dos sons da Motown nos anos 60 - feita em Tears Always Win, faixa assinada pela artista com Bruno Mars - também valoriza álbum que, por mais que acena aqui e acolá para o mercado, parece pautado por emoções reais, detectadas em Not Even The King, outra parceria de Keys com Sandé, e nos versos de When It's All Over, tema no qual a cantora faz - ao som eletrônico indie do produtor inglês Jamie Smith, também conhecido por Jamie xx - o inventário emocional de relação que chega ao fim. A imersão no r & b eletrônico dá o tom de Listen to Your Heart enquanto Limitedless joga Keys na praia do pop reggae eletrônico. Já a balada That's When I Knew se diferencia por ser calcada no violão e não no piano que habitualmente sustenta e harmoniza a música da artista. Mais para o fim, One Thing conecta Keys a Frank Ocean enquanto 101 (mais uma salutar parceria da compositora com Emeli Sandé) corrobora que, sim, a alma inflamada de Alicia Keys está preservada, sem arder no inferno do mercado fonográfico, ainda que Girl on Fire não seja o melhor álbum da (coesa) discografia da artista.
Vou ouvir, adoro a voz da Alicia e suas músicas.
Uma mulher bonita que não vende a alma fica mais gata ainda.
o melhor disco dela é o Diary of Alicia Keys
Achei o álbum PÉSSIMO. Só se salva o primeiro single, que é fantástico. E o ponto fraco do album é justamente o oposto do foco da resenha do Mauro, achei pouco pop, pouco radiofonico, refroes fracos, melodias q não grudam. Não me atraiu, não me agrada esse r&b e soul insosso das antigas (presente também no álbum 4 da Beyoncé). Só Adele e Emeli Sandé conseguem resgatar esse estilo com maestria, dando ar moderno sem perder a classe.
Daniel, vc tem razão na sua ponderação. Quando falo em rendição pop, falo de forma geral ao longo da carreira dela. Não especificamente deste álbum que flerta com o pop sem anular o lado retrô dela. Mudei o título da resenha para deixar isso claro. Abs, MauroF
Concordando em parte com Daniel, acredito que esse rumo que a carreira de Alicia vem tomando, é bem interessante, mas infelizmente a qualidade adquirida nos dois útimos cds não foi impressa nesse disco que era por mim tão aguardado. Faltou alguma música (mesmo que não tenha estilo radiofônico) que tenha a ALMA da Alicia, como I need you ou Un-thinkable. Girl on fire e Tears always wins são as melhores do (fraco) disco.
Mauro, agora entendi seu ponto, ficou ótimo com o novo título, coerente com a resenha. Não curti o álbum porque como mencionei o estilo musical nao me agrada, mas reconheço que há qualidade. Legal o fato d vc estar sempre atento aos comentários. Abs ;)
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