Mauro Ferreira no G1

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quinta-feira, 13 de dezembro de 2012

Inflamada, Keys une Minaj e r & b retrô em 'Girl on Fire' sem perder alma

Resenha de CD
Título: Girl on Fire
Artista: Alicia Keys
Gravadora: RCA Victor / Sony Music
Cotação: * * * 1/2

Há longa distância entre o álbum que revelou Alicia Keys no universo pop, Songs in A Minor (2001), e este Girl on Fire,  quinto álbum de estúdio da cantora, compositora e pianista norte-americana de soul & r b. Ao longo desses onze anos, Keys se rendeu progressivamente à fórmula pop do mercado comum da música mas sem chegar a vender sua alma aos por vezes diabólicos executivos da indústria do disco. Girl on Fire flagra uma Alicia Keys inflamada - sobretudo no explosivo dueto com a desbocada rapper Nicki Minaj na faixa-título Girl on Fire, de fogo e tons altos - mas sem anular a essência de sua música. Alocado na abertura do disco, De Novo Adagio é intro que lembra a formação clássica da pianista. Gravada em dueto com Maxwell, a sensual balada Fire We Make alimenta a chama sem sair do universo soul / r & b no qual Keys transita com habilidade. Na seara das baladas, aliás, o destaque absoluto é Brand New Me, parceria da compositora com a escocesa Emeli Sandé. A bela evocação dos sons da Motown nos anos 60 - feita em Tears Always Win, faixa assinada pela artista com Bruno Mars - também valoriza álbum que, por mais que acena aqui e acolá para o mercado, parece pautado por emoções reais, detectadas em Not Even The King, outra parceria de Keys com Sandé, e nos versos de When It's All Over, tema no qual a cantora faz - ao som eletrônico indie do produtor inglês Jamie Smith, também conhecido por Jamie xx - o inventário emocional de relação que chega ao fim. A imersão no r & b eletrônico dá o tom de Listen to Your Heart enquanto Limitedless joga Keys na praia do pop reggae eletrônico. Já a balada That's When I Knew se diferencia por ser calcada no violão e não no piano que habitualmente sustenta e harmoniza a música da artista. Mais para o fim, One Thing conecta Keys a Frank Ocean enquanto 101 (mais uma salutar parceria da compositora com Emeli Sandé) corrobora que, sim, a alma inflamada de Alicia Keys está preservada, sem arder no inferno do mercado fonográfico, ainda que Girl on Fire não seja o melhor álbum da (coesa) discografia da artista.

8 comentários:

Mauro Ferreira disse...

Há longa distância entre o álbum que revelou Alicia Keys no universo pop, Songs in A Minor (2001), e este Girl on Fire, quinto álbum de estúdio da cantora, compositora e pianista norte-americana de soul & r b. Ao longo desses onze anos, Keys se rendeu progressivamente à fórmula pop do mercado comum da música mas sem chegar a vender sua alma aos por vezes diabólicos executivos da indústria do disco. Girl on Fire flagra uma Alicia inflamada - sobretudo no explosivo dueto com a desbocada rapper Nicki Minaj na faixa-título Girl on Fire, de fogo e tons altos - mas sem anular a essência de sua música. Alocado na abertura do disco, De Novo Adagio é intro que lembra a formação clássica da pianista. Gravada em dueto com Maxwell, a sensual balada Fire We Make alimenta a chama sem sair do universo soul / r & b no qual Keys transita com habilidade. Na seara das baladas, aliás, o destaque absoluto é Brand New Me, parceria da compositora com a escocesa Emeli Sandé. A bela evocação dos sons da Motown nos anos 60 - feita em Tears Always Win, faixa assinada pela artista com Bruno Mars - também valoriza álbum que, por mais que acena aqui e acolá para o mercado, parece pautado por emoções reais, detectadas em Not Even The King, outra parceria de Keys com Sandé, e nos versos de When It's All Over, tema no qual a cantora faz - ao som eletrônico indie do produtor inglês Jamie Smith, também conhecido por Jamie xx - o inventário emocional de relação que chega ao fim. A imersão no r & b eletrônico dá o tom de Listen to Your Heart enquanto Limitedless joga Keys na praia do pop reggae eletrônico. Já a balada That's When I Knew se diferencia por ser calcada no violão e não no piano que habitualmente sustenta e harmoniza a música da artista. Mais para o fim, One Thing conecta Keys a Frank Ocean enquanto 101 (mais uma salutar parceria da compositora com Emeli Sandé) corrobora que, sim, a alma inflamada de Alicia Keys está preservada, sem arder no inferno do mercado fonográfico, ainda que Girl on Fire não seja o melhor álbum da (coesa) discografia da artista.

Maria disse...

Vou ouvir, adoro a voz da Alicia e suas músicas.

Anônimo disse...

Uma mulher bonita que não vende a alma fica mais gata ainda.

Luca disse...

o melhor disco dela é o Diary of Alicia Keys

Daniel disse...

Achei o álbum PÉSSIMO. Só se salva o primeiro single, que é fantástico. E o ponto fraco do album é justamente o oposto do foco da resenha do Mauro, achei pouco pop, pouco radiofonico, refroes fracos, melodias q não grudam. Não me atraiu, não me agrada esse r&b e soul insosso das antigas (presente também no álbum 4 da Beyoncé). Só Adele e Emeli Sandé conseguem resgatar esse estilo com maestria, dando ar moderno sem perder a classe.

Mauro Ferreira disse...

Daniel, vc tem razão na sua ponderação. Quando falo em rendição pop, falo de forma geral ao longo da carreira dela. Não especificamente deste álbum que flerta com o pop sem anular o lado retrô dela. Mudei o título da resenha para deixar isso claro. Abs, MauroF

Unknown disse...

Concordando em parte com Daniel, acredito que esse rumo que a carreira de Alicia vem tomando, é bem interessante, mas infelizmente a qualidade adquirida nos dois útimos cds não foi impressa nesse disco que era por mim tão aguardado. Faltou alguma música (mesmo que não tenha estilo radiofônico) que tenha a ALMA da Alicia, como I need you ou Un-thinkable. Girl on fire e Tears always wins são as melhores do (fraco) disco.

Daniel disse...

Mauro, agora entendi seu ponto, ficou ótimo com o novo título, coerente com a resenha. Não curti o álbum porque como mencionei o estilo musical nao me agrada, mas reconheço que há qualidade. Legal o fato d vc estar sempre atento aos comentários. Abs ;)