Título: Produced by George Martin
Artista: George Martin
Gravadora: Eagle / ST2
Cotação: * * *
Talvez seja somente uma frase de efeito dita por quem chegou a ser considerado o o quinto beatle, mas, em determinado momento do documentário Produced by George Martin, o produtor britânico George Martin sentencia que se sentiu livre após o fim dos Beatles, sem a obrigação de fabricar mais um sucesso destinado ao topo das paradas. Mesmo que a declaração não seja absolutamente sincera, o fato é que a importância de Martin na história da música pop reside essencialmente na produção dos álbuns do fantástico quarteto de Liverpool. É por isso que seus (formais) reencontros com os dois beatles remanescentes, Paul McCartney e Ringo Starr, ocupam boa parte deste documentário produzido para a emissora de TV BBC e editado em DVD ora lançado no Brasil via ST2. Produced by George Martin perfila o produtor - cujo sonho era ser compositor de música erudita, como ele admite logo no início do filme - em ritmo lento e convencional. Um bate-papo de George com seu filho Giles Martin - também produtor de discos - é a espinha dorsal do roteiro. Giles ressalta a ambição e a competitividade de Martin - ressalva que parece incomodar o protagonista do filme. De todo modo, Produced by George Martin nunca toca na ferida e jamais atravessa a fronteira da intimidade consentida. Entre outras cenas, o espectador vê Martin preparando um Martini ao som de Live and Let Die - gravação de 1973 que marcou seu reencontro com McCartney - e o flagra ao piano tocando Judy's Theme, tema que compôs para Judy Martin, sua esposa, a quem conheceu no fim dos anos 50 quando foi batalhar emprego no Parlophone, o então inexpressivo selo da EMI Music. Galgando postos no selo, Martin deu seu pulo do gato ao dar ouvidos a fita lhe entregue em 1962 por Brian Epstein (1934 - 1967), empresário que busca um lugar ao sol para um grupo chamado Beatles. O resto foi história que mudou os rumos da música pop mundial. "A produção de George afetou tudo o que veio depois", corrobora Jimmy Webb, cantor e compositor que teve disco produzido por Martin na era pós-Beatles. Ao remoer mágoas de seu trabalho com os Fab Four, Martin lembra que produzir o álbum Let It Be (1970) foi o que caracteriza de "tortura" e que se sentiu traído ao saber que, por iniciativa de John Lennon (1940 - 1980), o produtor Phil Spector foi convocado para arrematar as gravações inicialmente pilotadas pelo quinto beatle. Encerrado o assunto Beatles, o filme nada tem a revelar de relevante. Vê-se imagens do Air Studios - construído por Martin em Montserrat, ilha de origem caribenha situada em território britânico - no qual, a partir dos anos 80, foram formatados discos de nomes como o grupo The Police e o cantor Stevie Wonder. De todo modo, mesmo que descortine os bastidores de George Martin até certo ponto, Produced by George Martin é filme que vai seduzir os que se interessam pela história da indústria do disco.
2 comentários:
Talvez seja somente uma frase de efeito dita por quem chegou a ser considerado o o quinto beatle, mas, em determinado momento do documentário Produced by George Martin, o produtor britânico George Martin sentencia que se sentiu livre após o fim dos Beatles, sem a obrigação de fabricar mais um sucesso destinado ao topo das paradas. Mesmo que a declaração não seja absolutamente sincera, o fato é que a importância de Martin na história da música pop reside essencialmente na produção dos álbuns do fantástico quarteto de Liverpool. É por isso que seus (formais) reencontros com os dois beatles remanescentes, Paul McCartney e Ringo Starr, ocupam boa parte deste documentário produzido para a emissora de TV BBC e editado em DVD ora lançado no Brasil via ST2. Produced by George Martin perfila o produtor - cujo sonho era ser compositor de música erudita, como ele admite logo no início do filme - em ritmo lento e convencional. Um bate-papo de George com seu filho Giles Martin - também produtor de discos - é a espinha dorsal do roteiro. Giles ressalta a ambição e a competitividade de Martin - ressalva que parece incomodar o protagonista do filme. De todo modo, Produced by George Martin nunca toca na ferida e jamais atravessa a fronteira da intimidade consentida. Entre outras cenas, o espectador vê Martin preparando um Martini ao som de Live and Let Die - gravação de 1973 que marcou seu reencontro com McCartney - e o flagra ao piano tocando Judy's Theme, tema que compôs para Judy Martin, sua esposa, a quem conheceu no fim dos anos 50 quando foi batalhar emprego no Parlophone, o então inexpressivo selo da EMI Music. Galgando postos no selo, Martin deu seu pulo do gato ao dar ouvidos a fita lhe entregue em 1962 por Brian Epstein (1934 - 1967), empresário que busca um lugar ao sol para um grupo chamado Beatles. O resto foi história que mudou os rumos da música pop mundial. "A produção de George afetou tudo o que veio depois", corrobora Jimmy Webb, cantor e compositor que teve disco produzido por Martin na era pós-Beatles. Ao remoer mágoas de seu trabalho com os Fab Four, Martin lembra que produzir o álbum Let It Be (1970) foi o que caracteriza de "tortura" e que se sentiu traído ao saber que, por iniciativa de John Lennon (1940 - 1980), o produtor Phil Spector foi convocado para arrematar as gravações inicialmente pilotadas pelo quinto beatle. Encerrado o assunto Beatles, o filme nada tem a revelar de relevante. Vê-se imagens do Air Studios - construído por Martin em Montserrat, ilha de origem caribenha situada em território britânico - no qual, a partir dos anos 80, foram formatados discos de nomes como o grupo The Police e o cantor Stevie Wonder. De todo modo, mesmo que descortine os bastidores de George Martin até certo ponto, Produced by George Martin é filme que vai seduzir os que se interessam pela história da indústria do disco.
Os Beatles não seriam o que são hoje por "culpa" desse cara. Um grande produtor, que ajudou a fomentar e cavar um lugar na história da banda de Liverpool.
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