Resenha de CD
Título: Por que nós?
Artista: Camilo Frade
Gravadora: Sem indicação
Cotação: * * * 1/2
Camilo Frade tem apenas 15 anos. Mas sua pouca idade jamais transparece ao longo das 10 faixas do bom primeiro álbum, Por que nós?, deste jovem cantor e compositor natural de São Luiz do Paraitinga. Longe do idiotizante tatibitate da música feita por e para adolescentes, Frade mostra impressionante maturidade musical neste disco adulto produzido por MAU com modernidade, sem clonar fórmulas. Música inédita que evoca a batida do maracatu na percussão pilotada por Bruno Buarque, Vagalume abre de forma sedutora - em tom pop regionalista - o disco e a inusitada parceria de Karina Buhr com Teresa Cristina. A faixa-título Por que nós? - lançada por Marcelo Jeneci em seu primeiro CD, Feito pra acabar (2010) - preserva a perfeita arquitetura pop da canção de Jeneci, letrada com poesia por Luiz Tatit. Há também poesia nos versos de O mesmo que canta, primeira das duas únicas músicas assinadas por Frade no disco (a outra faixa autoral é Embriaga eu). Sem querer se impor como compositor neste primeiro álbum (erro de muitos artistas iniciantes), o jovem cantor - de voz grave - se apresenta na medida certa como (promissor) criador de músicas que estão em sintonia com o universo adulto de Por que nós?. Mundo que parece ter o som do grupo carioca Los Hermanos como uma de suas referências. Há ecos desse som na orquestração dos metais de Pura esquisitice (Teteco dos Anjos e Marco Rio Branco), música do repertório da banda paulista Os Ilhonas. Os metais também se destacam em Nara, Nara, Nara..., faixa que roça a levada de um xote e que concilia o regionalismo cosmopolita de Lula Queiroga com a escrita contemporânea de Carlos Rennó. Já Primavera (Tiago Saraiva) se banha na praia do reggae sem o mesmo rigor poético de faixas anteriores enquanto a balada Só você e eu (Galvão Frade) - ambientada em clima mais camerístico em arranjo de voz, piano e violoncelo - rebobina trivial discurso amoroso. Na sequência, a já citada Embriaga eu (Camilo Frade), Tudo ou nada (Itamar Assumpção e Alice Ruiz) - música abordada em tom similar ao do registro feito por Zélia Duncan em seu álbum Pré-pós-tudo-bossa-band (2005) - e o carnavalizante Baião de quatro toques (José Miguel Wisnik e Luiz Tatit) elevam novamente o nível de Por que nós?, reiterando a precoce maturidade musical de Camilo Frade em bom CD.
Camilo Frade tem apenas 15 anos. Mas sua pouca idade jamais transparece ao longo das 10 faixas do bom primeiro álbum, Por que nós?, deste jovem cantor e compositor natural de São Luiz do Paraitinga. Longe do idiotizante tatibitate da música feita por e para adolescentes, Frade mostra impressionante maturidade musical neste disco adulto produzido por MAU com modernidade, sem clonar fórmulas. Música inédita que evoca a batida do maracatu na percussão pilotada por Bruno Buarque, Vagalume abre de forma sedutora - em tom pop regionalista - o disco e a inusitada parceria de Karina Buhr com Teresa Cristina. A faixa-título Por que nós? - lançada por Marcelo Jeneci em seu primeiro CD, Feito pra acabar (2010) - preserva a perfeita arquitetura pop da canção de Jeneci, letrada com poesia por Luiz Tatit. Há também poesia nos versos de O mesmo que canta, primeira das duas únicas músicas assinadas por Frade no disco (a outra faixa autoral é Embriaga eu). Sem querer se impor como compositor neste primeiro álbum (erro de muitos artistas iniciantes), o jovem cantor - de voz grave - se apresenta na medida certa como (promissor) criador de músicas que estão em sintonia com o universo adulto de Por que nós?. Mundo que parece ter o som do grupo carioca Los Hermanos como uma de suas referências. Há ecos desse som na orquestração dos metais de Pura esquisitice (Teteco dos Anjos e Marco Rio Branco), música do repertório da banda paulista Os Ilhonas. Os metais também se destacam em Nara, Nara, Nara..., faixa que roça a levada de um xote e que concilia o regionalismo cosmopolita de Lula Queiroga com a escrita contemporânea de Carlos Rennó. Já Primavera (Tiago Saraiva) se banha na praia do reggae sem o mesmo rigor poético de faixas anteriores enquanto a balada Só você e eu (Galvão Frade) - ambientada em clima mais camerístico em arranjo de voz, piano e violoncelo - rebobina trivial discurso amoroso. Na sequência, a já citada Embriaga eu (Camilo Frade), Tudo ou nada (Itamar Assumpção e Alice Ruiz) - música abordada em tom similar ao do registro feito por Zélia Duncan em seu álbum Pré-pós-tudo-bossa-band (2005) - e o carnavalizante Baião de quatro toques (José Miguel Wisnik e Luiz Tatit) elevam novamente o nível de Por que nós?, reiterando a precoce maturidade musical de Camilo Frade em bom CD.
ResponderExcluirNão conheço o cantor, procurarei saber mais a respeito dele.
ResponderExcluirUma graça, maturidade vocal e evocação da letra q nos faz sentir cada detalhe.
ResponderExcluirAssisti na TV Cultura e aprecie a música Vagalume.
Parabénsssss!! Teremos boas músicas pela frente.
Ahhhh...tds ali do grupo de São Luiz do Paraitinga são BONS!!!