Resenha de CD
Título: American soul
Artista: Mick Hucknall
Gravadora: Warner Music
Cotação: * * *
Em 2008, quando estava em atividade como cantor do grupo inglês Simply Red, Mick Hucknall inaugurou sua discografia solo com Tribute to Bobby, álbum que celebrava o legado do cantor norte-americano de blues Bobby Blue Bland. Quatro anos depois, em 2012, já com o Simply Red desativado, Hucknall gravou e lançou no Exterior seu segundo álbum solo, American soul, editado no Brasil neste mês de fevereiro de 2013. Trata-se de mais um projeto de covers. Desta vez, o cantor aborda temas do soul e do r & b dos Estados Unidos. Gemas propagadas dos anos 50 aos 70. Como bem sabem os milhões de fãs do Simply Red, Hucknall é um branco ruivo de voz negra. Mesmo assim, as interpretações do artista oscilam ao longo das 12 faixas deste disco de alma retrô, traduzida visualmente no tratamento de imagem que faz a capa do CD parecer a capa de um vinil envelhecido. Mesmo sem jamais superar os originais, Hucknall - justiça seja feita - faz bonito em temas como I'd rather go blind (Jordan e Foster), sucesso da cantora norte-americana Etta James (1938 -2012), e I only have eyes for you (Harry Warren e Al Dubin), baladão glicosado de 1934 que fez sucesso em 1959 nas vozes do grupo norte-americano de doo wop The Flamingos, em evidência na década de 50. Hucknall vai bem em baladas de pegada r & b como Tell it like it is (George Davis e Lee Diamond), lançada em 1965 na voz do cantor norte-americano Aaron Neville. Em contrapartida, Hucknall jamais se impõe como intérprete de alentado blues como Baby what you want me to do (Reed) - sucesso em 1959 na gravação do bluesman Jimmy Reed (1925 - 1976) - e tampouco roça a alma de Otis Redding (1941 - 1967), imbatível intérprete de That's how strong my love is (Jamison). E o que dizer da abordagem descafeinada de Don't let me be misunderstood (Bennie Benjamim, Gloria Caldwell e Sol Marcus)? Melhor ouvir a gravação original feita por Nina Simone (1933 - 1993) em 1964 ou a releitura disco music do grupo Santa Esmeralda. Enfim, como Mick Hucknall é cantor de méritos vocais e como a seleção do repertório é irretocável e nada óbvia, American soul se torna um bom disco desde que se esqueça as comparações com as matrizes destas pérolas da música negra norte-americana. Hucknall tem mais voz do que alma.
Em 2008, quando estava em atividade como cantor do grupo inglês Simply Red, Mick Hucknall inaugurou sua discografia solo com Tribute to Bobby, álbum que celebrava o legado do cantor norte-americano de blues Bobby Blue Bland. Quatro anos depois, em 2012, já com o Simply Red desativado, Hucknall gravou e lançou no Exterior seu segundo álbum solo, American soul, editado no Brasil neste mês de fevereiro de 2013. Trata-se de mais um projeto de covers. Desta vez, o cantor aborda temas do soul e do r & b dos Estados Unidos. Gemas propagadas dos anos 50 aos 70. Como bem sabem os milhões de fãs do Simply Red, Hucknall é um branco ruivo de voz negra. Mesmo assim, as interpretações do artista oscilam ao longo das 12 faixas deste disco de alma retrô, traduzida visualmente no tratamento de imagem que faz a capa do CD parecer a capa de um vinil envelhecido. Mesmo sem jamais superar os originais, Hucknall - justiça seja feita - faz bonito em temas como I'd rather go blind (Jordan e Foster), sucesso da cantora norte-americana Etta James (1938 -2012), e I only have eyes for you (Harry Warren e Al Dubin), baladão glicosado de 1934 que fez sucesso em 1959 nas vozes do grupo norte-americano de doo wop The Flamingos, em evidência na década de 50. Hucknall vai bem em baladas de pegada r & b como Tell it like it is (George Davis e Lee Diamond), lançada em 1965 na voz do cantor norte-americano Aaron Neville. Em contrapartida, Hucknall jamais se impõe como intérprete de alentado blues como Baby what you want me to do (Reed) - sucesso em 1959 na gravação do bluesman Jimmy Reed (1925 - 1976) - e tampouco roça a alma de Otis Redding (1941 - 1967), imbatível intérprete de That's how strong my love is (Jamison). E o que dizer da abordagem descafeinada de Don't let me be misunderstood (Bennie Benjamim, Gloria Caldwell e Sol Marcus)? Melhor ouvir a gravação original feita por Nina Simone (1933 - 1993) em 1964 ou a releitura disco music do grupo Santa Esmeralda. Enfim, como Mick Hucknall é cantor de méritos vocais e como a seleção do repertório é irretocável e nada óbvia, American soul se torna um bom disco desde que se esqueça as comparações com as matrizes destas pérolas da música negra norte-americana. Hucknall tem mais voz do que alma.
ResponderExcluirMick Hucknall é um ótimo cantor, adoro o Simply Red uma das melhores bandas gringas da década de 80! ainda não tive oportunidade de mergulhar no seu trabalho solo farei isso.
ResponderExcluir