terça-feira, 26 de fevereiro de 2013

Branco de voz negra, Hucknall oscila ao requentar soul e r & b dos EUA

Resenha de CD
Título: American soul
Artista: Mick Hucknall
Gravadora: Warner Music
Cotação: * * *

Em 2008, quando estava em atividade como cantor do grupo inglês Simply Red, Mick Hucknall inaugurou sua discografia solo com Tribute to Bobby, álbum que celebrava o legado do cantor norte-americano de blues Bobby Blue Bland. Quatro anos depois, em 2012, já com o Simply Red desativado, Hucknall gravou e lançou no Exterior seu segundo álbum solo, American soul, editado no Brasil neste mês de fevereiro de 2013. Trata-se de mais um projeto de covers. Desta vez, o cantor aborda temas do soul e do r & b dos Estados Unidos. Gemas propagadas dos anos 50 aos 70. Como bem sabem os milhões de fãs do Simply Red, Hucknall é um branco ruivo de voz negra. Mesmo assim, as interpretações do artista oscilam ao longo das 12 faixas deste disco de alma retrô, traduzida visualmente no tratamento de imagem que faz a capa do CD parecer a capa de um vinil envelhecido. Mesmo sem jamais superar os originais, Hucknall - justiça seja feita - faz bonito em temas como I'd rather go blind (Jordan e Foster), sucesso da cantora norte-americana Etta James (1938 -2012), e I only have eyes for you (Harry Warren e Al Dubin), baladão glicosado de 1934 que fez sucesso em 1959 nas vozes do grupo norte-americano de doo wop The Flamingos, em evidência na década de 50. Hucknall vai bem em baladas de pegada r & b como Tell it like it is (George Davis e Lee Diamond), lançada em 1965 na voz do cantor norte-americano Aaron Neville. Em contrapartida, Hucknall jamais se impõe como intérprete de alentado blues como Baby what you want me to do (Reed) - sucesso em 1959 na gravação do bluesman Jimmy Reed (1925 - 1976) - e tampouco roça a alma de Otis Redding (1941 - 1967), imbatível intérprete de That's how strong my love is (Jamison). E o que dizer da abordagem descafeinada de Don't let me be misunderstood (Bennie Benjamim, Gloria Caldwell e Sol Marcus)? Melhor ouvir a gravação original feita por Nina Simone (1933 - 1993) em 1964 ou a releitura disco music do grupo Santa Esmeralda. Enfim, como Mick Hucknall é cantor de méritos vocais e como a seleção do repertório é irretocável e nada óbvia, American soul se torna um bom disco desde que se esqueça as comparações com as matrizes destas pérolas da música negra norte-americana. Hucknall tem mais voz do que alma.

2 comentários:

  1. Em 2008, quando estava em atividade como cantor do grupo inglês Simply Red, Mick Hucknall inaugurou sua discografia solo com Tribute to Bobby, álbum que celebrava o legado do cantor norte-americano de blues Bobby Blue Bland. Quatro anos depois, em 2012, já com o Simply Red desativado, Hucknall gravou e lançou no Exterior seu segundo álbum solo, American soul, editado no Brasil neste mês de fevereiro de 2013. Trata-se de mais um projeto de covers. Desta vez, o cantor aborda temas do soul e do r & b dos Estados Unidos. Gemas propagadas dos anos 50 aos 70. Como bem sabem os milhões de fãs do Simply Red, Hucknall é um branco ruivo de voz negra. Mesmo assim, as interpretações do artista oscilam ao longo das 12 faixas deste disco de alma retrô, traduzida visualmente no tratamento de imagem que faz a capa do CD parecer a capa de um vinil envelhecido. Mesmo sem jamais superar os originais, Hucknall - justiça seja feita - faz bonito em temas como I'd rather go blind (Jordan e Foster), sucesso da cantora norte-americana Etta James (1938 -2012), e I only have eyes for you (Harry Warren e Al Dubin), baladão glicosado de 1934 que fez sucesso em 1959 nas vozes do grupo norte-americano de doo wop The Flamingos, em evidência na década de 50. Hucknall vai bem em baladas de pegada r & b como Tell it like it is (George Davis e Lee Diamond), lançada em 1965 na voz do cantor norte-americano Aaron Neville. Em contrapartida, Hucknall jamais se impõe como intérprete de alentado blues como Baby what you want me to do (Reed) - sucesso em 1959 na gravação do bluesman Jimmy Reed (1925 - 1976) - e tampouco roça a alma de Otis Redding (1941 - 1967), imbatível intérprete de That's how strong my love is (Jamison). E o que dizer da abordagem descafeinada de Don't let me be misunderstood (Bennie Benjamim, Gloria Caldwell e Sol Marcus)? Melhor ouvir a gravação original feita por Nina Simone (1933 - 1993) em 1964 ou a releitura disco music do grupo Santa Esmeralda. Enfim, como Mick Hucknall é cantor de méritos vocais e como a seleção do repertório é irretocável e nada óbvia, American soul se torna um bom disco desde que se esqueça as comparações com as matrizes destas pérolas da música negra norte-americana. Hucknall tem mais voz do que alma.

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  2. Mick Hucknall é um ótimo cantor, adoro o Simply Red uma das melhores bandas gringas da década de 80! ainda não tive oportunidade de mergulhar no seu trabalho solo farei isso.

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