sábado, 2 de fevereiro de 2013

Cale se excede na dose eletrônica de 'Shifty adventures in nookie wood'

Resenha de CD
Título: Shifty adventures in nookie wood
Artista: John Cale
Gravadora: Domino Records / Deck
Cotação: * * 

Do já septuagenário John Cale, compositor e músico galês que tem contribuído desde os anos 60 para dar status de Arte ao rock, espera-se sempre o melhor. Daí o desapontamento gerado por Shifty adventures in nookie wood (2012), o 15º álbum de estúdio do artista, recém-lançado no Brasil pela Deck. Sucessor de BlackAcetate (2005), o álbum decepciona porque a qualidade do inédito repertório autoral está aquém do histórico de Cale e, sobretudo, porque músicas como Nookie wood (John Cale) e December rains (John Cale) foram formatadas com produção equivocada. Sintetizadores, MPCs e autotunes parecem ter pautado a produção, capitaneada pelo próprio Cale. A dose alta de programações eletrônicas dilui a (pouca) força de um repertório que por si só já parece abaixo das expectativas originadas por qualquer cancioneiro com a assinatura de Cale. E que roça o sentimentalismo em Mary (John Cale). Ao procurar novos sons para dar forma à sua música, o artista se revela auto-insuficiente. Na busca por sonoridade mais atual, Cale acerta somente quando se junta a Danger Mouse, produtor de uma única faixa, a funky I wanna talk  2 U (John Cale e Brian Burton), que não por acaso acaba sendo o melhor momento deste enjoativo Shifty adventures in nookie wood.

2 comentários:

  1. Do já septuagenário John Cale, compositor e músico galês que tem contribuído desde os anos 60 para dar status de Arte ao rock, espera-se sempre o melhor. Daí o desapontamento gerado por Shifty adventures in nookie wood (2012), o 15º álbum de estúdio do artista, recém-lançado no Brasil pela Deck. Sucessor de BlackAcetate (2005), o álbum decepciona porque a qualidade do inédito repertório autoral está aquém do histórico de Cale e, sobretudo, porque músicas como Nookie wood (John Cale) e December rains (John Cale) foram formatadas com produção equivocada. Sintetizadores, MPCs e autotunes parecem ter pautado a produção, capitaneada pelo próprio Cale. A dose alta de programações eletrônicas dilui a (pouca) força de um repertório que por si só já parece abaixo das expectativas originadas por qualquer cancioneiro com a assinatura de Cale. E que roça o sentimentalismo em Mary (John Cale). Ao procurar novos sons para dar forma à sua música, o artista se revela auto-insuficiente. Na busca por sonoridade mais atual, Cale acerta somente quando se junta a Danger Mouse, produtor de uma única faixa, a funky I wanna talk 2 U (John Cale e Brian Burton), que não por acaso acaba sendo o melhor momento deste enjoativo Shifty adventures in nookie wood.

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  2. Não ouvi ainda, mas não deixo de sentir surpresa caso não seja realmente um bom trabalho, uma vez que Cale foi responsável pelas fartas doses de experimentalismo tão inovadoras e essenciais dos discos do Velvet Underground, Nico e de seus próprios. Pra mim trata-se de um ícone da art-rock. Produziu os discos undergrounds e sombrios da Nico enquanto muitos ainda estavam no 'sonho hippie'; foi praticamente o patrono do movimento pré-punk trabalhando com Patti Smith e Siouxie and the Banshees enquanto o mundo se esbaldava na disco music. Então é por ai... o trabalho de Cale não é fácil de ser definido estilisticamente, sempre foi dado às estranhezas ao invés de apreciações fáceis; fica sempre algo meio incompreendido, pra ser digerido muito lentamente...

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