Mauro Ferreira no G1

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sábado, 2 de fevereiro de 2013

Filme preserva toda a grandeza musical e humanista de 'Os miseráveis'

Resenha de filme
Título: Os miseráveis
Direção: Tom Hooper
Elenco: Hugh Jackman, Russell Crowe, Anne Hathaway e Amanda Seyfried, entre outros
Cotação: * * * * *
Filme em cartaz nos cinemas do Brasil desde 1º de fevereiro de 2013

A versão cinematográfica do musical Os miseráveis - baseado no romance publicado em 1862 pelo escritor francês Victor Hugo (1802 - 1885) - é um novelão. O filme é longo, por vezes pesado, mas emocionante. De proporções hollywoodianas, a épica produção cinematográfica preserva toda a grandeza musical e humanista desta que obra que aborda a redenção humana pelo amor em trama folhetinesca que mistura opressão, injustiça social, vingança, humor, esperança e paixões nem sempre correspondidas em doses exatas. Cabe lembrar que Os miseráveis virou musical de teatro em 1980, em encenação na França. Baseado nessa versão musicada da história, o filme é quase todo cantado e se escora na (bela) música de Claude-Michel Schönberg, autor das melodias que, a partir de 1985, ganharam versos em inglês, adaptados da trilha sonora original por Herbert Kretzmer. O tema mais conhecido da trilha sonora de Os miseráveis é I dreamed a dream, canção que ganhou visibilidade além dos palcos em 2009 ao ser (impecavelmente) interpretada por Susan Boyle em número de programa de calouros que tornou a cantora escocesa instantaneamente famosa no mundo inteiro quando o vídeo foi parar no YouTube. No filme, I dreamed a dream é ouvida na voz de Anne Hathaway, intérprete da injustiçada Fantine e destaque do elenco por sua entrega ao papel da prostituta que morre, vítima das humilhações e da opressão da sociedade francesa do século XIX. O solo de Hathaway  é momento emocionante do filme. Nome controverso do elenco principal, Russell Crowe por vezes destoa como cantor no papel do implacável Javert, ferrenho opositor do protagonista Jean Valjean, defendido com brilho e dramaticidade por Hugh Jackman. Mas a pouca extensão e a inexpressividade da voz de Crow se apequenam diante da grandeza do filme. Os miseráveis tem algumas cenas e tomadas épicas, mas o diretor Tom Hooper põe sempre o ator e a música em primeiro plano. E nisso reside o acerto do filme. Rival da jovem Cosette (Amanda Seyfried, bem no papel da filha que Fantine não teve como criar e que foi acolhida com amor parternal por Valjean) na disputa pelo coração do mocinho idealista Marius (Eddie Redmayne), Samantha Barks tem presença forte e luminosa como Eponine (personagem inicialmente oferecida à cantora norte-americana Taylor Swift), defendendo com emoção músicas como On my own. São, aliás, cerca de 50 canções, apresentadas ao longo das duas horas e quarenta minutos do filme. Uma, Suddenly, cantada por Jackman, é inédita. As demais já são conhecidas pelos fãs do musical, um dos mais encenados e um dos mais vistos desde os anos 80 - caso de Master of the house, tema defendido pelos atores Sacha Baron Cohen e Helena Bonham Carter, intérpretes de vilanesco casal que injeta algum humor em trama naturalmente dramática. Já na primeira música, Look down, cantada por Jackman, fica evidente o tom épico e humanista desta versão cinematográfica do musical Os Miseráveis. É difícil sair do cinema sem ser tocado pela grandeza dos temas e ideais propagados pelo filme!!

7 comentários:

Mauro Ferreira disse...

A versão cinematográfica do musical Os miseráveis - baseado no romance publicado em 1862 pelo escritor francês Victor Hugo (1802 - 1885) - é um novelão. O filme é longo, por vezes pesado, mas emocionante. De proporções hollywoodianas, a épica produção cinematográfica preserva toda a grandeza musical e humanista desta que obra que aborda a redenção humana pelo amor em trama folhetinesca que mistura opressão, injustiça social, vingança, humor, esperança e paixões nem sempre correspondidas em doses exatas. Cabe lembrar que Os miseráveis virou musical de teatro em 1980, em encenação na França. Baseado nessa versão musicada da história, o filme é quase todo cantado e se escora na (bela) música de Claude-Michel Schönberg, autor das melodias que, a partir de 1985, ganharam versos em inglês, adaptados da trilha sonora original por Herbert Kretzmer. O tema mais conhecido da trilha sonora de Os miseráveis é I dreamed a dream, canção que ganhou visibilidade além dos palcos em 2009 ao ser (impecavelmente) interpretada por Susan Boyle em número de programa de calouros que tornou a cantora escocesa instantaneamente famosa no mundo inteiro quando o vídeo foi parar no YouTube. No filme, I dreamed a dream é ouvida na voz de Anne Hathaway, intérprete da injustiçada Fantine e destaque do elenco por sua entrega ao papel da prostituta que morre, vítima das humilhações e da opressão da sociedade francesa do século XIX. O solo de Hathaway é momento emocionante do filme. Nome controverso do elenco principal, Russell Crowe por vezes destoa como cantor no papel do implacável Javert, ferrenho opositor do protagonista Jean Valjean, defendido com brilho e dramaticidade por Hugh Jackman. Mas a pouca extensão e a inexpressividade da voz de Crow se apequenam diante da grandeza do filme. Os miseráveis tem algumas cenas e tomadas épicas, mas o diretor Tom Hooper põe sempre o ator e a música em primeiro plano. E nisso reside o acerto do filme. Rival da jovem Cosette (Amanda Seyfried, bem no papel da filha que Fantine não teve como criar e que foi acolhida com amor parternal por Valjean) na disputa pelo coração do mocinho idealista Marius (Eddie Redmayne), Samantha Barks tem presença luminosa como Eponine (personagem inicialmente oferecida à cantora norte-americana Taylor Swift), defendendo com emoção músicas como On my own. São, aliás, cerca de 50 canções, apresentadas ao longo das duas horas e quarenta minutos do filme. Uma, Suddenly, cantada por Jackman, é inédita. As demais já são conhecidas pelos fãs do musical, um dos mais encenados e um dos mais vistos desde os anos 80 - caso de Master of the house, tema defendido pelos atores Sacha Baron Cohen e Helena Bonham Carter, intérpretes de vilanesco casal que injeta algum humor em trama naturalmente dramática. Já na primeira música, Lock down, cantada por Jackman, fica evidente o tom épico e humanista desta versão cinematográfica do musical Os Miseráveis. É difícil sair do cinema sem ser tocado pela grandeza dos temas e ideais propagados pelo filme!!

Daniel disse...

Acho que a canção defendida pelo Hugh se chama Look Down, e não Lock Down.

Mauro Ferreira disse...

Grato, Daniel. Abs, MauroF

Rafael disse...

Para mim estas é uma das mais realistas versões de "Os Miseráveis". Vi o trailer e achei a caracterização do Hugh e da Anne espetaculares. Também adorei a forma como ele atua. Pena que ele não ganhará o Oscar, por conta da atuação (também sensacional) de Daniel Day-Lewis como Abraham Lincoln. A trilha sonora é primorosa.

Rafael disse...

Estranhei o fato de Mauro estar fazendo crítica de cinema. Será que entrei no blog certo?

mmmleos disse...

Pois eu achei um dos musicais mais chatos que ja vi.
Foi exatamente o tom novelesco e as cenas em close que o tornam extremamente repetitivo e sem diferencial. Nao esquecendo que este musical foi feito para o cinema, onde a tela muito maior que a televisão cabe muito mais do que os rostos de seus interpretes.
O que salva do desastre total, é claro o texto/musicas maravilhosas e a grandiosa interpretação dos atores, principalmente Anne Hathaway e Hugh Jackman.

Victor Moraes, disse...

Que louco, estava com a aba aqui do blog aberta e outra conferindo o horário desse filme pra hoje.
Não perderei por nada, ainda mais sendo o primeiro filme musical 'ao vivo' (sem edição ou sobreposição de voz em estúdio)