Dono de cancioneiro underground que despertou o interesse de Ney Matogrosso em 2011 e 2012, durante a seleção de repertório do show Atento aos sinais, Luís Capucho sempre transitou pelo wild side, tal qual um Lou Reed dos trópicos. Poeta do amor e do sexo do submundo, o cantor e compositor capixaba - radicado em Niterói (RJ) desde a adolescência - construiu obra à margem do mercado e, talvez por isso mesmo, despertou naturalmente o interesse de gente antenada como Cássia Eller (1962 - 2001), cantora que deu voz a uma das composições de Capucho, Maluca, em seu álbum Com você... meu mundo ficaria completo (1999). Cássia ouviu Maluca na gravação ao vivo de show feito por Capucho no Café Laranjeiras, no Rio de Janeiro (RJ), em 1995. É esse registro que gerou o CD ao vivo Antigo - Luís Capucho 95, ora disponibilizado para download gratuito e legalizado no site oficial do artista neste mês de fevereiro de 2013. No disco, Capucho dá voz a 15 músicas de sua lavra com o seu violão e o de Naldo Miranda, único músico a dividir o palco com o cantor. Além do valor musical inerente ao cancioneiro gauche do artista, Antigo - Luís Capucho 95 é documento importante da atuação do artista antes de doença que o levou a trilhar outros caminhos artísticos, inclusive o de escritor. É que, em 1996, um ano após fazer o registro cru desse show no Café Laranjeiras, Capucho sofreu graves sequelas vocais e motoras por conta de neurotoxoplasmose, consequência de infecção pelo vírus HIV. Tais sequelas impediram que Capucho tocasse violão com a destreza de antes e alteraram o timbre de sua voz, desde então mais grave, encorpada ("Voz de Marianne Faithfull depois de sua fase de heroína", como caracteriza com espirituosidade o próprio Capucho). Antigo - Luís Capucho 95 é o terceiro CD da discografia indie do artista, embora cronologicamente tenha sido gravado antes de Lua singela (2003) e Cinema íris (2012). Eis as 15 músicas do CD deste cantautor já gravado por Daúde (Romena) e Pedro Luís e a Parede - ora na mira dos olhos de farol de Ney Matogrosso:
1. Savannah (Luís Capucho e Suely Mesquita)
2. Pobreza (Luís Capucho)
3. Poltrona (Luís Capucho)
4. Máquina de escrever (Luís Capucho e Mathilda Kóvak)
5. Mamãe me adora (Luís Capucho)
6. Sua mãe (Luís Capucho)
7. O amor é sacanagem (Luís Capucho)
8. Humilhante (Luís Capucho)
9. Destruição (Luís Capucho)
10. Ella (Luís Capucho e Mário Newman)
11. Max (Luís Capucho e Marcos Sacramento)
12. Romena (Luís Capucho e Suely Mesquita)
13. Para pegar (Luís Capucho)
14. Petardo (Luís Capucho e Edil Carvalho)
15. Maluca (Luís Capucho)
8 comentários:
Dono de cancioneiro underground que despertou o interesse de Ney Matogrosso em 2011 e 2012, durante a seleção de repertório do show Atento aos sinais, Luís Capucho sempre transitou pelo wild side, tal qual um Lou Reed dos trópicos. Poeta do amor e do sexo do submundo, o cantor e compositor capixaba - radicado em Niterói (RJ) desde a adolescência - construiu obra à margem do mercado e, talvez por isso mesmo, despertou naturalmente o interesse de gente antenada como Cássia Eller (1962 - 2001), cantora que deu voz a uma das composições de Capucho, Maluca, em seu álbum Com você... meu mundo ficaria completo (1999). Cássia ouviu Maluca na gravação ao vivo de show feito por Capucho no Café Laranjeiras, no Rio de Janeiro (RJ), em 1995. É esse registro que gerou o CD ao vivo Antigo - Luís Capucho 95, ora disponibilizado para download gratuito e legalizado no site oficial do artista neste mês de fevereiro de 2013. No disco, Capucho dá voz a 15 músicas de sua lavra com o seu violão e o de Naldo Miranda, único músico a dividir o palco com o cantor. Além do valor musical inerente ao cancioneiro gauche do artista, Antigo - Luís Capucho 95 é documento importante da atuação do artista antes de doença que o levou a trilhar outros caminhos artísticos, inclusive o de escritor. É que, em 1996, um ano após o registro cru desse show no Café Laranjeiras, Capucho sofreu sequelas vocais e motoras por conta de neurotoxoplasmose, consequência de infecção pelo vírus HIV. Tais sequelas impediram que Capucho tocasse violão com a destreza de antes e alteraram o timbre de sua voz, desde então mais grave, encorpada ("Voz de Marianne Faithfull depois de sua fase de heroína", como caracteriza com espirituosidade o próprio Capucho). Antigo - Luís Capucho 95 é o terceiro CD da discografia indie do artista, embora cronologicamente tenha sido gravado antes de Lua singela (2003) e Cinema íris (2012). Eis as 15 músicas do CD deste cantautor já gravado por Daúde (Romena) e Pedro Luís e a Parede - ora na mira dos olhos de farol de Ney Matogrosso:
1. Savannah (Luís Capucho e Suely Mesquita)
2. Pobreza (Luís Capucho)
3. Poltrona (Luís Capucho)
4. Máquina de escrever (Luís Capucho e Mathilda Kóvak)
5. Mamãe me adora (Luís Capucho)
6. Sua mãe (Luís Capucho)
7. O amor é sacanagem (Luís Capucho)
8. Humilhante (Luís Capucho)
9. Destruição (Luís Capucho)
10. Ella (Luís Capucho e Mário Newman)
11. Max (Luís Capucho e Marcos Sacramento)
12. Romena (Luís Capucho e Suely Mesquita)
13. Para pegar (Luís Capucho)
14. Petardo (Luís Capucho e Edil Carvalho)
15. Maluca (Luís Capucho)
Obrigado, Mauro!
Sou muito da do Capucho!
Salve, salve...
Sou muito da do Capucho!
Salve, salve...
Muito bom! Adoro o Luis Capucho, excelente matéria. Vou correndo baixar, já!
Aliás, o tema de "Maluca" (a história da cidadã que viu um caminhão cheio de botões de rosa, ficou doida e os espalhou por todos os cantos da casa) virou o mote do cenário do "Acústico MTV" de Cássia.
E que bom ver Capucho aparecendo. Essa geração que eclodiu no Rio, lá pelo meio dos anos 1990 (ele, Mathilda Kóvak, Arícia Mess), acabou ficando escanteada, infelizmente - embora continue ativa. O único dela a ter aparecido levemente foi Pedro Luis.
Felipe dos Santos Souza
Essa música do caminhão de rosas que a Cássia gravou é lindona.
Não conhecia o autor, bom ligar o nome a pessoa.
A única composição do Capucho que eu conhecia era justamente "Maluca", por causa da Cássia Eller. Achei a matéria muito boa e vou ouvir agora o CD "Antigo" para conhecer melhor o trabalho deste compositor.
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