Título: Made in China
Artista: Carlos Careqa
Gravadora: BED (Barbearia Espiritual Discos) / Tratore
Cotação: * * * 1/2
Chico Buarque declarou publicamente que, ao compor Rubato (parceria com Jorge Helder que gravou em seu recente álbum Chico, de 2011), se inspirou em sua participação em Minha música, tema do sétimo CD de Carlos Careqa, Alma boa de lugar nenhum (BED, 2011). Pois o bom compositor catarinense, radicado há São Paulo (SP) desde os anos 90, apresenta em seu oitavo CD, Made in China, mais canções para inspirar Chico. O álbum enfileira 14 músicas inéditas produzidas, arranjadas e mixadas por Marcio Nigro, músico versátil que pilota violão, baixo, guitarra, teclados, samplers e programações em 13 das 14 faixas. A exceção é Calma alma (Carlos Careqa), tema harmonizado somente com as vozes dobradas do cantautor. Made in China flagra Careqa em outro bom momento criativo como compositor - atestado em 44 (Quarenta e quatro), tema de poesia tão sólida que resiste sem música. Com introdução de tom árabe, a faixa-título Made in China (Carlos Careqa) faz (bom) humor com o comércio globalizado ora dominado pela China. Há na faixa a mesma ironia que pauta Mídia (Carlos Careqa). Já Crise de identidade (Carlos Careqa) tem tom confessional reiterado em Gohan de dois (Carlos Careqa) e em Ladro (Carlos Careqa), canção metalinguística de pegada pop roqueira que dialoga poeticamente com Rubato e, não por acaso, é dedicada a Chico Buarque. Destaque do cancioneiro autoral, O q e cê tem na cabeça? (Carlos Careqa e Marcelo Quintaninha) é levada na pressão da bateria de Thiago Big Rabello, mote do arranjo. Botão de futebol (Carlos Careqa e Adriano Sátiro) faz Made in China cair no samba com inventividade. É animado lance que expande repertório habitualmente mais introspectivo. Em qualquer campo, é certo que Made in China é produto legítimo. Mesmo que o cantor seja falso, são bonitas - ao jeito particular de Carlos Careqa, claro - em sua maioria as canções do bom disco.
2 comentários:
Chico Buarque declarou publicamente que, ao compor Rubato (parceria com Jorge Helder que gravou em seu recente álbum Chico, de 2011), se inspirou em sua participação em Minha música, tema do sétimo CD de Carlos Careqa, Alma boa de lugar nenhum (BED, 2011). Pois o bom compositor catarinense, radicado há São Paulo (SP) desde os anos 90, apresenta em seu oitavo CD, Made in China, mais canções para inspirar Chico. O álbum enfileira 14 músicas inéditas produzidas, arranjadas e mixadas por Marcio Nigro, músico versátil que pilota violão, baixo, guitarra, teclados, samplers e programações em 13 das 14 faixas. A exceção é Calma alma (Carlos Careqa), tema harmonizado somente com as vozes dobradas do cantautor. Made in China flagra Careqa em outro bom momento criativo como compositor - atestado em 44 (Quarenta e quatro), tema de poesia tão sólida que resiste sem música. Com introdução de tom árabe, a faixa-título Made in China (Carlos Careqa) faz (bom) humor com o comércio globalizado ora dominado pela China. Há na faixa a mesma ironia que pauta Mídia (Carlos Careqa). Já Crise de identidade (Carlos Careqa) tem tom confessional reiterado em Gohan de dois (Carlos Careqa) e em Ladro (Carlos Careqa), canção metalinguística de pegada pop roqueira que dialoga poeticamente com Rubato e, não por acaso, é dedicada a Chico Buarque. Destaque do cancioneiro autoral, O q e cê tem na cabeça? (Carlos Careqa e Marcelo Quintaninha) é levada na pressão da bateria de Thiago Big Rabello, mote do arranjo. Botão de futebol (Carlos Careqa e Adriano Sátiro) faz Made in China cair no samba com inventividade. É animado lance que expande repertório habitualmente mais introspectivo. Em qualquer campo, é certo que Made in China é produto legítimo. Mesmo que o cantor seja falso, são bonitas - ao jeito particular de Carlos Careqa, claro - em sua maioria as canções do bom disco.
Só conheço esse Carequa através da crítica,geralmente positivas.
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