Mauro Ferreira no G1

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quarta-feira, 6 de fevereiro de 2013

My Bloody Valentine segue sua viagem em 'MBV' por trilhas previsíveis

Resenha de CD
Título: MBV
Artista: My Bloody Valentine
Gravadora: sem indicação
Cotação: * * *
Álbum disponibilizado para audição no YouTube e para venda no site oficial da banda

Primeiro álbum do grupo irlandês My Blood Valentine em 22 anos, MBV segue a viagem estranha da banda que cristalizou o estilo (uniforme e letárgico) rotulado como shoegaze e que se tornou influente ao longo de seus 30 anos de atividades não contínuas. Formada em 1983 em Dublin, desativada em 1997 e reagrupada (com outra formação) em 2007, a banda do guitarrista Kevin Shields tinha lançado somente dois álbuns, Isn't everything (1988) e o cultuado Loveless (1991), disco apontado como a obra-prima do My Bloody Valentine por seu som de camadas densas, construídas com distorções, efeitos e vocais abafados - com a guitarra de Shields sempre em primeiro plano. Esse som é rebobinado - com a mesma receita básica de 1991 - nas nove faixas de MBV, álbum produzido por Shields e lançado, após cinco anos de burilamento, em 2 de fevereiro de 2013. Destaque do repertório autoral, If i am exemplifica a habilidade do My Bloody Valentine de deixar entrever uma alma pop entre tantas propositais estranhezas. Mas o fato é que temas como Only tomorrow e who sees you soam como sobras ou bônus de Loveless. Obscurecidos por tantos efeitos, os vocais de Bilinda Butcher - dispensados somente na instrumental Nothing is - soam ininteligíveis, como é praxe nas gravações do grupo. Em sua segunda metade, que destaca temas como New you e Another wayMBV até tenta se descolar do antecessor Loveless sem efetivamente chegar a um novo destino nessa viagem estranha em que My Bloody Valentine segue trilhas já previsíveis.

Um comentário:

Mauro Ferreira disse...

Primeiro álbum do grupo irlandês My Blood Valentine em 22 anos, MBV segue a viagem estranha da banda que cristalizou o estilo (uniforme e letárgico) rotulado como shoegaze e que se tornou influente ao longo de seus 30 anos de atividades não contínuas. Formada em 1983 em Dublin, desativada em 1997 e reagrupada (com outra formação) em 2007, a banda do guitarrista Kevin Shields tinha lançado somente dois álbuns, Isn't everything (1988) e o cultuado Loveless (1991), disco apontado como a obra-prima do My Bloody Valentine por seu som de camadas densas, construídas com distorções, efeitos e vocais abafados - com a guitarra de Shields sempre em primeiro plano. Esse som é rebobinado - com a mesma receita básica de 1991 - nas nove faixas de MBV, álbum produzido por Shields e lançado, após cinco anos de burilamento, em 2 de fevereiro de 2013. Destaque do repertório autoral, If i am exemplifica a habilidade do My Bloody Valentine de deixar entrever uma alma pop entre tantas propositais estranhezas. Mas o fato é que temas como Only tomorrow e who sees you soam como sobras ou bônus de Loveless. Obscurecidos por tantos efeitos, os vocais de Bilinda Butcher - dispensados somente na instrumental Nothing is - soam ininteligíveis, como é praxe nas gravações do grupo. Em sua segunda metade, que destaca temas como New you e Another way, MBV até tenta se descolar do antecessor Loveless sem efetivamente chegar a um novo destino nessa viagem estranha em que My Bloody Valentine segue trilhas já previsíveis.