Título: Atento aos sinais
Artista: Ney Matogrosso (em foto de Mauro Ferreira)
Local: Cine-Theatro Central (Juiz de Fora, Minas Gerais)
Data: 28 de fevereiro de 2013
Cotação: * * * * 1/2
Show em cartaz na casa HSBC Brasil, em São Paulo (SP), de 8 a 10 de março de 2013
"O tempo é o meu lugar / O tempo é a minha casa / A casa é onde eu quero estar". Através destes versos do refrão de A ilusão da casa (2000), bela balada do compositor gaúcho Vítor Ramil interpretada por Ney Matogrosso no show Atento aos sinais, o cantor de Mato Grosso se situa em cena, no seu próprio tempo e espaço, livre, sem amarras estéticas. Atento e forte aos 71 anos, Ney Matogrosso mal encerrou a turnê do show Beijo Bandido já está de volta à cena com espetáculo quente, vital, urgente, de roteiro sempre surpreendente, calcado em músicas de artistas do universo indie brasileiro. Na estreia nacional de Atento aos sinais no Cine-Theatro Central de Juiz de Fora (MG), em 28 de fevereiro de 2013, Ney Matogrosso se reafirmou um (grande) intérprete inclassificável, já atemporal, politizado. Sob a pop direção musical do tecladista Sacha Amback, o cantor dá sua voz metálica a compositores cults e/ou emergentes em show feito na pressão. A pegada dos arranjos é calcada nos metais. Egresso da banda Ouro Negro, o trombonista Everson Moraes sopra com o trompetista Aquiles Moraes sons calorosos ao longo de todo o show. A metaleira já ecoa forte no refrão do primeiro impactante número, Rua da passagem (Trânsito) (1999), parceria de Lenine com Arnaldo Antunes que espoca flash do caos urbano, sinalizando a efervescência do espetáculo. Explosiva, Incêndio (1991) - música do repertório da banda carioca Urge, plataforma dos primórdios punks do compositor Pedro Luís - mantém elevada a temperatura, aquecida também pela luz vermelha que incide sobre o palco. Incandescentes, os metais simulam as sirenes de um carro de bombeiros. Na sequência, o rock Vida louca vida (Lobão e Bernardo Vilhena, 1987) reitera o tom urgente do roteiro. Imagens antigas de Ney - que remetem à fase dos anos 70, de discos como Pecado (1977) e Feitiço (1978) - são projetadas como a sinalizar balanço existencial de vida que já foi louca. Termina, então, o bloco cheio de pressão do início do show. Após retirada estratégica de peça do figurino, Roendo as unhas (Paulinho da Viola, 1973) abre set menos incendiário, mas nem por isso menos incisivo. Fora do universo do samba e do choro, o tema de Paulinho se ajusta à pegada do show com suingue latino. Noite torta (1993) - primeira das três músicas de Itamar Assumpção (1949 - 2003), compositor predominante no roteiro - soa climática, com leve psicodelia. A letra fala em espelho. E, de certa forma, tal citação está refletida no cenário, que aloca um espelho ao centro do palco - base para a troca de figurinos. É sentado na frente desse espelho que Ney canta a música de Itamar. Oração (2010), tema do emergente Dani Black que expõe na letra o título do show, suplica aos céus uma vida sem tempos mortos. "Não hei de ceder ao vazio desses dias iguais", promete Ney, lendo a letra no teleprompter, mas sem que a leitura (desta letra e dos versos de outras músicas) tire a força de sua interpretação. Paradoxalmente, vem em seguida o único tempo quase morto do show. É quando - ao som de ruídos e efeitos eletrônicos de tom futurista - Ney muda de figurino numa troca que, ao menos na estreia nacional de Atento aos sinais, resultou demorada. Retomado o roteiro, Two naira fifty kobo - tema de Caetano Veloso, lançado pelo compositor em seu álbum Bicho (1977) - ganha batuque tribal e sentido político adicional em tempos de aniquilação de povos indígenas. Imagens de índios, aliás, são projetadas nas plataformas metaleiras que compõem o cenário metálico. Um dos pontos mais altos do show, Freguês da meia-noite - abolerada música lançada pelo rapper paulista Criolo em seu consagrador álbum Nó na orelha (2011) - esboça clima noturno que brinca com códigos do cancioneiro kitsch nacional. É a senha para um bloco de sensualidade mais erotizada. Isso não vai ficar assim - xote de Itamar Assumpção, gravado por Ney em 2012 em dueto com Zélia Duncan para disco em que a cantora aborda a obra do Nego Dito - é veículo para a exposição dessa sensualidade exibicionista do cantor, elevada a níveis explicitamente provocantes no verso Beija-me. Também ambientada no clima quente do bloco, Pronomes (Beto Boing e Paulo Passos, 2006) - pop rock tropical do repertório da banda paulista Zabomba - propõe mais liberdade e menos regras na gramática sexual. Beijos de imã - inédita de Jerry Espíndola, Alzira E e Arruda - reitera o erotismo e brinca em cima daquilo. Ney se deleita em cena, para gozo da plateia. Hit da cult banda carioca Tono, Não consigo (Rafael Rocha, 2010) também bate na tecla da sensualidade no registro quase lascivo de Ney. O arranjo da música tem toque kitsch na introdução e no fim do número. Terceira música de Itamar Assumpção a entrar em cena, Fico louco (1980) ainda pode ficar mais louca no decorrer da temporada. Já o balanço pop tropical do Samba do blackberry (Rafael Rocha e Alberto Continentino, 2010) - outra música do repertório do grupo carioca Tono - surte efeito de cara, injetando humor no mosaico contundente de Atento aos sinais. Confirmando o caráter surpreendente do roteiro, montado sem hits e sem concessões, Tupi Fusão expõe em cena a verborragia consciente do rapper alagoano Vítor Pirralho. O tema é valorizado pela coreografia de Ney no número. No fim, Todo mundo o tempo todo - ótima composição do inspirado Dan Nakagawa - fecha o show em grande estilo, traduzindo na letra a efervescência e a inquietude de Atento aos sinais, espetáculo exuberante que celebra o movimento incessante e renovador da vida. No bis, Ney é alvo da ovação da plateia ao reviver Amor (João Ricardo e João Apolinário, 1973), música menos batida do primeiro álbum do Secos & Molhados, grupo que deu visibilidade nacional ao cantor há 40 anos. Na sequência, Astronauta lírico (2007) - outra joia rara da lavra delicada do compositor Vítor Ramil - comove com sua beleza. Bolas de sabão caem sobre o palco e o público. É o sinal emocionante de que a viagem chegara ao fim. Ney - o astronauta libertário e libertado - está de volta à Terra, atento, forte, renovado, fazendo do tempo sua casa e lugar.
24 comentários:
"O tempo é o meu lugar / O tempo é a minha casa / A casa é onde eu quero estar". Através destes versos do refrão de A ilusão da casa (2000), bela balada do compositor gaúcho Vítor Ramil interpretada por Ney Matogrosso no show Atento aos sinais, o cantor de Mato Grosso se situa em cena, no seu próprio tempo e espaço, livre, sem amarras estéticas. Atento e forte aos 71 anos, Ney Matogrosso mal encerrou a turnê do show Beijo Bandido já está de volta à cena com espetáculo quente, pop, urgente, de roteiro sempre surpreendente, calcado em músicas de artistas do universo indie brasileiro. Na estreia nacional de Atento aos sinais no Cine-Theatro Central de Juiz de Fora (MG), em 28 de fevereiro de 2013, Ney Matogrosso se reafirmou um (grande) intérprete inclassificável, já atemporal, politizado. Sob a direção musical do tecladista Sacha Amback, o cantor dá sua voz metálica a compositores cults e/ou emergentes em show feito na pressão. A pegada dos arranjos é calcada nos metais. Egresso da banda Ouro Negro, o trombonista Everson Moraes sopra com o trompetista Aquiles Moraes sons calorosos ao longo de todo o show. A metaleira já ecoa forte no refrão do primeiro impactante número, Rua da passagem (Trânsito) (1999), parceria de Lenine com Arnaldo Antunes que espoca flash do caos urbano, sinalizando a efervescência do espetáculo. Explosiva, Incêndio (1992) - música do repertório da banda carioca Urge, plataforma dos primórdios punks do compositor Pedro Luís - mantém elevada a temperatura, aquecida também pela luz vermelha que incide sobre o palco. Incandescentes, os metais simulam as sirenes de um carro de bombeiros. Na sequência, o rock Vida louca vida (Lobão e Bernardo Vilhena, 1997) reitera o tom urgente do roteiro. Imagens antigas de Ney - que remetem à fase dos anos 70, de discos como Pecado (1977) e Feitiço (1978) - são projetadas como a sinalizar balanço existencial de vida que já foi louca. Termina, então, o bloco cheio de pressão do início do show. Após retirada estratégica de peça do figurino, Roendo as unhas (Paulinho da Viola, 1973) abre set menos incendiário, mas nem por isso menos incisivo. Fora do universo do samba e do choro, o tema de Paulinho se ajusta à pegada do show com suingue latino. Noite torta (1993) - primeira das três músicas de Itamar Assumpção (1949 - 2003), compositor predominante no roteiro - soa climática, com leve psicodelia. A letra fala em espelho. E, de certa forma, tal citação está refletida no cenário, que aloca um espelho ao centro do palco - base para a troca de figurinos. É sentado na frente do espelho que Ney canta o tema de Itamar. Oração, tema do emergente Dani Black que expõe na letra o título do show, suplica aos céus uma vida sem tempos mortos. "Não hei de ceder ao vazio desses dias iguais", promete Ney, lendo a letra no teleprompter, mas sem que a leitura (desta letra e dos versos de outras músicas) tire a força de sua interpretação. Paradoxalmente, vem em seguida o único tempo quase morto do show. É quando - ao som de ruídos e efeitos eletrônicos de tom futurista - Ney muda de figurino numa troca que, ao menos na estreia nacional de Atento aos sinais, resultou demorada.
Retomado o roteiro, Two naira fifty kobo - tema de Caetano Veloso, lançado pelo compositor em seu álbum Bicho (1977) - ganha batuque tribal e sentido político adicional em tempos de aniquilação de povos indígenas. Imagens de índios, aliás, são projetadas nas plataformas metaleiras que compõem o cenário metálico. Um dos pontos mais altos do show, Freguês da meia-noite - abolerada música lançada pelo rapper paulista Criolo em seu consagrador álbum Nó na orelha (2011) - esboça clima noturno que brinca com códigos do cancioneiro kitsch nacional. É a senha para um bloco de sensualidade mais erotizada. Isso não vai ficar assim - xote de Itamar Assumpção, gravado por Ney em 2012 em dueto com Zélia Duncan para disco em que a cantora aborda a obra do Nego Dito - é veículo para a exposição dessa sensualidade exibicionista do cantor, elevada a níveis explicitamente provocantes no verso Beija-me. Também ambientada no clima quente do bloco, Pronomes (Beto Boing e Paulo Passos, 2006) - pop rock tropical do repertório da banda paulista Zabomba - propõe mais liberdade e menos regras na gramática sexual. Beijos de imã - música em que Ney se apresenta como compositor, assinando o tema com Jerry Espíndola, Alzira Espíndola e Arruda - cola nesse tom erotizado e brinca em cima daquilo. Ney se deleita em cena, para gozo da plateia, Sucesso cult da banda carioca Tono, Não consigo (Rafael Rocha, 2010) também bate na tecla da sensualidade no registro quase lascivo de Ney. O arranjo da música tem toque kitsch na introdução e no fim do número. Terceira música de Itamar Assumpção a entrar em cena, Fico louco (1983) ainda pode ficar mais louca no decorrer da temporada. Já o balanço pop tropical do Samba do blackberry (Rafael Rocha e Alberto Continentino, 2010) - outra música do repertório do grupo carioca Tono - surte efeito de cara, injetando humor no mosaico contundente de Atento aos sinais. Confirmando o caráter surpreendente do roteiro, montado sem hits e sem concessões, Tupifusão expõe em cena a verborragia consciente do rapper alagoano Vítor Pirralho. O tema é valorizado pela coreografia de Ney no número. No fim, Todo mundo o tempo todo - ótima composição do inspirado Dan Nakagawa - fecha o show em grande estilo, traduzindo na letra a efervescência e a inquietude de Atento aos sinais, espetáculo exuberante que celebra o movimento incessante e renovador da vida. No bis, Ney é alvo da ovação da plateia ao reviver Amor (João Ricardo e João Apolinário, 1973), música menos batida do primeiro álbum do Secos & Molhados, grupo que deu visibilidade nacional ao cantor há 40 anos. Na sequência, Astronauta lírico - outra joia rara da lavra delicada do compositor Vítor Ramil - comove com sua beleza. Bolas de sabão caem sobre o palco e o público. É o sinal emocionante de que a viagem chegara ao fim. Ney - o astronauta libertário e libertado - está de volta à Terra, atento, forte, renovado, fazendo do tempo sua casa e lugar.
Nossa, muitas músicas não conheço, mas só em Ney adotar 2 das melhores músicas do Vitor Ramil já é um motivo e tanto para ver esse show.
O Nei sempre surpreende.
Astronauta Lírico deve ter ficado excelente.
Aliás, o Ney vai participar do disco do Vitor Ramil cantando "Que Horas Não São?",´álbum este financiado por seus fãs.
Preciso muito de um show de Ney Matogrosso.
Por uma graça divina, o show passará por Brasília já no final deste mês. Ótima resenha. Amo Ney!
E Cinema Íris, do Luis Capucho?
Chega a ser uma heresia um intérprete do quilate de Ney (e a enorme expectativa que ele provoca em seu público) estruturar um show sem nenhum grande hit de sua carreira. E não acho que é só a atitude libertária que sempre o norteou e sua tão celebrada originalidade que causam isso. Ney seria livre de qualquer jeito, mesmo se cantasse um repertório mais batido, pois ele sempre dá um jeito de se reinventar. Sobretudo é a impressionante segurança e propriedade c/ que Ney entoa suas canções que faz c/ o roteiro inusitado se imponha, mesmo se parte da plateia estiver ávida por canções conhecidas, afinal, isso sempre pode acontecer. Maravilhosa a ideia de abrir com 'Rua da Passagem' e fechar com 'Todo mundo o tempo todo'. E deve ter sido emocionante mesmo o final ao som do lirismo fantástico e genial de Victor Ramil. Li há pouco no Face do Notas, um comentário de uma leitora sobre esse teu texto, Mauro, dizendo que vc escreve cada vez melhor, e é verdade. Acrescentaria que um artista sempre inspirado como Ney, provocou e instigou essa delícia que acabei de ler num cara sempre atento como vc. Os "olhos de farol" também são seus… rsss
Chega a ser uma heresia um intérprete do quilate de Ney (e a enorme expectativa que ele provoca em seu público) estruturar um show sem nenhum grande hit de sua carreira. E não acho que é só a atitude libertária que sempre o norteou e sua tão celebrada originalidade que causam isso. Ney seria livre de qualquer jeito, mesmo se cantasse um repertório mais batido, pois ele sempre dá um jeito de se reinventar. Sobretudo é a impressionante segurança e propriedade c/ que Ney entoa suas canções que faz c/ o roteiro inusitado se imponha, mesmo se parte da plateia estiver ávida por canções conhecidas, afinal, isso sempre pode acontecer. Maravilhosa a ideia de abrir com 'Rua da Passagem' e fechar com 'Todo mundo o tempo todo'. E deve ter sido emocionante mesmo o final ao som do lirismo fantástico e genial de Victor Ramil. Li há pouco no Face do Notas, um comentário de uma leitora sobre esse teu texto, Mauro, dizendo que vc escreve cada vez melhor, e é verdade. Acrescentaria que um artista sempre inspirado como Ney, provocou e instigou essa delícia que acabei de ler num cara sempre atento como vc. Os "olhos de farol" também são seus… rsss
Chega a ser uma heresia um intérprete do quilate de Ney (e a enorme expectativa que ele provoca em seu público) estruturar um show sem nenhum grande hit de sua carreira. E não acho que é só a atitude libertária que sempre o norteou e sua tão celebrada originalidade que causam isso. Ney seria livre de qualquer jeito, mesmo se cantasse um repertório mais batido, pois ele sempre dá um jeito de se reinventar. Sobretudo é a impressionante segurança e propriedade c/ que Ney entoa suas canções que faz c/ o roteiro inusitado se imponha, mesmo se parte da plateia estiver ávida por canções conhecidas, afinal, isso sempre pode acontecer. Maravilhosa a ideia de abrir com 'Rua da Passagem' e fechar com 'Todo mundo o tempo todo'. E deve ter sido emocionante mesmo o final ao som do lirismo fantástico e genial de Victor Ramil. Li há pouco no Face do Notas, um comentário de uma leitora sobre esse teu texto, Mauro, dizendo que vc escreve cada vez melhor, e é verdade. Acrescentaria que um artista sempre inspirado como Ney, provocou e instigou essa delícia que acabei de ler num cara sempre atento como vc. Os "olhos de farol" também são seus… rsss
Correção, Mauro: Vida Louca Vida, de 1987 (está 1997). Abraços e obrigado pelo conteúdo dos textos, sempre incríveis.
Caros comentaristas, sorry pela demora na liberação dos comentários. De Juiz de Fora fui diretamente para a Bahia. Estou com acesso limitado à internet. Fábio, grato pelo toque do erro de digitação, já corrigido. Abs, MauroF
Estava aqui revendo algumas das últimas entrevistas do Ney e, alguns planos que ele tinha para esse show, um ano atrás, não se concretizaram. O que pelo visto não prejudicou em nada. Mas ele disse que pretendia abandonar o microfone de mão, para ter mais liberdade na dança, e usar projeção mapeada. Seria interessante.
E Cinema Íris, do Luis Capucho? (2)
Desconfio que sua resenha ficou bem melhor que o show de Ney(Que já foi ótimo,mas hoje...).
Raphael e Sweet Kiwi, Ney não cantou incluiu música do Capucho no roteiro da estreia e tampouco "Escudos", da Maria Gadú. Abs, MauroF
p.s.: no post abaixo, publico o roteiro na íntegra.
Acho que o repertório está tão enxuto e interessante como o próprio Ney. Não curto tanto Cinema Íris e tampouco Escudos. Se bem que na voz de Ney tudo parece ficar tão bonito que, talvez... mas deixa pra lá.
Falando na voz dele, dei uma olhada em uns vídeos do show, e, cara, Ney continua cantando cada vez melhor! Impressionante como a voz continua com a mesma potência e afinação de quando ele tinha 40, não envelheceu em nada, muito louco isso!
até as canções mais idiotas e sem-graça ganham destaque na voz de Midas de Ney. Aí está mais uma prova.
As fotos são inspiradoras! Claro que vou ao show. Ney é um dos poucos artistas brasileiros, do primeiro time, que não precisa de instituição dita cultural para exibir seu talento. Ocupa o maior, as grandes casas de shows do país e do mundo. Isso mantém sua grandiosidade. A gente sente prazer em pagar ingresso, a qualquer preço, até para mantê-lo no auge sempre. Nunca vi Ney pedindo favor. O povo é que pede favor a ele. Maravilhoso. Ney é especial. Parabéns pelo texto Mauro.
Vi o show ontem. É lindo mesmo. Aquele final é apoteótico.
Tenho algumas ressalvas:
1 - a troca de figurino precisa ser repensada, está demorando muito e pra ajudar o zíper da bota não fechou então ele teve que tirar e ficar descalço.
2 - o final, antes do bis, ficou meio assim estranho, nem a banda nem a plateia entendeu que havia terminado o show.
São detalhes que creio eu, no decorrer da turnê serão sanados.
Vi o show ontem. É lindo mesmo. Aquele final é apoteótico.
Tenho algumas ressalvas:
1 - a troca de figurino precisa ser repensada, está demorando muito e pra ajudar o zíper da bota não fechou então ele teve que tirar e ficar descalço.
2 - o final, antes do bis, ficou meio assim estranho, nem a banda nem a plateia entendeu que havia terminado o show.
São detalhes que creio eu, no decorrer da turnê serão sanados.
Só Ney, com essa arte incrivel, para levantar nosso moral, o povo brasileiro agradece. Mil anos de vida prá ney
Parabéns pelo lindo e excelente texto, Mauro! Já tinha lido este texto antes, mas deixei para comentá-lo depois que eu assistisse ao show "Atento aos sinais", o que aconteceu ontem na estréia aqui no Rio! Meus Deus, que show foi esse? O que dizer de um cara que aos 71 anos, desafiando todos os paradigmas e o próprio tempo, faz um show impactante em todos os aspectos - repertório, sonoridade, iluminação, projeções, figurinos, coreografias - e continua cantando com uma das mais belas e intactas vozes do Brasil! A beleza cênica e melódica de "Astronauta Lírico" - momento de pura poesia - levaram-me às lágrimas! E o mesmo se deu com a belíssima "Poema" no segundo bizz! Há tempos não saía de um show tão impactado como deste! Minha vontade era, parafraseando Marina Lima, "...abrir meu peito e cantar, abrir meu bico e gritar..." que é um imenso PRIVILÉGIO e ORGULHO viver num tempo e num país que tem um artista do quilate do Ney Matogrosso!
Parabéns pelo lindo, excelente e fidedigno texto, Mauro! Já o tinha lido aqui, mas deixei para comentar depois que eu assitisse ao show "Atento aos sinais", o que aconteceu ontem na estréia aqui no Rio! Meus Deus, que show foi esse? O que dizer de um cara que aos 71 anos, desafiando todos os paradigmas e o próprio tempo, faz um show impactante em todos os aspectos - repertório, sonoridade, iluminação, projeções, figurinos, coreografias - e continua cantando com uma das mais belas e intactas vozes do Brasil! A beleza cênica e melódica de "Astronauta Lírico" - momento de pura poesia - levaram-me às lágrimas! E o mesmo se deu com a belíssima "Poema" no segundo bizz! Há tempos não saía de um show tão impactado como deste! Minha vontade era, parafraseando Marina Lima, "...abrir meu peito e cantar, abrir meu bico e gritar..." que é um imenso PRIVILÉGIO e ORGULHO viver num tempo e num país que tem um artista do quilate do Ney Matogrosso!
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