sábado, 9 de março de 2013

Bocelli baixa tom em 'Passione' e banca o sedutor com Jennifer e Nelly

Resenha de CD
Título: Passione
Artista: Andrea Bocelli
Gravadora: Sugar Music / Universal Music
Cotação: * * *

Andrea Bocelli cai no samba sem sua grandiloquência vocal. Samba de Haroldo Lobo e Niltinho, Tristeza é cantado pelo tenor italiano num português fluente - e, sim, com algum insuspeito suingue - no tom comedido que pauta as interpretações do cantor em Passione, 14º álbum de estúdio do artista, lançado em 29 de janeiro de 2013 e já editado no Brasil via Universal Music. Como todo tenor de estilo operístico, Bocelli está habituado a ostentar em discos a exuberância vocal dos cantores do gênero. Contudo, em Passione, ele baixa o tom - sem abrir mão do aparato orquestral ornamentado por David Foster, produtor e arranjador deste CD poliglota - e banca o sedutor em série de regravações de standards mundiais, três rebobinados em duetos. Bocelli joga seu charme para Jennifer Lopez, Nelly Furtado e até para Edith Piaf (1915 -1963). Trechos de gravação da cantora francesa foram inseridos em La vie en rose (Edith Piaf e Louiguy). Com Jennifer Lopez, o cantor exercita seu espanhol ao rebobinar em tons suaves o bolero Quizás, quizás, quizás (Oswaldo Ferrés), clássico de 1947. Já com Nelly Furtado o clima é de bossa nova, pois o dueto acontece em Corcovado (Antonio Carlos Jobim), tema já em si ambientado numa atmosfera íntima de sedução. De início, Bocelli e Furtado entoam a canção de Jobim em português - ele com mais fluência e menos sotaque do que ela - em registro que deságua na versão em inglês intitulada Quiet nights of quiet stars e assinada por Gene Lees. Ainda na praia da bossa carioca, Bocelli celebra a beleza natural da Garota de Ipanema (Tom Jobim e Vinicius de Moraes) sem sair do tom. Entre boleros mexicanos como Perfídia (Alberto Borras Dominguez) e hits da canção italiana como Champagne (Domenico Di Francia, Salvatore de Pasquale e Sergio Iodice) e Anema e core (D'Esposito e Titomaglio), Bocelli faz inofensivo jogo de sedução em Passione que vai conquistar o público-alvo do disco.

6 comentários:

  1. Andrea Bocelli cai no samba sem sua grandiloquência vocal. Samba de Haroldo Lobo e Niltinho, Tristeza é cantado pelo tenor italiano num português fluente - e, sim, com algum insuspeito suingue - no tom comedido que pauta as interpretações do cantor em Passione, 14º álbum de estúdio do artista, lançado em 29 de janeiro de 2013 e já editado no Brasil via Universal Music. Como todo tenor de estilo operístico, Bocelli está habituado a ostentar em discos a exuberância vocal dos cantores do gênero. Contudo, em Passione, ele baixa o tom - sem abrir mão do aparato orquestral ornamentado por David Foster, produtor e arranjador deste CD poliglota - e banca o sedutor em série de regravações de standards mundiais, três rebobinados em duetos. Bocelli joga seu charme para Jennifer Lopez, Nelly Furtado e até para Edith Piaf (1915 -1963). Trechos de gravação da cantora francesa foram inseridos em La vie en rose (Edith Piaf e Louiguy). Com Jennifer Lopez, o cantor exercita seu espanhol ao rebobinar em tons suaves o bolero Quizás, quizás, quizás (Oswaldo Ferrés), clássico de 1947. Já com Nelly Furtado o clima é de bossa nova, pois o dueto acontece em Corcovado (Antonio Carlos Jobim), tema já em si ambientado numa atmosfera íntima de sedução. De início, Bocelli e Furtado entoam a canção de Jobim em português - ele com mais fluência e menos sotaque do que ela - em registro que deságua na versão em inglês intitulada Quiet nights of quiet stars e assinada por Lee Gene. Ainda na praia da bossa carioca, Bocelli celebra a beleza natural da Garota de Ipanema (Tom Jobim e Vinicius de Moraes) sem sair do tom. Entre boleros mexicanos como Perfídia (Alberto Borras Dominguez) e hits da canção italiana como Champagne (Domenico Di Francia, Salvatore de Pasquale e Sergio Iodice) e Anema e core (D'Esposito e Titomaglio), Bocelli faz inofensivo jogo de sedução em Passione que vai conquistar o público-alvo do disco.

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  2. Andrea Bocelli é um tenor de imenso talento e muito carismástico.
    Só não gostei muito da companhia de Jennifer Lopez ela coloca a sensualidade na frente da sua música de fato, uma mulher bonita mas a música na minha opnião tem que sempre estar no primeiro plano.

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  3. Adoro Bocelli, mas esse CD é só caça niquel heim ... eu ouvi na Saraiva, e embora eu tenha vários Cds dele, esse eu vou pular.

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  4. Não ouvi o CD mas fiquei curioso com Corcovado e fui procurar, por que Nelly Furtado fala português, mas de Portugal, já que os pais são portugueses. Mas ela tentou cantar "abrasileirado", aí o sotaque não ficou tão fluente. No DVD desse trabalho, gravado na Itália, a Sandy que canta com ele essa música.

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  5. Mauro,

    A versão em inglês de Corcovado (ps: horrível, por sinal...) não seria de autoria de Gene Lees?

    Abração,
    Denilson

    Ps2: Bocelli despencando ladeira abaixo, como muitos... Se é que ele esteve no alto de alguma ladeira.

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  6. Claro, Denilson. Grato pelo toque do erro,já corrigido. Abs, MauroF

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