Título: Noel Rosa ao entardecer
Artista: Flávio Bala
Gravadora: Selo Sesc
Cotação: * * *
Afirma Danilo Santos de Miranda, diretor regional do Sesc São Paulo, em texto escrito para o encarte do CD Noel Rosa ao entardecer, que é difícil encontrar leituras da obra de Noel Rosa (1910 - 1937) que não sigam a trilha apontada pelo próprio compositor carioca, mestre nos anos 30 na criação de um samba mais urbano, apimentado com a verve dos seus versos. Pois o saxofonista Flávio Bala aponta outro caminho no disco editado pelo Selo Sesc neste mês de março de 2013. Em Noel Rosa ao entardecer, CD inteiramente instrumental que começou a ser gestado em 2010, ano do centenário de nascimento do compositor, a obra de Noel cai no samba-jazz. Bala lidera quarteto de formação jazzística. Mas os músicos não abusam da liberdade proporcionada pelo jazz para desfigurar a obra do Poeta da Vila. Ao contrário. As melodias inventivas, sempre originais, podem ser apreciadas no disco, sopradas pelo sax de Bala. As intervenções do quarteto ficam geralmente para a parte final das faixas. No suave ponto de Bala, Último desejo (1937) e Feitio de oração (Noel Rosa e Vadico, 1932), por exemplo, têm preservadas suas melancolias. A rigor, aliás, Feitio de oração nem deveria estar no disco, pois, em registro instrumental, sem a letra de Noel, o que fica é a bela e triste melodia do compositor e pianista paulista Oswaldo Gogliano (1910 - 1962), o Vadico, principal parceiro de Noel. Já Palpite infeliz (1935) é exemplo da maestria de Noel no exercício da criação de música e letra. Por conta de um problema de prensagem, a disposição dos sambas Fita amarela (1933) e Onde está a honestidade? (1933) resulta invertida no disco - o mesmo ocorrendo com os sambas Feitiço da Vila (1934) e o menos ouvido Mentir (1933). Problema técnico à parte, o CD Noel Rosa ao entardecer cumpre sua função de abordar a obra do Poeta da Vila por viés pouco usual. Vale por isso, embora o melhor caminho seja o de Noel...
5 comentários:
Afirma Danilo Santos de Miranda, diretor regional do Sesc São Paulo, em texto escrito para o encarte do CD Noel Rosa ao entardecer, que é difícil encontrar leituras da obra de Noel Rosa (1910 - 1937) que não sigam a trilha apontada pelo próprio compositor carioca, mestre nos anos 30 na criação de um samba mais urbano, apimentado com a verve dos seus versos. Pois o saxofonista Flávio Bala aponta outro caminho no disco editado pelo Selo Sesc neste mês de março de 2013. Em Noel Rosa ao entardecer, CD inteiramente instrumental que começou a ser gestado em 2010, ano do centenário de nascimento do compositor, a obra de Noel cai no samba-jazz. Bala lidera quarteto de formação jazzística. Mas os músicos não abusam da liberdade proporcionada pelo jazz para desfigurar a obra do Poeta da Vila. Ao contrário. As melodias inventivas, sempre originais, podem ser apreciadas no disco, sopradas pelo sax de Bala. As intervenções do quarteto ficam geralmente para a parte final das faixas. No suave ponto de Bala, Último desejo (1937) e Feitio de oração (Noel Rosa e Vadico, 1932), por exemplo, têm preservadas suas melancolias. A rigor, aliás, Feitio de oração nem deveria estar no disco, pois, em registro instrumental, sem a letra de Noel, o que fica é a bela e triste melodia do compositor e pianista paulista Oswaldo Gogliano (1910 - 1962), o Vadico, principal parceiro de Noel. Já Palpite infeliz (1935) é exemplo da maestria de Noel no exercício da criação de música e letra. Por conta de um problema de prensagem, a disposição dos sambas Fita amarela (1933) e Onde está a honestidade? (1933) resulta invertida no disco - o mesmo ocorrendo com os sambas Feitiço da Vila (1934) e o menos ouvido Mentir (1933). Problema técnico à parte, o CD Noel Rosa ao entardecer cumpre sua função de abordar a obra do Poeta da Vila por viés pouco usual. Vale por isso, embora o melhor caminho seja o de Noel...
Acho que Feitio de Oração é a música que mais gosto de Noel Rosa! escolha difícil diante de tantas belas.
Eu fico com Último Pedido, Maricota.
"Perto de você me calo
Tudo penso e nada falo
Tenho medo de chorar..."
Lindo demais!
"As pessoas que detesto diga sempre que não presto"
Uhhhh! :-)))
Último pedido ou Último desejo?
Verdade, Ademar.
Foi um lapso.
Não muda em nada o sentido, mas a palavra desejo é bem mais expressiva.
Foi mal, Noel!
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