sexta-feira, 15 de março de 2013

Percussionista Léo Leobons canta e bate tambor contemporâneo em 'Bá'

Resenha de CD
Título:
Artista: Léo Leobons
Gravadora: Bolacha Discos
Cotação: * * *

"Sou jurado no tambor / Minha cabeça é de Omolu / Minhas mãos são de Xangô", perfila-se o percussionista carioca Léo Leobons em Cartão de visita, o tema de sua autoria que abre seu CD , lançado na Argentina pelo selo Los años luz em 2012 e recém-editado no Brasil pelo selo Bolacha Discos. A percussão da Parede sustenta a faixa. Em , Leobons bate seu tambor de forma contemporânea, inserindo timbres do universo musical eletrônico em temas de tom afro-brasileiro que saúdam os Orixás. Além de pilotar as percussões (com ênfase nos tambores da família batá), o artista solta a voz em composições autorais e em temas de domínio público, recolhidos dos folclores brasileiro e cubano. A conexão com artistas estranhos nesse ninho afro-brasileiro - como Lucas Santtana, produtor, arranjador, baixista e guitarrista da faixa Badá didê - não atenua a força percussiva dos arranjos. Ao contrário. A raiz afro-brasileira brota forte ao longo das 12 faixas, muitas cantadas na língua iorubá. São temas como Marabô e Ewe o. Há certo tom ritualístico em faixas como a Suíte Oxum, entoada pela cantora Beth Marques. Para ouvintes pouco habituados com os cantos do Candomblé, pode soar por vezes linear. Contudo, trata-se de disco rico em texturas sonoras. Disco que religa o Brasil à África, passando por Cuba, sem seguir a rota dos clichês. Basta dizer que canta para subir com afro-samba da lavra de Pedro Luís e Roberta Sá, Desencabula, interpretado por Pedro com o baticum (no caso, ameno) da Parede. Com título que significa reunir em iorubá,  acena para a modernidade sem diluir a força das tradições. E é nessa conexão que reside o poder de sedução do disco deste percussionista carioca que fez sua cabeça no Candomblé e na imersão nos folclores de Brasil e de Cuba, mas tem antena ligada nos sons que renovam o universo pop.

2 comentários:

  1. "Sou jurado no tambor / Minha cabeça é de Omolu / Minhas mãos são de Xangô", perfila-se o percussionista carioca Léo Leobons em Cartão de visita, o tema de sua autoria que abre seu CD Bá, lançado na Argentina pelo selo Los años luz em 2012 e recém-editado no Brasil pelo selo Bolacha Discos. A percussão da Parede sustenta a faixa. Em Bá, Leobons bate seu tambor de forma contemporânea, inserindo timbres do universo musical eletrônico em temas de tom afro-brasileiro que saúdam os Orixás. Além de pilotar as percussões (com ênfase nos tambores da família batá), o artista solta a voz em composições autorais e em temas de domínio público, recolhidos dos folclores brasileiro e cubano. A conexão com artistas estranhos nesse ninho afro-brasileiro - como Lucas Santtana, produtor, arranjador, baixista e guitarrista da faixa Badá didê - não atenua a força percussiva dos arranjos. Ao contrário. A raiz afro-brasileira brota forte ao longo das 12 faixas, muitas cantadas na língua iorubá. São temas como Marabô e Ewe o. Há certo tom ritualístico em faixas como a Suíte Oxum, entoada pela cantora Beth Marques. Para ouvintes pouco habituados com os cantos do Candomblé, Bá pode soar por vezes linear. Contudo, trata-se de disco rico em texturas sonoras. Disco que religa o Brasil à África, passando por Cuba, sem seguir a rota dos clichês. Basta dizer que Bá canta para subir com afro-samba da lavra de Pedro Luís e Roberta Sá, Desencabula, interpretado por Pedro com o baticum (no caso, ameno) da Parede. Com título que significa reunir em iorubá, Bá acena para a modernidade sem diluir a força das tradições. E é nessa conexão que reside o poder de sedução do disco deste percussionista carioca que fez sua cabeça no Candomblé e na imersão nos folclores de Brasil e de Cuba, mas tem antena ligada nos sons que renovam o universo pop.

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