Resenha de CD
Título: Comedown machine
Artista: The Strokes
Gravadora: RCA Records / Sony Music
Cotação: * * 1/2
Quinto álbum de estúdio do grupo norte-americano The Strokes, Comedown machine - nas lojas dos Estados Unidos a partir desta terça-feira, 26 de março de 2013 - sepulta as esperanças dos fãs que ansiavam pela volta do grupo ao rock. Não, o grupo não volta ao rock que revitalizou na virada do século com o lançamento de seu primeiro álbum, Is this it (2001). Comedown machine deixa claro que a guinada tecnopop experimentada pelo Strokes em seu álbum anterior, o fraco Angles (2011), não foi mera aventura de uma banda sem inspiração. A bem da verdade, essa verdade incômoda para fãs de primeira hora do Strokes começou a ficar clara já início do ano com o lançamento, em janeiro, de One way trigger, faixa irresistível que fez o Strokes soar como A-ha na melhor fase do desativado trio norueguês, combinando os falsetes do vocalista Julian Casablancas com sintetizadores à moda do tecnopop dos anos 80 e com guitarras à moda do próprio Strokes. Só que a dúvida permanecia, pois o primeiro single oficial de Comedown machine - All the time, lançado em fevereiro - evocou a sonoridade clássica da banda. Contudo, quando Comedown machine foi jogado na rede, liberado pelo próprio grupo para audição, não restou mais dúvidas: o Strokes prolonga neste quinto álbum a viagem tecnopop de Angles. É esse o som que vai ser ouvido em faixas como Wellcome to Japan (com um toque de disco music), Slow animals (com um toque de funk) e Partners in crime. Se One way trigger evoca A-ha (e não há demérito nisso para nenhum dos dois grupos), Tap out remete ao duo inglês Pet Shop Boys já na abertura do álbum, mas tem também uma pegada latina. Há rock? Sim, até há, mas em dose econômica. 50/50 vai contentar admiradores do velho Strokes de Is this it e do posterior Room on fire (2003). Só que a faixa chega a soar alienígena dentro da atmosfera retrô do álbum, que ainda apresenta duas baladas - Chances e 80's comedown machine - e termina em tom mais experimental, climático, com a instigante Call it fate, call it karma. Resumo da ópera pop: Comedown machine não constrange como Angles, sendo ligeiramente superior ao seu antecessor no confronto dos respectivos repertórios, mas tampouco torna a viagem tecnopop do Strokes realmente agradável - com exceção da inebriante One way trigger, pista certa do som do CD.
Quinto álbum de estúdio do grupo norte-americano The Strokes, Comedown machine - nas lojas dos Estados Unidos a partir desta terça-feira, 26 de março de 2013 - sepulta as esperanças dos fãs que ansiavam pela volta do grupo ao rock. Não, o grupo não volta ao rock que revitalizou na virada do século com o lançamento de seu primeiro álbum, Is this it (2001). Comedown machine deixa claro que a guinada tecnopop experimentada pelo Strokes em seu álbum anterior, o fraco Angles (2011), não foi mera aventura de uma banda sem inspiração. A bem da verdade, essa verdade incômoda para fãs de primeira hora do Strokes começou a ficar clara já início do ano com o lançamento, em janeiro, de One way trigger, faixa irresistível que fez o Strokes soar como A-ha na melhor fase do desativado trio norueguês, combinando os falsetes do vocalista Julian Casablancas com sintetizadores à moda do tecnopop dos anos 80 e com guitarras à moda do próprio Strokes. Só que a dúvida permanecia, pois o primeiro single oficial de Comedown machine - All the time, lançado em fevereiro - evocou a sonoridade clássica da banda. Contudo, quando Comedown machine foi jogado na rede, liberado pelo próprio grupo para audição, não restou mais dúvidas: o Strokes prolonga neste quinto álbum a viagem tecnopop de Angles. É esse o som que vai ser ouvido em faixas como Wellcome to Japan (com um toque de disco music), Slow animals (com um toque de funk) e Partners in crime. Se One way trigger evoca A-ha (e não há demérito nisso para nenhum dos dois grupos), Tap out remete ao duo inglês Pet Shop Boys já na abertura do álbum, mas tem também uma pegada latina. Há rock? Sim, até há, mas em dose econômica. 50/50 vai contentar admiradores do velho Strokes de Is this it e do posterior Room on fire (2003). Só que a faixa chega a soar alienígena dentro da atmosfera retrô do álbum, que ainda apresenta duas baladas - Chances e 80's comedown machine - e termina em tom mais experimental, climático, com a instigante Call it fate, call it karma. Resumo da ópera pop: Comedown machine não constrange como Angles, sendo ligeiramente superior ao seu antecessor no confronto dos respectivos repertórios, mas tampouco torna a viagem tecnopop do Strokes realmente agradável - com exceção da inebriante One way trigger, pista certa do som do CD.
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