Resenha de show
Título: Voz & piano
Artista: Maria Rita (em foto de Rodrigo Goffredo)
Local: Miranda (Rio de Janeiro, RJ)
Data: 8 de março de 2013
Cotação: * * * 1/2
♪ Há quem crucifique Maria Rita por ter estendido o que seria uma breve homenagem a Elis Regina (1945 - 1982) - prestada em 2012 por conta dos 30 anos de morte da cantora gaúcha - na turnê que passou a se chamar Redescobrir e que vai ter continuidade a partir de abril deste ano de 2013. Há quem veja no projeto a anulação da personalidade de Maria Rita como cantora. Mas tal personalidade está intacta - como atestado no curto show idealizado pela artista paulistana a convite da casa carioca de shows Miranda. Escolhida pelo Miranda para festejar em cena o primeiro ano de vida da casa inaugurada no Rio de Janeiro (RJ) em março de 2012 com a estreia nacional do show Recanto, de Gal Costa, Maria Rita voltou à cena na noite de 8 de março de 2013 - quase três meses após dar à luz a filha Alice - com show de piano e voz. O piano é o de Tiago Costa, músico que toca com a cantora desde o começo da carreira de Rita. A voz obviamente é a da cantora, segura já no primeiro dos 13 números do roteiro, Encontros e despedidas (Milton Nascimento e Fernando Brant, 1981), a canção que Simone lançou em 1981 e que Maria Rita tomou para si em 2003 ao gravá-la no primeiro álbum. Sim, já são dez anos de carreira fonográfica - ou "11 anos de estrada", como contabilizou a cantora em cena, levando em conta que começou a cantar profissionalmente em 2002. Embora seja um passeio por essa trajetória em disco, o show não tem caráter revisionista - até porque tampouco inclui música do disco Samba meu (2007), o mais popular da cantora. Acima de tudo, é um show para se redescobrir o talento e a personalidade de Maria Rita, grande cantora que, por mais nervosa que esteja em cena, mostra segurança incomum no palco ao interpretar músicas como o pop rock Agora só falta você (Rita Lee e Luiz Carlini, 1975) - dizendo os versos com uma quase doçura que jamais anula a contundência da letra - e o samba Cara valente (Marcelo Camelo, 2003), incrementado com scats ao fim do número. Se transita com serenidade pelo Caminho das águas (Rodrigo Maranhão, 2005), Maria Rita faz pulsar a veia histriônica em Pagu (Rita Lee e Zélia Duncan, 2000), música apresentada de improviso - por sugestão de Tiago Costa - em data, o Dia Internacional da Mulher, que aguçou o sentido feminista do espirituoso tema de Rita e Zélia. Compositora de três das 13 músicas do roteiro, Rita Lee também esteve representada com a interpretação sedutora, em clima cheek to cheek, de Só de você (Rita Lee e Roberto de Carvalho, 1982). No mais, Maria Rita deu voz a músicas cantadas por Elis, dando intensidade adicional ao sensual bolero Me deixas louca (Armando Manzanero em versão de Paulo Coelho, 1981) e seguindo com fidelidade o registro vocal da matriz em sambas como Águas de março (Tom Jobim, 1972) - tema perfeitamente ajustado ao eventualmente limitador formato de voz & piano - e Vou deitar e rolar (Quaquaraquaquá) (Baden Powell e Paulo César Pinheiro, 1970). E eis que, no fim do breve show, uma música até então cantada por Maria Rita somente no programa de TV Altas Horas - em dueto com Fagner - fecha o bis numa interpretação emocionada e emocionante que reitera todo o talento e toda a forte personalidade de Maria Rita. Grande momento do show, a interpretação de Mucuripe (Belchior e Fagner, 1972) mostrou que, mesmo dando eventualmente voz ao repertório da soberana Elis Regina Carvalho Costa, Maria Rita pode seguir a própria trilha e continuar a pavimentar a estrada que é somente dela já há 11 anos.
Há quem crucifique Maria Rita por ter estendido o que seria uma breve homenagem a Elis Regina (1945 - 1982) - prestada em 2012 por conta dos 30 anos de morte da cantora gaúcha - na turnê que passou a se chamar Redescobrir e que vai ter continuidade a partir de abril de 2013. Há quem veja no projeto a anulação da personalidade de Maria Rita como cantora. Mas tal personalidade está intacta - como atestado no curto show idealizado pela artista paulista a convite da casa carioca de shows Miranda. Eleita pelo Miranda para festejar em cena o primeiro ano de vida da casa inaugurada no Rio de Janeiro (RJ) em março de 2012 com a estreia nacional do show Recanto, de Gal Costa, Maria Rita voltou à cena na noite de 8 de março de 2013 - quase três meses após dar à luz sua filha Alice - com show de piano e voz. O piano é o de Tiago Costa, músico que toca com a cantora desde o começo da carreira de Rita. A voz obviamente é a da cantora, segura já no primeiro dos 13 números do roteiro, Encontros e despedidas (Milton Nascimento e Fernando Brant, 1981), a canção que Simone lançou em 1981 e que Maria Rita tomou para si em 2003 ao incluí-la em seu primeiro CD. Sim, já são dez anos de carreira fonográfica - ou "11 anos de estrada", como contabilizou a cantora em cena, levando em conta que começou a cantar profissionalmente em 2002. Embora seja um passeio por essa trajetória em disco, o show não tem caráter revisionista - até porque tampouco inclui música do disco Samba meu (2007), o mais popular da cantora. Acima de tudo, é um show para se redescobrir o talento e a personalidade de Maria Rita, grande cantora que, por mais nervosa que esteja em cena, mostra segurança incomum no palco ao interpretar músicas como o pop rock Agora só falta você (Rita Lee e Luiz Carlini, 1975) - dizendo os versos com uma quase doçura que jamais anula a contundência da letra - e o samba Cara valente (Marcelo Camelo, 2003), incrementado com scats ao fim do número. Se transita com serenidade pelo Caminho das águas (Rodrigo Maranhão, 2005), Maria Rita faz pulsar sua veia histriônica em Pagu (Rita Lee e Zélia Duncan, 2000), música apresentada de improviso - por sugestão de Tiago Costa - em data, o Dia Internacional da Mulher, que aguçou o sentido feminista do espirituoso tema de Rita e Zélia. Compositora de três das 13 músicas do roteiro, Rita Lee também esteve representada com a interpretação sedutora, em clima cheek to cheek, de Só de você (Rita Lee e Roberto de Carvalho, 1982). No mais, Maria Rita deu voz a músicas cantadas por Elis, dando intensidade adicional ao sensual bolero Me deixas louca (Armando Manzanero em versão de Paulo Coelho) e seguindo com fidelidade o registro vocal da matriz em sambas como Águas de março (Tom Jobim, 1972) - tema perfeitamente ajustado ao eventualmente limitador formato de voz & piano - e Vou deitar e rolar (Quaquaraquaquá) (Baden Powell e Paulo César Pinheiro, 1970). E eis que, no fim do breve show, uma música até então cantada por Maria Rita somente no programa de TV Altas Horas - em dueto com Fagner - fecha o bis numa interpretação emocionada e emocionante que reitera todo o talento e personalidade de Maria Rita. Grande momento do show, Mucuripe (Belchior e Fagner, 1972) mostrou que, mesmo dando voz ao repertório da soberana Elis Regina Carvalho Costa, Maria Rita pode seguir sua própria trilha e pavimentar uma estrada que é somente sua já há 11 anos.
ResponderExcluirA maravilhosa Maria Rita cantou Mucuripe também quando a turnê Redescobrir passou na cidade de Mucuripe ano passado.
ResponderExcluirBom dia! Meu Nome é Janaina e sou do blog Sempre Maria Rita www.sempremariarita.blogspot.com.br e como vc sempre escreve sobre a cantora eu publico no meu blog seus posts porem com o link do seu blog. Infelizmente só agora vi que precisava pedir autorização para isso, queria lhe pedir desculpa pelo descuido e gostaria de ver com vc se vc me autoriza a publicar suas postagens em meu blog. É só acessar o endereço que eu citei a cima que vc vai ver como é a maneira que nós publicamos! Fico no aguardo de sua autorização, em caso negativo responsabilizo-me em retirar tudo que foi publicado. No aguardo. QQ coisa meu email é janasempremr@yahoo.com.br
ResponderExcluirOi, Janaína, tudo certo. Vc tem minha autorização. Abs, MauroF
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