Título: 11º aniversário
Artista: Mombojó
Gravadora: Som Livre
Cotação: * * 1/2
Superestimado pela crítica ao lançar seu primeiro álbum, Nadadenovo (2004), o Mombojó não resistiu a tanto hype. Um segundo álbum menos expressivo, Homem-espuma (2006), diminuiu o incenso em torno do grupo pernambucano. Tanto que o terceiro e melhor álbum da banda, Amigo do tempo (2010), passou quase despercebido. Mesmo assim, é difícil justificar a estranha existência de um quarto álbum de caráter retrospectivo feito em estúdio. Em 11º aniversário, disco gravado em setembro de 2011 sob produção do grupo e de Rodrigo Sanches, o Mombojó revisita nove músicas de seus três álbuns e apresenta a inédita Procure saber (Felipe S. e Marcelo Campello) sem apontar um caminho a seguir no futuro. A presença de convidados da cena pernambucana valorizam o disco e atenuam a precocidade da revisão. Vocalista do grupo Devotos, Cannibal põe pressão no claustrofóbico rock Realismo convincente (Felipe S. e Marcelo Machado, 2006). Da mesma forma, o canto de China dá brilho adicional aos versos poéticos do rock Estático (Felipe S. e China, 2004), faixa também turbinada com a guitarra de Bruno Ximarú. Contudo, a participação mais inusitada - e, por isso mesmo, a mais interessante - é a do pianista Vitor Araújo, que abre Baú (Felipe S. e Marcelo Campello) com introdução à moda da música erudita. O piano versátil de Araújo embasa a melhor gravação de 11º aniversário. Já o peso da pegada da Nação Zumbi recai sobre Justamente (Felipe S., China, Vicente Machado, Samuel Vieira, Chiquinho e Marcelo Machado, 2010), dando certa relevância a essa que era uma das músicas mais insossas do álbum Amigo do tempo. De todo modo, nenhum convidado por si só parece dar real sentido à retrospectiva feita pela banda em 11º aniversário. Parece haver algo fora de rumo na trajetória do Mombojó - como sinaliza a recente saída do baixista Samuel Vieira do grupo. Talvez seja a supremacia das letras (impregnadas de melancolia) em relação às melodias, geralmente pouco inspiradas. Seja como for, é hora de o Mombojó deixar o curto passado para trás e andar para frente se quiser mais alguns anos de vida no universo pop. 11º aniversário deixa entrever um futuro um tanto vago.
6 comentários:
Superestimado pela crítica ao lançar seu primeiro álbum, Nadadenovo (2004), o Mombojó não resistiu a tanto hype. Um segundo álbum menos expressivo, Homem-espuma (2006), diminuiu o incenso em torno do grupo pernambucano. Tanto que o terceiro e melhor álbum da banda, Amigo do tempo (2010), passou quase despercebido. Mesmo assim, é difícil justificar a estranha existência de um quarto álbum de caráter retrospectivo feito em estúdio. Em 11º aniversário, disco gravado em setembro de 2011 sob produção do grupo e de Rodrigo Sanches, o Mombojó revisita nove músicas de seus três álbuns e apresenta a inédita Procure saber (Felipe S. e Marcelo Campello) sem apontar um caminho a seguir no futuro. A presença de convidados da cena pernambucana valorizam o disco e atenuam a precocidade da revisão. Vocalista do grupo Devotos, Cannibal põe pressão no claustrofóbico rock Realismo convincente (Felipe S. e Marcelo Machado, 2006). Da mesma forma, o canto de China dá brilho adicional aos versos poéticos do rock Estático (Felipe S. e China, 2004), faixa também turbinada com a guitarra de Bruno Ximarú. Contudo, a participação mais inusitada - e, por isso mesmo, a mais interessante - é a do pianista Vitor Araújo, que abre Baú (Felipe S. e Marcelo Campello) com introdução à moda da música erudita. O piano versátil de Araújo embasa a melhor gravação de 11º aniversário. Já o peso da pegada da Nação Zumbi recai sobre Justamente (Felipe S., China, Vicente Machado, Samuel Vieira, Chiquinho e Marcelo Machado, 2010), dando certa relevância a essa que era uma das músicas mais insossas do álbum Amigo do tempo. De todo modo, nenhum convidado por si só parece dar real sentido à retrospectiva feita pela banda em 11º aniversário. Parece haver algo fora de rumo na trajetória do Mombojó - como sinaliza a recente saída do baixista Samuel Vieira do grupo. Talvez seja a supremacia das letras (impregnadas de melancolia) em relação às melodias, geralmente pouco inspiradas. Seja como for, é hora de o Mombojó deixar o curto passado para trás e andar para frente se quiser mais alguns anos de vida no universo pop. 11º aniversário deixa entrever um futuro um tanto vago.
Ja defendi o Mombojó aqui em diversos posts (inclusive, troquei Saulo e Magary Lord por eles), mas agora ficou dificil, também nao entendi a existência dessa celebração.
Opa, pelo Saulo já é demais!
Eu troquei pelo Magary Lord e nem venha inventando moda - rsrsrs querendo destricar.
O pós-mangue do Mombojó, China e companhia é muito derrubadinho.
Joseph Tourton, bela banda instrumental de uma meninada esperta, está na bica pra lançar o segundo disco.
Ao meu ver é á única banda que presta/relevante do famigerado pós-mangue.
Mauro, me desculpe, mas "Homem Espuma" é um discaço e embora eu não goste muito de "Amigo do tempo" ele figurou em TODAS as listas de melhores do ano e não há uma festa no eixo Rio-Sao Paulo que não tenha tocado "Antimonotonia", desse disco. Despercebido ele não foi.
Pedro, bem-vindo! Não há do que se desculpar. As listas são feitas por críticos e o Mombojó é 'hype'. Mas a informação da execução da música nas festas é relevante. Abs, obrigado, MauroF
Eu acho a gravação de Baú excelente, diferente da anterior e da que foi feita por Monica Feijó. Ficou mais melancólica e já vale o disco. Gostei tbm da gravação da Nação Zumbi, enfim... em que pese ser um disco de regravações, é um disco de mediano acima.
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