Mauro Ferreira no G1

Aviso aos navegantes: desde 6 de julho de 2016, o jornalista Mauro Ferreira atualiza diariamente uma coluna sobre o mercado fonográfico brasileiro no portal G1. Clique aqui para acessar a coluna. O endereço é http://g1.globo.com/musica/blog/mauro-ferreira/


segunda-feira, 27 de maio de 2013

Chiara enfatiza elo musical Brasil-Itália no apurado tom acústico de Solo+

Resenha de show
Título: Solo +
Artista: Chiara Civello (em foto de Rodrigo Amaral)
Local: Miranda (Rio de Janeiro, RJ)
Data: 22 de maio de 2013
Cotação: * * *

Cantora e compositora italiana que tem transitado desde 2008 na ponte entre Brasil e Itália, Chiara Civello enfatiza o longínquo elo musical entre os dois países em Solo +, o show de apurado tom acústico que a artista tem apresentado neste ano de 2013. Chiara já tem quatro álbuns de estúdio lançados na Itália, mas somente o terceiro, 7752 (2010), foi editado no Brasil no rastro do sucesso popular das parcerias da compositora com Ana Carolina. Alguns dessas parcerias, como Dez minutos (2009) e Problemas (2011), aparecem em Solo + nas versões em italiano intituladas Dimmi perche e Problemi, gravadas por Chiara em seus álbuns, com a cantora ao piano. Em cena, Chiara se reveza no piano e no violão, dividindo o palco com o guitarrista Guilherme Monteiro. Além das canções passionais, a cantora e compositora transita pelo blues, gênero evocado em Tre (Chiara Civello e Rocco Papaleo, 2010). Na apresentação que encheu a casa carioca Miranda, na noite de 22 de maio de 2013, Solo + começou frio - mas já elegante na combinação de guitarra e piano que deu o tom de Ao posto del mondo (Chiara Civello e Diana Tejera, 2012) - e foi se revelando mais sedutor à medida que avançou. A inclusão de duas músicas italianas bem conhecidas no Brasil em versões em português de Nelson Motta - Veleno (Alfredo Polacci, 1947) e E po' che fà (Pino Danielle, 1982), sucessos nas vozes de Marina e Marisa Monte como Veneno (1984) e Bem que se quis (1989), respectivamente - contribuíram para aumentar a empatia entre público e artista. Versátil, Chiara também cantou em inglês L train (Chiara Civello e Jim Campilongo, 2007), tema de elétrico clima folk. Grande momento do show, o dueto com Daniel Jobim em Estate (Bruno Martino e Bruno Brighetti, 1960) expôs toda a beleza da canção italiana, com o piano e a voz de Jobim em fina sintonia com o canto de Chiara. A participação de Ana Carolina em Simplesmente aconteceu (Chiara Civello e Dudu Falcão, 2010) inflamou a parte da plateia que tinha ido ver a intervenção da cantora mineira no show de Chiara, mas tal exaltação não fez o número destoar do tom refinado da apresentação. Sem exageros vocais, Ana reiterou a potência de seu canto quente em dueto terno e afetivo. Em dueto bilíngue com Preta Gil, em italiano e em português, Chiara mostrou em tom mais expansivo que sua música Sofa' (Chiara Civello, Ana Carolina e Diana Tejera, 2010) - cantada por Preta Gil em português na versão intitulada Batom - resiste bem fora do universo festivo. Tal expansão foi mantida no último número, Got to go (Chiara Civello e Jesse Harris, 2012). No bis de tonalidade mais íntima, feito por Chiara à sós com seu violão, os sucessos italianos Il mondo (Jimmy Fontana, 1965) e Io che amo solo te (Sergio Endrigo, 1962) reiteraram o afeto passional que liga o cancioneiro do Brasil à música do país da artista. Traço que propicia a Chiara transitar com naturalidade nessa ponte Brasil-Itália com um canto que jamais sai do tom, embora não tenha um toque mais pessoal que identifique Chiara Civello de imediato neste (já populoso...) país de cantoras.

13 comentários:

Mauro Ferreira disse...

Cantora e compositora italiana que tem transitado desde 2008 na ponte entre Brasil e Itália, Chiara Civello enfatiza o longínquo elo musical entre os dois países em Solo +, o show de apurado tom acústico que a artista tem apresentado neste ano de 2013. Chiara já tem quatro álbuns de estúdio lançados na Itália, mas somente o terceiro, 7752 (2010), foi editado no Brasil no rastro do sucesso popular das parcerias da compositora com Ana Carolina. Alguns dessas parcerias, como Dez minutos (2009) e Problemas (2011), aparecem em Solo + nas versões em italiano intituladas Dimmi perche e Problemi, gravadas por Chiara em seus álbuns, com a cantora ao piano. Em cena, Chiara se reveza no piano e no violão, dividindo o palco com o guitarrista Guilherme Monteiro. Além das canções passionais, a cantora e compositora transita pelo blues, gênero evocado em Tre (Chiara Civello e Rocco Papaleo, 2010). Na apresentação que encheu a casa carioca Miranda, na noite de 22 de maio de 2013, Solo + começou frio - mas já elegante na combinação de guitarra e piano que deu o tom de Ao posto del mondo (Chiara Civello e Diana Tejera, 2012) - e foi se revelando mais sedutor à medida que avançou. A inclusão de duas músicas italianas bem conhecidas no Brasil em versões em português de Nelson Motta - Veleno (Alfredo Polacci, 1947) e E po' che fà (Pino Danielle, 1982), sucessos nas vozes de Marina e Marisa Monte como Veneno (1984) e Bem que se quis (1989), respectivamente - contribuíram para aumentar a empatia entre público e artista. Versátil, Chiara também cantou em inglês L train (Chiara Civello e Jim Campilongo, 2007), tema de elétrico clima folk. Grande momento do show, o dueto com Daniel Jobim em Estate (Bruno Martino e Bruno Brighetti, 1960) expôs toda a beleza da canção italiana, com o piano e a voz de Jobim em fina sintonia com o canto de Chiara. A participação de Ana Carolina em Simplesmente aconteceu (Chiara Civello e Dudu Falcão, 2010) inflamou a parte da plateia que tinha ido ver a intervenção da cantora mineira no show de Chiara, mas tal exaltação não fez o número destoar do tom refinado da apresentação. Sem exageros, Ana reiterou a potência de seu canto quente em dueto terno e afetivo. Em dueto bilíngue com Preta Gil, em italiano e em português, Chiara mostrou em tom mais expansivo que sua música Sofa' (Chiara Civello, Ana Carolina e Diana Tejera, 2010) - cantada por Preta Gil em português na versão intitulada Batom - resiste bem fora do universo festivo. Tal expansão foi mantida no último número, Got to go (Chiara Civello e Jesse Harris, 2012). No bis de tonalidade mais íntima, feito por Chiara à sós com seu violão, os sucessos italianos Il mondo (Jimmy Fontana, 1965) e Io che amo solo te (Sergio Endrigo, 1962) reiteraram o afeto passional que liga o cancioneiro do Brasil à música do país da artista. Traço que propicia a Chiara transitar com naturalidade nessa ponte Brasil-Itália com um canto que jamais sai do tom, embora não tenha um toque mais pessoal que identifique Chiara Civello de imediato neste (já populoso...) país de cantoras.

Rhenan Soares disse...
Este comentário foi removido pelo autor.
Credígila Medeiros disse...

Faltou citar a primeira parceria da Chiara com a Ana, grande sucesso das duas que esteve inclusive na trilha de Passione: Resta e 8 Storie, mais uma das mais de 20 músicas que já compuseram juntas.

A verdade é que ela e a música dela vêm conquistando cada dia mais o Brasil.

Credígila Medeiros disse...

Ah, e quem critica é por outras razões que não vou citar aqui... O talento e o conhecimento musical dela são inegáveis e perceptíveis. Berklee "deve" ser uma boa escola de música, não?! ;)

Liceli Goll disse...

Chiara Civello é uma cantora "plural", se tenho orgulho de alguma coisa, é de ser fã dela! A mistura de ritmos e a genialidade com que ela faz suas músicas, é incrível. Estou aguardando mais uma oportunidade para ir em outro show, pois a musicalidade que Chiara tem, é a melhor! <3 Parabéns Mauro, arrasou!

Daniel disse...

Também gosto da voz dela mas acho que falta realmente um pouco de personalidade no estilo. Ouvi o 7752 todo mas não consegui observar grandes destaques ou superioridade em relaçao as versoes em portugues da Ana. Acho inclusive meio chatinho o tom jazzy que ela aborda a maioria das cançoes. Ela tem talento e qualidade, mas para o meu gosto musical é dispensável.

Unknown disse...

Chiara civello chegou para ficar. Cantora e compositora talentosa e versátil, com músicas envolventes executadas com muita emoçã, cativa a todos com seu jeito simples e muito amável....sejam fãs ou apenas novos expectadores, é uma linda mulher que também agrada a vista...canta e encanta.

Unknown disse...

Chiara civello chegou para ficar. Cantora e compositora talentosa e versátil, com músicas envolventes executadas com muita emoçã, cativa a todos com seu jeito simples e muito amável....sejam fãs ou apenas novos expectadores, é uma linda mulher que também agrada a vista...canta e encanta.

Ambarina de Sá disse...
Este comentário foi removido pelo autor.
Ambarina de Sá disse...
Este comentário foi removido pelo autor.
Ambarina de Sá disse...
Este comentário foi removido pelo autor.
Ambarina de Sá disse...
Este comentário foi removido pelo autor.
Ambarina de Sá disse...

Chiara é completa! Não deixa a desejar em nenhum aspecto. Tem uma voz aveludada que conforta todo e qualquer tipo de ouvidos e corações. Extremamente talentosa ao empunhar o violão e ao ressoar seu piano. A visceralidade nas composições, os sentimentos expostos em forma de poesia... Tudo! A mulher é fantástica! Tem um carisma enorme e uma paixão imensa pelo seu trabalho, sabemos que ela faz música de corpo, alma e coração. Me orgulho imensamente de carregá-la no meu peito e agradeço imensamente à ela por ser quem ela é, do jeito dela!