Título: I thought about you - A tribute to Chet Baker
Artista: Eliane Elias
Gravavadora: Concord Music / Universal Music
Cotação: * * *
A música de Chet Baker (1929 - 1988) é, em última instância, um estado de espírito. Um som de clima cool, interiorizado, por vezes lírico. Em seu tributo ao trompetista norte-americano de jazz que ganhou fama como cantor nos anos 50, I thought about you, a pianista paulista (radicada nos EUA) Eliane Elias - que também se assumiu cantora de pop jazz - persegue esse estado de espírito. Por vezes, Elias o roça, como em Embraceable you (George Gershwin e Ira Gershwin), em You don't know what love is (Don Raye e Gene DePaul) e em I get along without you very well (Hoagy Carmichael). Na maioria das vezes, contudo, a pianista aborda os standards sem sair de seu universo particular, mostrando apurado senso rítmico na alta velocidade de Just in time (Jule Styne, Betty Comden e Adolph Green) e acertando o tom pop jazzístico de temas como I've never been in love before (Frank Loesser), destaque de I thought about you. De todo modo, o disco é bom e até se impõe na discografia vocal de Elias, embora, no mais das vezes, a pianista não reproduza o estado de espírito da música do artista que celebra - proeza alcançada pela cantora brasileira Luciana Souza em seu recente The Book of Chet (2012) - clique aqui para ler a resenha deste álbum, à qual remete esta análise de I thought about you. Há mais sutilezas no canto de Souza do que nas interpretações de Elias. Mas cabe ressaltar o link com a bossa nova feito por Elias em There will never be another you (Harry Warren e Mack Gordon), faixa arranjada como um samba de estirpe bossa-novista. Repetida em Let's get lost (Frank Loesser e Jimmy McHugh), a conexão faz certo sentido pelo argumento de que Baker teria influenciado a moldura do canto revolucionário de João Gilberto. Seja como for, entre o jazz e o pop, I thought about you - A tribute to Chet Baker é o disco em que a eficaz cantora Eliane Elias mais roça o virtuosismo da pianista Eliane Elias. Vale ouvir!
4 comentários:
A música de Chet Baker (1929 - 1988) é, em última instância, um estado de espírito. Um som de clima cool, interiorizado, por vezes lírico. Em seu tributo ao trompetista norte-americano de jazz que ganhou fama como cantor nos anos 50, I thought about you, a pianista norte-americana de jazz Eliane Elias - que também se assumiu cantora de pop jazz - persegue esse estado de espírito. Por vezes, Elias o roça, como em Embraceable you (George Gershwin e Ira Gershwin), em You don't know what love is (Don Raye e Gene DePaul) e em I get along without you very well (Hoagy Carmichael). Na maioria das vezes, contudo, a pianista aborda os standards sem sair de seu universo particular, mostrando apurado senso rítmico na alta velocidade de Just in time (Jule Styne, Betty Comden e Adolph Green) e acertando o tom pop jazzístico de temas como I've never been in love before (Frank Loesser), destaque de I thought about you. De todo modo, o disco é bom e até se impõe na discografia vocal de Elias, embora, no mais das vezes, a pianista não reproduza o estado de espírito da música do artista que celebra - proeza alcançada pela cantora brasileira Luciana Souza em seu recente The Book of Chet (2012) - clique aqui para ler a resenha deste álbum, à qual remete esta análise de I thought about you. Há mais sutilezas no canto de Souza do que nas interpretações de Elias. Mas cabe ressaltar o link com a bossa nova feito por Elias em There will never be another you (Harry Warren e Mack Gordon), faixa arranjada como um samba de estirpe bossa-novista. Repetida em Let's get lost (Frank Loesser e Jimmy McHugh), a conexão faz certo sentido pelo argumento de que Baker teria influenciado a moldura do canto revolucionário de João Gilberto. Seja como for, entre o jazz e o pop, I thought about you - A tribute to Chet Baker é o disco em que a eficaz cantora Eliane Elias mais roça o virtuosismo da pianista Eliane Elias. Vale ouvir!
Mauro, a Eliane Elias é brasileira, nascida em São Paulo. Ela apenas mora nos Estados Unidos.
Claro, Douglas. Falha minha! Erro já corrigido! Grato pelo toque. Abs, MauroF
como é que uma artista de prestígio internacional permite uma foto/capa de tal 'envergadura'? E pior: ainda pagaram por isso.
Eu faria de graça e bem melhor. Na próxima, entrem em contato comigo.
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