Mauro Ferreira no G1

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sábado, 4 de maio de 2013

'Mala' carrega a mudança de Devendra Banhart na rota do pop folk latino

Resenha de CD
Título: Mala
Artista: Devendra Banhart
Gravadora: Nonesuch Records / Warner Music
Cotação: * * * 1/2

Oitavo álbum de estúdio de Devendra Banhart, cantor e compositor norte-americano mais conhecido no Brasil por conta de sua assumida devoção à música brasileira (e em especial à obra de Caetano Veloso) do que por seu som, Mala carrega mudança na discografia do artista na rota do pop folk latino. Não, Banhart não se rende ao pop padronizado das paradas. A assinatura de seu cancioneiro introspectivo e melancólico é mantida com nitidez em temas como Daniel, Für Hildegrad Von Bingen e Never seen such good things - para citar somente três destaques da inspirada safra de Mala. Contudo, a formatação dessas músicas torna a obra do artista mais palatável sem redução e / ou diluição de seu conteúdo denso. Única das 14 composições do álbum que foi composta por Banhart com um parceiro (no caso com Noah Georgeson, coprodutor de Mala), a expansiva Won't you come over é - ao lado de Cristobal risquez - a faixa que sinalizaria guinada mais decisiva rumo ao pop convencional. Bem mais convincente, Mi negrita seduz com seus versos em espanhol e com a latinidade kitsch do arranjo que inclui a percussão e o violão light do hermano brasileiro Rodrigo Amarante. Em essência, Banhart faz pop folk indie turbinado com doses eventuais de eletrônica, altas em Your fine petting duck, e experimentações. Em que pese o peso amargo das letras, Mala guarda cancioneiro arranjado com leveza que convida a mergulho no som de Devendra Banhart.

Um comentário:

Mauro Ferreira disse...

Oitavo álbum de estúdio de Devendra Banhart, cantor e compositor norte-americano mais conhecido no Brasil por conta de sua assumida devoção à música brasileira (e em especial à obra de Caetano Veloso) do que por seu som, Mala carrega mudança na discografia do artista na rota do pop folk latino. Não, Banhart não se rende ao pop padronizado das paradas. A assinatura de seu cancioneiro introspectivo e melancólico é mantida com nitidez em temas como Daniel, Für Hildegrad Von Bingen e Never seen such good things - para citar somente três destaques da inspirada safra de Mala. Contudo, a formatação dessas músicas torna a obra do artista mais palatável sem redução e / ou diluição de seu conteúdo denso. Única das 14 composições do álbum que foi composta por Banhart com um parceiro (no caso com Noah Georgeson, coprodutor de Mala), a expansiva Won't you come over é - ao lado de Cristobal risquez - a faixa que sinalizaria guinada mais decisiva rumo ao pop convencional. Bem mais convincente, Mi negrita seduz com seus versos em espanhol e com a latinidade kitsch do arranjo que inclui a percussão e o violão light do hermano brasileiro Rodrigo Amarante. Em essência, Banhart faz pop folk indie turbinado com doses eventuais de eletrônica, altas em Your fine petting duck, e experimentações. Em que pese o peso amargo das letras, Mala guarda cancioneiro arranjado com leveza que convida a mergulho no som de Devendra Banhart.