Mauro Ferreira no G1

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segunda-feira, 6 de maio de 2013

'Whitney Houston!' compila recortes sobre ascensão e queda da cantora

Resenha de livro
Título: Whitney Houston!
Autor: Mark Bego
Editora: Sonora
Cotação: * * 

O escritor norte-americano Mark Bego é especialista em produzir biografias a toque de caixa, sobretudo de estrelas do universo pop. Já escreveu biografias não autorizadas de Madonna e Michael Jackson (1958 - 2009), entre outros nomes. Whitney Houston (1963 - 2012) já havia sido alvo de livro precoce de Bego, Whitney!, publicado em 1986, um ano após a ascensão meteórica da cantora norte-americana no mercado fonográfico com seu fenomenal primeiro álbum, Whitney Houston (1985). O livro Whitney Houston! (2012) - título inaugural  da Sonora, braço editorial do selo Discobertas aberto neste ano de 2013 - é o segundo trabalho do escritor sobre a filha da cantora Cissy Houston. Foi escrito e lançado nos Estados Unidos em 2012 para faturar com a morte da cantora, em 11 de fevereiro daquele ano. Ao sair precocemente de cena aos 48 anos, após vivenciar uma década de degradação pública ao lado do marido Bobby Brown, Whitney deixou inconsoláveis milhões de admiradores de uma das vozes mais potentes da história da música pop. Bego joga sua isca para fisgar este público. Contudo, Whitney Houston! é livro raso sem a densidade de uma biografia. Em essência, além de uma ou outra entrevista, o escritor se escora em reportagens e críticas feitas na mídia impressa, audiovisual e virtual para reconstituir a ascensão, o apogeu - de 1985 a 1992, ano da sublime releitura de I will always love you (Dolly Parton, 1974), feita para a trilha sonora do filme O guarda costas - e a queda progressiva da cantora. Bego jamais aprofunda sua escrita para revelar eventuais faces e fatos desconhecidos de Whitney. Contudo, para quem é fã da cantora e conhece sua caminhada profissional apenas de maneira superficial, o livro até pode despertar algum interesse ao recordar a forma meticulosa com que o produtor Clive Davis - diretor da gravadora Arista - gestou o primeiro álbum da artista. Essa é a parte mais saborosa por descortinar o monumental esquema de marketing erguido em torno da prima de Dionne Warwick (alvo de breve perfil biográfico no início do livro). Bego também disseca cada álbum, música a música, reproduzindo trechos de críticas e dando suas opiniões. Da mesma forma que enaltece o segundo álbum da cantora, Whitney (1987), o autor demole impiedosamente o controvertido Just Whitney (2002), primeiro indício de que o vozeirão que deslumbrou o universo pop em 1987 tinha perdido extensão, volume e potência por conta do mergulho progressivo da cantora no inferno das drogas e do álcool. Aliás, o livro reconstitui cada passo em falso de Whitney na derrocada que a atirou na sarjeta, alvo da execração pública, até a chocante saída de cena, às vésperas de  uma cerimônia do Grammy. Triste. A morte e o livro.

2 comentários:

Mauro Ferreira disse...

O escritor norte-americano Mark Bego é especialista em produzir biografias a toque de caixa, sobretudo de estrelas do universo pop. Já escreveu biografias não autorizadas de Madonna e Michael Jackson (1958 - 2009), entre outros nomes. Whitney Houston (1963 - 2012) já havia sido alvo de livro precoce de Bego, Whitney!, publicado em 1986, um ano após a ascensão meteórica da cantora norte-americana no mercado fonográfico com seu fenomenal primeiro álbum, Whitney Houston (1985). O livro Whitney Houston! (2012) - título inaugural da Sonora, braço editorial do selo Discobertas aberto neste ano de 2013 - é o segundo trabalho do escritor sobre a filha da cantora Cissy Houston. Foi escrito e lançado nos Estados Unidos em 2012 para faturar com a morte da cantora, em 11 de fevereiro daquele ano. Ao sair precocemente de cena aos 48 anos, após vivenciar uma década de degradação pública ao lado do marido Bobby Brown, Whitney deixou inconsoláveis milhões de admiradores de uma das vozes mais potentes da história da música pop. Bego joga sua isca para fisgar este público. Contudo, Whitney Houston! é livro raso sem a densidade de uma biografia. Em essência, além de uma ou outra entrevista, o escritor se escora em reportagens e críticas feitas na mídia impressa, audiovisual e virtual para reconstituir a ascensão, o apogeu - de 1985 a 1992, ano da sublime releitura de I will always love you (Dolly Parton, 1974), feita para a trilha sonora do filme O guarda costas - e a queda progressiva da cantora. Bego jamais aprofunda sua escrita para revelar eventuais faces e fatos desconhecidos de Whitney. Contudo, para quem é fã da cantora e conhece sua caminhada profissional apenas de maneira superficial, o livro até pode despertar algum interesse ao recordar a forma meticulosa com que o produtor Clive Davis - diretor da gravadora Arista - gestou o primeiro álbum da artista. Essa é a parte mais saborosa por descortinar o monumental esquema de marketing erguido em torno da prima de Dionne Warwick (alvo de breve perfil biográfico no início do livro). Bego também disseca cada álbum, música a música, reproduzindo trechos de críticas e dando suas opiniões. Da mesma forma que enaltece o segundo álbum da cantora, Whitney (1987), o autor demole impiedosamente o controvertido Just Whitney (2002), primeiro indício de que o vozeirão que deslumbrou o universo pop em 1987 tinha perdido extensão, volume e potência por conta do mergulho progressivo da cantora no inferno das drogas e do álcool. Aliás, o livro reconstitui cada passo em falso de Whitney na derrocada que a atirou na sarjeta, alvo da execração pública, até a chocante saída de cena, às vésperas de uma cerimônia do Grammy. Triste. A morte e o livro.

Eduardo Cáffaro disse...

estive lende esses dois últimos dias ....tem partes muito chatas, principalmente quando o autor coloca SEU GOSTO PESSOAL como se fosse uma opinião generalizada sobre as faixas do cd, por exemplo dizer que o CD My Love is your love é sonolento e chato , depois da quarta faixa, e afirmar isso como verdade. Coisa que não é. Também trata Bobby Brown, como o único vilão da história, coisa que pelo que li em sites americanos, tb não era verdade, pois depois que se confessou viciada, a própria cantora dava festas regatas a drogas e bebidas sem a presença dele. Embora eu tenha sido fã da cantora e atriz, acho que ambos entraram pelo terrível caminho das drogas, pelo excesso de dinheiro e falta de amor próprio. As partes que trazem informações são interessantes, mas onde ele define os álbuns, após a trilha de - UM anjo em minha vida - - destoa totalmente do gosto de quem seguiu a carreira da cantora até o último cd I Look to you.