terça-feira, 11 de junho de 2013

CD 'Ecos da rua' ressoa turbulência da selva das cidades e dá peso a Brunno

Resenha de álbum
Título: Ecos da rua
Artista: Brunno Monteiro
Gravadora: Edição independente do artista
Cotação: * * * 1/2

 "Tô de passagem / Sem sombra, sem memória e sem saudades", avisa Brunno Monteiro em Sem som (Brunno Monteiro e Marcelo H), uma das músicas de maior peso - em todos os sentidos - de seu primeiro álbum, Ecos da rua, jogado na rede em 2012 e lançado em CD neste mês de junho de 2013. A vivência deste cantor e compositor carioca pela partida cidade do Rio de Janeiro (RJ) é um dos motes deste disco que faz ressoar a turbulência e a efervescência das selvas urbanas. Mas Ecos da rua é produto também das memórias das passagens do artista por outras metrópoles igualmente selvagens, como Brasília (DF), por exemplo. Exposto na capa do CD, o mosaico assimétrico de imagens de prédios retrata bem o som urbano de Monteiro. Ecos da rua projeta compositor acima da média da cena indie e cantor eficaz ao dar voz a temas de textura roqueira como Pode parecer clichê (Brunno Monteiro) e Mau pra mim (Brunno Monteiro e Ivan Santos), faixa em que os metais orquestrados pelo trompetista Jessé Sadoc traduzem em sons a agitação urbana que pontua a maior parte de Ecos da rua. O som do disco está em total sintonia com o significado das músicas - mérito de Jr Tostoi, guitarrista que produziu o disco com precisão exemplar.  As camadas do som da guitarra indomada de Tostoi encorpam músicas com Vem de vez (Brunno Monteiro e Ivan Santos). Com seus versos que apontam vazio existencial na caótica paisagem urbana, a faixa-título Ecos de rua (Brunno Monteiro e Omar Salomão) também traduz bem o conceito de um disco que bebe do rock sem evitar ruídos e distorções, mas que também transita pelo pop - notadamente em Na gaveta (Brunno Monteiro, Jr. Tostoi e Marcelo H.) - sem perder fôlego para mergulhar na fonte da MPB. Levada pelo ukelele e pela viola de dez cordas, instrumentos pilotados por Rodrigo Campello, Se entender (Brunno Monteiro e Marcelo H.) sereniza por instantes a pulsação urgente de Ecos da rua. Rótulos à parte, músicas como Peito aberto (Brunno Monteiro e Livia Mirre) - canção de arquitetura simples, mas sedutora - apontam compositor que merece ser ouvido com atenção, inclusive na esfera romântica. "Turbulências são apenas nuvens no caminho", minimiza o artista através de verso escrito pelo poeta Omar Salomão para a letra de Novo modo (Brunno Monteiro e Omar Salomão), faixa que, ao encerrar o disco, sinaliza que os embrutecidos na selva das cidades também amam. CD Ecos da rua dá peso a Brunno Monteiro.

Um comentário:

  1. "Tô de passagem / Sem sombra, sem memória e sem saudades", avisa Brunno Monteiro em Sem som (Brunno Monteiro e Marcelo H), uma das músicas de maior peso - em todos os sentidos - de seu primeiro álbum, Ecos da rua, jogado na rede em 2012 e lançado em CD neste mês de junho de 2013. A vivência deste cantor e compositor carioca pela partida cidade do Rio de Janeiro (RJ) é um dos motes deste disco que faz ressoar a turbulência e a efervescência das selvas urbanas. Mas Ecos da rua é produto também das memórias das passagens do artista por outras metrópoles igualmente selvagens, como Brasília (DF), por exemplo. Exposto na capa do CD, o mosaico assimétrico de imagens de prédios retrata bem o som urbano de Monteiro. Ecos da rua projeta compositor acima da média da cena indie e cantor eficaz ao dar voz a temas de textura roqueira como Pode parecer clichê (Brunno Monteiro) e Mau pra mim (Brunno Monteiro e Ivan Santos), faixa em que os metais orquestrados pelo trompetista Jessé Sadoc traduzem em sons a agitação urbana que pontua a maior parte de Ecos da rua. O som do disco está em total sintonia com o significado das músicas - mérito de Jr Tostoi, guitarrista que produziu o disco com precisão exemplar. As camadas do som da guitarra indomada de Tostoi encorpam músicas com Vem de vez (Brunno Monteiro e Ivan Santos). Com seus versos que apontam vazio existencial na caótica paisagem urbana, a faixa-título Ecos de rua (Brunno Monteiro e Omar Salomão) também traduz bem o conceito de um disco que bebe do rock sem evitar ruídos e distorções, mas que também transita pelo pop - notadamente em Na gaveta (Brunno Monteiro, Jr. Tostoi e Marcelo H.) - sem perder fôlego para mergulhar na fonte da MPB. Levada pelo ukelele e pela viola de dez cordas, instrumentos pilotados por Rodrigo Campello, Se entender (Brunno Monteiro e Marcelo H.) sereniza por instantes a pulsação urgente de Ecos da rua. Rótulos à parte, músicas como Peito aberto (Brunno Monteiro e Livia Mirre) - canção de arquitetura simples, mas sedutora - apontam compositor que merece ser ouvido com atenção, inclusive na esfera romântica. "Turbulências são apenas nuvens no caminho", minimiza o artista através de verso escrito pelo poeta Omar Salomão para a letra de Novo modo (Brunno Monteiro e Omar Salomão), faixa que, ao encerrar o disco, sinaliza que os embrutecidos na selva das cidades também amam. Ecos da rua dá peso a Brunno Monteiro.

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