Vou narrar um tremendo gol de placa
Que marcou a virada da partida
Já cansada de ser tão iludida
Nossa equipe reage e contra-ataca
Decidiu que não sabe ser panaca
E depois de viver decepções
A coragem brotou nos corações
Que não têm mais pudor em ser feliz
Foi o gol da vitória de um país
Com duzentos milhões de campeões
Há quem diga que não vai dar em nada
Pois o jogo é de fato bem difícil
Mas à beira de um grande precipício
Quem é forte começa uma virada
Feito ponta de lança em arrancada
Pelas ruas vieram multidões
Entre gritos de guerra e palavrões
De quem sabe o que faz e o que diz
Foi o gol da vitória de um país
Com duzentos milhões de campeões
Tem bandido que finge ser do time
Faz gol contra e caminha pro abismo
Pois quem joga fazendo vandalismo
É tão vândalo quanto quem reprime
Mas a paz é a tática sublime
Dando fim a conflitos e explosões
Coroando centenas de milhões
Que já estavam vivendo por um triz
Foi o gol da vitória de um país
Com duzentos milhões de campeões
Finalmente depois desse golaço
O gigante acordou mostrando força
Nas esquinas escuras há quem torça
Pra que não se prossiga nesse passo
Mas a gente não deixa que o cansaço
Tome conta das boas intenções
Quero ver despertar nas eleições
Um Brasil bem maior que mil Brasis
Foi o gol da vitória de um país
Com duzentos milhões de campeões
O cantor e compositor carioca Edu Krieger lança neste sábado, 22 de junho de 2013, música inédita, Gol da vitória, com versos escritos dentro dos padrões do decassílabo, poesia típica dos cantadores nordestinos que descrevem episódios fantasiosos ou reais. No caso, o tema abordado por Krieger - visto no estúdio em que gravou Gol da vitória na foto de Jade Perrone - é real. Gol da vitória versa sobre os protestos e manifestações que mobilizam o Brasil desde o início da semana. Eis a letra da música, já disponível para audição no YouTube:
ResponderExcluirGol da vitória
(Edu Krieger)
Vou narrar um tremendo gol de placa
Que marcou a virada da partida
Já cansada de ser tão iludida
Nossa equipe reage e contra-ataca
Decidiu que não sabe ser panaca
E depois de viver decepções
A coragem brotou nos corações
Que não têm mais pudor em ser feliz
Foi o gol da vitória de um país
Com duzentos milhões de campeões
Há quem diga que não vai dar em nada
Pois o jogo é de fato bem difícil
Mas à beira de um grande precipício
Quem é forte começa uma virada
Feito ponta de lança em arrancada
Pelas ruas vieram multidões
Entre gritos de guerra e palavrões
De quem sabe o que faz e o que diz
Foi o gol da vitória de um país
Com duzentos milhões de campeões
Tem bandido que finge ser do time
Faz gol contra e caminha pro abismo
Pois quem joga fazendo vandalismo
É tão vândalo quanto quem reprime
Mas a paz é a tática sublime
Dando fim a conflitos e explosões
Coroando centenas de milhões
Que já estavam vivendo por um triz
Foi o gol da vitória de um país
Com duzentos milhões de campeões
Finalmente depois desse golaço
O gigante acordou mostrando força
Nas esquinas escuras há quem torça
Pra que não se prossiga nesse passo
Mas a gente não deixa que o cansaço
Tome conta das boas intenções
Quero ver despertar nas eleições
Um Brasil bem maior que mil Brasis
Foi o gol da vitória de um país
Com duzentos milhões de campeões
com uma letra longa dessa ninguém vai cantar, música de protesto tem que ser curta e grossa
ResponderExcluirGosto muito do Edu, mas essa letra tá mais pra protesto coxinha.
ResponderExcluirFazer analogia entre os protestos e o futebol? Que desastre!
Sem falar que ele já usou essa métrica em "Deus conserve pra sempre o meu bom sendo temperado a pitadas de loucura". Li como se estivesse ouvindo o Edu parodiar a sua própria música.
Soa oportunista.
Oi, Luca e Ana Russi, apenas a título de esclarecimento: Esta canção não é de protesto. O decassílabo é uma estrutura clássica de poesia nordestina que tem como objetivo relatar acontecimentos como se fosse uma espécie de crônica rimada, foi o que eu fiz. Muitos cantadores, como Lourival Batista e Oliveira de Panelas, compuseram centenas de decassílabos ao longo de suas vidas, sempre respeitando a construção formal que o gênero exige em relação a rimas e à métrica. Portanto, Ana, não há problema algum se o compositor recorrer a este estilo dezenas de vezes, pois isso não significa plagiar nem parodiar e sim contribuir para a manutenção, preservação e renovação de uma cultura rica e infelizmente pouco difundida. Beijos a todos!
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