Marco inaugural da parceria de Antonio Carlos Jobim (1927 - 1994) com Vinicius de Moraes (1913 - 1980), Se todos fossem iguais a você (1956) foi - na voz singular de Ney Matogrosso - o fecho majestoso dos onze números musicais da 24º edição do Prêmio da Música Brasileira, realizada no Rio de Janeiro (RJ) na noite de 12 de junho de 2013, sob a orquestração do empresário José Maurício Machline, idealizador do prêmio. Contudo, Ney - convocado na última hora para substituir Gal Costa, impossibilitada de se apresentar no evento por conta de forte resfriado - não foi o único intérprete que arrebatou o público de convidados que lotou o Theatro Municipal do Rio de Janeiro para ver a homenagem a Tom Jobim que norteou a fluente entrega dos prêmios. Logo no começo da cerimônia, aberta com Eu sei que vou te amar (Antonio Carlos Jobim e Vinicius de Moraes, 1959) no toque virtuoso de seis pianistas (Cristóvão Bastos, Gilson Peranzzetta, Leandro Braga, João Carlos Coutinho, João Carlos Martins e Wagner Tiso), Nana Caymmi reiterou que é senhora cantora ao dar voz a Por causa de você (Antonio Carlos Jobim e Dolores Duran, 1957), incluída no roteiro informativo de Francisco Bosco para representar a parceria de Tom com Dolores Duran (1930 - 1959). Por sua vez, Rosa Passos mostrou que sabe tudo da arte de cantar ao remodelar Inútil paisagem (Antonio Carlos Jobim e Aloysio de Oliveira, 1963) com sua divisão e sua bossa toda própria. Já Mônica Salmaso - intérprete escalada para cantar Derradeira primavera (Antonio Carlos Jobim e Vinicius de Moraes) em tom camerístico - provou para quem tem ouvidos atentos que é uma das maiores cantoras do Brasil de todos os tempos. Outra dona do dom, Leny Andrade estava em casa ao reviver o samba Brigas nunca mais (Antonio Carlos Jobim e Vinicius de Moraes, 1959) em charmoso trio formado com Leila Pinheiro - seguríssima, como de hábito, em Desafinado (Antonio Carlos Jobim e Newton Mendonça, 1959) - e com Tulipa Ruiz, estranha no ninho que logo se ambientou ao defender Garota de Ipanema (Antonio Carlos Jobim e Vinicius de Moraes, 1962) em interpretação depois dividida com Leila e Leny. Colega de geração de Tulipa, Céu foi a nota dissonante da noite ao interpretar Insensatez (Antonio Carlos Jobim e Vinicius de Moraes, 1962) sem brilho e sem emoção. Céu parecia fora do tom da direção musical do maestro Jaques Morelenbaum, autor dos arranjos. Maria Gadú não chegou a ficar fora do tom, mas pecou ao inventar moda em Chega de saudade (Antonio Carlos Jobim e Vinicius de Moraes, 1958), pedra fundamental na revolução estética causada pela Bossa Nova, e diluiu a bossa do tema. À frente da Nova Banda, Danilo Caymmi tropeçou na letra de Wave (Antonio Carlos Jobim, 1967) em número que destacou a a presença de Paula Morenlenbaum. João Bosco tratou Dindi (Antonio Carlos Jobim e Aloysio de Oliveira, 1959) com elegância sem de fato arrebatar a plateia. Proeza conseguida pelos cantores portugueses António Zambujo e Carminho, que voaram alto em pungente dueto em Sabiá (Antonio Carlos Jobim e Chico Buarque, 1968), merecendo aplausos de pé. Em tom maior, Carminho e António Zambujo se destacaram na cerimônia conduzida pelas cantoras Adriana Calcanhotto (mais dura ao dizer aos textos, embora tenha arrancado risos da plateia com alguns comentários espirituosos) e Zélia Duncan (desenvolta no papel de apresentadora da festa-show). No tom eterno de Jobim, a 24º edição do Prêmio da Música Brasileira transcorreu ágil, reverente à soberania do maestro celebrado na noite e, em alguns momentos, arrebatadora por conta dos cantos em tom maior de António Zambujo, Carminho, Mônica Salmaso, Nana Caymmi, Ney Matogrosso e Rosa Passos - vistos na premiação em fotos de Rodrigo Amaral. Se todos fossem iguais a eles...
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6 comentários:
Marco inaugural da parceria de Antonio Carlos Jobim (1927 - 1994) com Vinicius de Moraes (1913 - 1980), Se todos fossem iguais a você (1956) foi - na voz singular de Ney Matogrosso - o fecho majestoso dos onze números musicais da 24º edição do Prêmio da Música Brasileira, realizada no Rio de Janeiro (RJ) na noite de 12 de junho de 2013, sob a orquestração do empresário José Maurício Machline, idealizador do prêmio. Contudo, Ney - convocado na última hora para substituir Gal Costa, impossibilitada de se apresentar no evento por conta de forte resfriado - não foi o único intérprete que arrebatou o público de convidados que lotou o Theatro Municipal do Rio de Janeiro para ver a homenagem a Tom Jobim que norteou a fluente entrega dos prêmios. Logo no começo da cerimônia, aberta com Eu sei que vou te amar (Antonio Carlos Jobim e Vinicius de Moraes, 1959) no toque virtuoso de seis pianistas (Cristóvão Bastos, Gilson Peranzzetta, Leandro Braga, João Carlos Coutinho, João Carlos Martins e Wagner Tiso), Nana Caymmi reiterou que é senhora cantora ao dar voz a Por causa de você (Antonio Carlos Jobim e Dolores Duran, 1957), incluída no roteiro informativo de Francisco Bosco para representar a parceria de Tom com Dolores Duran (1930 - 1959). Por sua vez, Rosa Passos mostrou que sabe tudo da arte de cantar ao remodelar Inútil paisagem (Antonio Carlos Jobim e Aloysio de Oliveira, 1963) com sua divisão e sua bossa toda própria. Já Mônica Salmaso - intérprete escalada para cantar Derradeira primavera (Antonio Carlos Jobim e Vinicius de Moraes) em tom camerístico - provou para quem tem ouvidos atentos que é uma das maiores cantoras do Brasil de todos os tempos. Outra dona do dom, Leny Andrade estava em casa ao reviver o samba Brigas nunca mais (Antonio Carlos Jobim e Vinicius de Moraes, 1959) em charmoso trio formado com Leila Pinheiro - seguríssima, como de hábito, em Desafinado (Antonio Carlos Jobim e Newton Mendonça, 1959) - e com Tulipa Ruiz, estranha no ninho que logo se ambientou ao defender Garota de Ipanema (Antonio Carlos Jobim e Vinicius de Moraes, 1962) em interpretação depois dividida com Leila e Leny. Colega de geração de Tulipa, Céu foi a nota dissonante da noite ao interpretar Insensatez (Antonio Carlos Jobim e Vinicius de Moraes, 1962) sem brilho e sem emoção. Céu parecia fora do tom da direção musical do maestro Jaques Morelenbaum, autor dos arranjos. Maria Gadú não chegou a ficar fora do tom, mas podia ter rendido mais em Chega de saudade (Antonio Carlos Jobim e Vinicius de Moraes, 1958), pedra fundamental na revolução estética causada pela Bossa Nova, porque é boa intérprete. À frente da Nova Banda, Danilo Caymmi tropeçou na letra de Wave (Antonio Carlos Jobim, 1967) em número que destacou a a presença de Paula Morenlenbaum. João Bosco tratou Dindi (Antonio Carlos Jobim e Aloysio de Oliveira, 1959) com elegância sem de fato arrebatar. Proeza conseguida pelos cantores portugueses António Zambujo e Carminho, que voaram alto em pungente dueto em Sabiá (Antonio Carlos Jobim e Chico Buarque, 1968), merecendo aplausos de pé. Em tom maior, Carminho e Zambujo se destacaram na cerimônia conduzida pelas cantoras Adriana Calcanhotto (mais dura ao dizer aos textos, embora tenha arrancado risos da plateia com alguns comentários espirituosos) e Zélia Duncan (desenvolta no papel de apresentadora da festa-show). No tom eterno de Jobim, a 24º edição do Prêmio da Música Brasileira transcorreu ágil, reverente à soberania do maestro celebrado na noite e, em alguns momentos, arrebatadora por conta dos cantos em tom maior de António Zambujo, Carminho, Mônica Salmaso, Nana Caymmi, Ney Matogrosso e Rosa Passos - vistos na premiação em fotos de Rodrigo Amaral. Se todos fossem iguais a eles...
Isso deve ter sido lindo!
Ainda bem que não inventaram de chamar Michel Teló, Gustavo Lima, Gaby Amarantos e Paula Fernandes.
Se bem que Maria Gadú podia ter ficado em casa.....
Este prêmio deveria ser lançado em Blu-Ray Disc!
Maria Gadu e Ceu deveriam ter ficado em casa. Podiam ter colocado Simone, Miucha ou uma Maria Creuza no lugar delas...isso sim.
e ainda pagaram alguém para desenhar essas roupas...
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