Título: Piracema
Artista: Do Amor
Gravadora: Maravilha 8
Cotação: * * * 1/2
Segundo álbum do quarteto carioca Do Amor, Piracema é legítimo produto da fazenda. Foi pré-produzido em dezembro de 2011 por Gabriel Mayall (guitarra e voz), Gustavo
Benjão (guitarra e voz), Marcelo Callado (bateria e voz) e Ricardo Dias Gomes (baixo e voz) na fazenda situada em Três Rios (RJ) que dá nome ao disco, sucessor do álbum Do Amor, lançado em 2010. Formatado pelo produtor Daniel Carvalho no estúdio Monoaural, no Rio de Janeiro (RJ), Piracema marca a evolução do grupo entre excessos provocados pela longa duração - 18 músicas que totalizam 72 minutos - do CD. Com a mesma diversidade rítmica do antecessor Do Amor, álbum mais conciso produzido por Chico Neves, Piracema alterna climas com sonoridade burilada pelo produtor com o auxílio de músicos convidados como o norte-americano Arto Lindsay, que toca guitarra em Ninguém vai deixar (Gustavo Benjão). Com versos estruturados na forma de poesia concreta, Ar (Ricardo Dias Gomes e Gustavo Benjão) abre Piracema, sugerindo um disco mais climático. Mas tal atmosfera mais densa é diluída logo na sequência por Ofusca (Gustavo Benjão), canção pontuada por leveza pop que concilia as vozes de Moreno Veloso - presença recorrente ao longo do disco - e Alice Caymmi com os teclados viajantes de Donatinho. Minha mente (Ricardo dias Gomes) tem encorpado seu jogo de palavras com o peso roqueiro das guitarras de Pedro Sá. El cancionero mistura versos em português e espanhol em sintonia com a fusão de cumbia e carimbó explicitada na letra, em exercício de metalinguagem depurado em I'm a drummer (Marcelo Callado e Gabriel Bubu), tema no qual Marcelo Callado vive o drama do baterista que ignora melodias e harmonias, preocupado em manter a música e a vida no ritmo. Mote da letra (a mais engenhosa do disco), a aliteração drummer, drama e dreamer valoriza o tema composto em inglês, tal como Life is (Gabriel Bubu e Marcelo Callado) - o reggae de clima havaiano cantado pela voz grave de Gabriel Mayall - e May I bleed? (Gabriel Bubu, Marcelo Callado e Ricardo Dias Gomes) e Tears no fears away (Gabriel Bubu, Gustavo Benjão, Marcelo Callado e Ricardo Dias Gomes). Com suingue, Eu vou pra Belém (Gustavo Benjão e Marcelo Callado) já sinaliza no título a rota nortista que norteia o ritmo da faixa - caminho tangenciado também, já no fecho do álbum, por Umdum (Marcelo Callado). Enfim, Piracema expõe o progresso da obra da banda Do Amor, mas se situa no mesmo bom nível do álbum anterior por pecar pelos excessos. De músicas, inclusive. Mindingo (Gabriel Bubu, Gustavo Benjão, Marcelo Callado e Ricardo Dias Gomes) e Pé na terra (Gabriel Bubu, Gustavo Benjão, Marcelo Callado e Ricardo Dias Gomes) - faixa em que hermano Rodrigo Amarante toca banjolão - são temas que fazem algum sentido no CD mais pelas letras e pela sonoridade. Já Ir e vir (Ricardo Dias Gomes e Marcelo Callado) soa totalmente dispensável no conjunto do disco. Por vezes, parece apenas que faltou foco e um maior direcionamento em Piracema, embora o CD seja de fato bom.
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Segundo álbum do quarteto carioca Do Amor, Piracema é legítimo produto da fazenda. Foi pré-produzido em dezembro de 2011 por Gabriel Mayall (guitarra e voz), Gustavo Benjão (guitarra e voz), Marcelo Callado (bateria e voz) e Ricardo Dias Gomes (baixo e voz) na fazenda situada em Três Rios (RJ) que dá nome ao disco, sucessor do álbum Do Amor, lançado em 2010. Formatado pelo produtor Daniel Carvalho no estúdio Monoaural, no Rio de Janeiro (RJ), Piracema marca a evolução do grupo entre excessos provocados pela longa duração - 18 músicas que totalizam 72 minutos - do CD. Com a mesma diversidade rítmica do antecessor Do Amor, álbum mais conciso produzido por Chico Neves, Piracema alterna climas com sonoridade burilada pelo produtor com o auxílio de músicos convidados como o norte-americano Arto Lindsay, que toca guitarra em Ninguém vai deixar (Gustavo Benjão). Com versos estruturados na forma de poesia concreta, Ar (Ricardo Dias Gomes e Gustavo Benjão) abre Piracema, sugerindo um disco mais climático. Mas tal atmosfera mais densa é diluída logo na sequência por Ofusca (Gustavo Benjão), canção pontuada por leveza pop que concilia as vozes de Moreno Veloso - presença recorrente ao longo do disco - e Alice Caymmi com os teclados viajantes de Donatinho. Minha mente (Ricardo dias Gomes) tem encorpado seu jogo de palavras com o peso roqueiro das guitarras de Pedro Sá. El cancionero mistura versos em português e espanhol em sintonia com a fusão de cumbia e carimbó explicitada na letra, em exercício de metalinguagem depurado em I'm a drummer (Marcelo Callado e Gabriel Bubu), tema no qual Marcelo Callado vive o drama do baterista que ignora melodias e harmonias, preocupado em manter a música e a vida no ritmo. Mote da letra (a mais engenhosa do disco), a aliteração drummer, drama e dreamer valoriza o tema composto em inglês, tal como Life is (Gabriel Bubu e Marcelo Callado) - o reggae de clima havaiano cantado pela voz grave de Gabriel Mayall - e May I bleed? (Gabriel Bubu, Marcelo Callado e Ricardo Dias Gomes) e Tears no fears away (Gabriel Bubu, Gustavo Benjão, Marcelo Callado e Ricardo Dias Gomes). Com suingue, Eu vou pra Belém (Gustavo Benjão e Marcelo Callado) já sinaliza no título a rota nortista que norteia o ritmo da faixa - caminho tangenciado também, já no fecho do álbum, por Umdum (Marcelo Callado). Enfim, Piracema expõe o progresso da obra da banda Do Amor, mas se situa no mesmo bom nível do álbum anterior por pecar pelos excessos. De músicas, inclusive. Mindingo (Gabriel Bubu, Gustavo Benjão, Marcelo Callado e Ricardo Dias Gomes) e Pé na terra (Gabriel Bubu, Gustavo Benjão, Marcelo Callado e Ricardo Dias Gomes) - faixa em que hermano Rodrigo Amarante toca banjolão - são temas que fazem algum sentido no CD mais pelas letras e pela sonoridade. Já Ir e vir (Ricardo Dias Gomes e Marcelo Callado) soa totalmente dispensável. Por vezes, parece que faltou foco e direcionamento em Piracema, embora o CD seja de fato bom.
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