Título: Reincarnated
Artista: Snoop Lion
Gravadora: RCA Records / Sony Music
Cotação: * *
Parece invenção, mas é verdade. Snoop Dogg - um dos rappers norte-americanos que sempre fizeram frutificar a semente da violência cultivada por boa parte do universo hip hip dos EUA desde que despontou na indústria do disco há 20 anos com o álbum Doggystyle (1993) - de repente se converteu à ideologia rastafari, adotou o nome artístico de Snoop Lion e passou a se apresentar como a reencarnação de Bob Marley (1945 - 1981), mesmo tendo nascido em 1971, dez anos antes da saída de cena do cantor e compositor jamaicano, cuja obra levou o reggae a extrapolar nos anos 70 os limites geográficos de sua terra natal, numa era pré-internet. Reincarnated, o 12º álbum de Snoop, recém-lançado no Brasil pela Sony Music, é a materialização da súbita conversão do artista ao mundo rastafari. Embora tenha sonoridade atual, Reincarnated segue com certa fidelidade a cartilha de um disco de reggae. E o fato é que, a despeito de ser em essência um simulacro, traz alguns bons reggaes, notadamente Rebel way e So long. Faixa produzida por Major Lazer (um dos pilotos do disco em time formado por Dre Skull e Ariel Rechtshaid), Get Away - uma das três músicas gravadas com os vocais da cantora norte-americana Angela Hunte - se desvia da trilha habitual do gênero para se jogar na pista da música eletrônica, rota também seguida por Fruit juice. Sim, há alta dose de eletrônica e de rap em Reincarnated, elementos presentes na atual cena de reggae. O rapper Drake, por exemplo, figura em No guns allowed, tema que reitera o discurso positivista e pacífico entranhado em todo o repertório. Recrutado no escaninho mais pop do hip hop, Akon também entra em sintonia com tal ideologia em Tired of running. A propósito, é sintomático que Reincarnated esteja sendo promovido com Ashtrays and heartbreaks, reggae de cepa puramente pop gravado por Snoop com a estrelinha teen Milley Cirus. Lion se diz a reencarnação de Bob Marley, mas curiosamente conserva o forte tino comercial de Dogg.
4 comentários:
Parece invenção, mas é verdade. Snoop Dogg - um dos rappers norte-americanos que sempre fizeram frutificar a semente da violência cultivada por boa parte do universo hip hip dos EUA desde que despontou na indústria do disco há 20 anos com o álbum Doggystyle (1993) - de repente se converteu à ideologia rastafari, adotou o nome artístico de Snoop Lion e passou a se apresentar como a reencarnação de Bob Marley (1945 - 1981), mesmo tendo nascido em 1971, dez anos antes da saída de cena do cantor e compositor jamaicano, cuja obra levou o reggae a extrapolar nos anos 70 os limites geográficos de sua terra natal, numa era pré-internet. Reincarnated, o 12º álbum de Snoop, recém-lançado no Brasil pela Sony Music, é a materialização da súbita conversão do artista ao mundo rastafari. Embora tenha sonoridade atual, Reincarnated segue com certa fidelidade a cartilha de um disco de reggae. E o fato é que, a despeito de ser em essência um simulacro, traz alguns bons reggaes, notadamente Rebel way e So long. Faixa produzida por Major Lazer (um dos pilotos do disco em time formado por Dre Skull e Ariel Rechtshaid), Get Away - uma das três músicas gravadas com os vocais da cantora norte-americana Angela Hunte - se desvia da trilha habitual do gênero para se jogar na pista da música eletrônica, rota também seguida por Fruit juice. Sim, há alta dose de eletrônica e de rap em Reincarnated, elementos presentes na atual cena de reggae. O rapper Drake, por exemplo, figura em No guns allowed, tema que reitera o discurso positivista e pacífico entranhado em todo o repertório. Recrutado no escaninho mais pop do hip hop, Akon também entra em sintonia com tal ideologia em Tired of running. A propósito, é sintomático que Reincarnated esteja sendo promovido com Ashtrays and heartbreaks, reggae de cepa puramente pop gravado por Snoop com a estrelinha teen Milley Cirus. Lion se diz a reencarnação de Bob Marley, mas curiosamente conserva o forte tino comercial de Dogg.
Este disco é dos melhores do ano.
Depois, escuta o A Pale Horse Named Death - Lay My Soul To Waste 2013
Ele quis chamar atenção com esse disco, isso é inevitável, já que a carreira dele andava para baixo... De "Dog" para "Lion" foi uma grande evolução, hein???
Eu acho que qualquer pessoa, antes de opinar sobre o disco, deve assistir o documentário homônimo que acompanha a obra. Snoop foi no berço do Reggae, nas raízes. O filho de Bob faz parte do projeto. O parceiro de Bob, Bunny, quem batizou Snoop de Snoop Lion. O cara fez tudo do jeito certinho, não foi algo aleatório. Merece um crédito por isso.
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