Título: tReSvaRiOs
Artista: Mariana Baltar, Luiz Flavio Alcofra e Mauro Aguiar
Gravadora: Edição independente dos artistas
Cotação: * * *
A voz de Mariana Baltar faz toda a diferença em tReSvaRiOs, disco em que a cantora carioca dá vida a 14 músicas inéditas compostas por Luiz Flavio Alcofra com Mauro Aguiar. Diferença crucial para valorizar obra que se ressente da falta de um traço real de originalidade. Se o fox Claudicantes remete à obra teatral de Edu Lobo e Chico Buarque, várias outras músicas - em especial, a frenética faixa-título tReSvaRiOs e a serena Sem pai nem mãe - evocam o cancioneiro de Guinga e Aldir Blanc, principal referência da dupla carioca de compositores. Autor das letras para as quais Alcofra criou melodias, o próprio Aguiar assume a influência salutar de Blanc na elaboração engenhosa de versos como os do samba Não cabe num quibe, em cuja letra o compositor faz jogo de palavras com termos árabes e japoneses. O repertório de tReSvaRiOs se situa nesse universo de ambiência carioca que aclimata tanto um samba como Ponto cego quanto um choro-canção, Na calada da noite, que evoca tempos idos, parecendo vir do mesmo lugar do passado no qual a dupla buscou inspiração para compor a valsa Sem par. Destaque do repertório, a bela valsa reitera no CD a limpidez do canto preciso de Baltar, já conhecido pelos ouvintes de Uma dama também quem quer se divertir (2006) e Mariana Baltar (2010), álbuns que mereciam ter sido escutados com maior atenção neste país de cantoras. Os sambas predominam no repertório, ditando o ritmo de músicas como a sincopada Na mesma moeda e Enfim, saudade (faixa em que Mauro Aguiar se aventura como cantor, dividindo os vocais com Baltar). Mas tReSvaRiOs é disco pautado por certa diversidade rítmica, a ponto de incluir uma marcha-rancho no repertório, Estreito infinito. Em qualquer ritmo, a poesia dos versos de Aguiar é recorrente, saltando aos ouvidos na canção Rio no frio. Sem inventar moda, a direção musical de Alcofra realça o tom tradicionalista do repertório, contribuindo para o bom resultado final de tReSvaRiOs - sem delírios, loucuras ou tresvarios.
10 comentários:
A voz de Mariana Baltar faz toda a diferença em tReSvaRiOs, disco em que a cantora carioca dá vida a 14 músicas inéditas compostas por Luiz Flavio Alcofra e Mauro Aguiar. Diferença crucial para valorizar obra que se ressente da falta de um traço de originalidade. Se o fox Claudicantes remete à obra teatral de Edu Lobo e Chico Buarque, várias outras músicas - em especial, a frenética faixa-título tReSvaRiOs e a serena Sem pai nem mãe - evocam o cancioneiro de Guinga e Aldir Blanc, principal referência da dupla carioca de compositores. Autor das letras para as quais Alcofra criou melodias, o próprio Aguiar assume a influência salutar de Blanc na elaboração engenhosa de versos como os do samba Não cabe num quibe, em cuja letra o compositor faz jogo de palavras com termos árabes e japoneses. O repertório de tReSvaRiOs se situa nesse universo de ambiência carioca que aclimata tanto um samba como Ponto cego quanto um choro-canção, Na calada da noite, que evoca tempos idos, parecendo vir do mesmo lugar do passado no qual a dupla buscou inspiração para compor a valsa Sem par. Destaque do repertório, a bela valsa reitera no CD a limpidez do canto preciso de Baltar, já conhecido pelos ouvintes de Uma dama também quem quer se divertir (2006) e Mariana Baltar (2010), álbuns que mereciam ter sido escutados com maior atenção neste país de cantoras. Os sambas predominam no repertório, ditando o ritmo de músicas como a sincopada Na mesma moeda e Enfim, saudade (faixa em que Mauro Aguiar se aventura como cantor, dividindo os vocais com Baltar). Mas tReSvaRiOs é disco pautado por certa diversidade rítmica, a ponto de incluir uma marcha-rancho no repertório, Estreito infinito. Em qualquer ritmo, a poesia dos versos de Aguiar é recorrente, saltando aos ouvidos na canção Rio no frio. Sem inventar moda, a direção musical de Alcofra realça o tom tradicionalista do repertório, contribuindo para o bom resultado final de tReSvaRiOs - sem delírios, loucuras ou tresvarios.
Finalmente, e com um enorme atraso, esse disco está sendo lançado. Ainda bem!!!
Essa sabe cantar. Sou fã de carteirinha!
Mariana Baltar é uma excelente cantora. Mauro Aguiar, excelente letrista. Luiz Alcofra, excelente compositor.
A equação é simples: um excelente disco como resultado.
Ainda por cima, com uma capa belísisma.
abração,
Denilson
Achei engraçado que não consegui encontrar nenhum site esse disco à venda... Será que demorará para que alguma livraria online o comece a vendê-lo?
Lindo disco! Estou me deleitando! E estarei no show terça-feira que vem, dia 25, no Teatro Rival!!!
Ótima cantora! Realmente essa o Brasil precisa conhecer melhor, não vive de projetos caça-níquel e é extremamente identificada com a noite da Lapa que a revelou.
A conjunção da belíssima voz de Mariana Baltar, da rica poesia de Mauro Aguiar e das inspiradas melodias e harmonias de Luiz Flavio Alcofra, que também assina os arranjos, só poderia resultar em um trabalho M-A-R-A-V-I-L-H-O-S-O!
Fica difícil escolher a melhor faixa - a cada nova escuta me apaixono por um novo detalhe. A beleza deste trabalho dispensa qualquer tentativa inovação - é de um "tradicionalismo" que precisam nossos ouvidos!
Dia 25 estarei no Rival, vibrando e torcendo!
A conjunção da belíssima voz de Mariana Baltar, da rica poesia de Mauro Aguiar e das inspiradas melodias e harmonias de Luiz Flavio Alcofra, que também assina os arranjos, só poderia resultar em um trabalho M-A-R-A-V-I-L-H-O-S-O!
Fica difícil escolher a melhor faixa - a cada nova escuta me apaixono por um novo detalhe. A beleza deste trabalho dispensa qualquer tentativa de inovação - é de um "tradicionalismo" como este que precisam nossos ouvidos!
Parabéns ao trio!
Cantora, compositores, instrumentistas, arranjos, capa, direção musical, TUDO impecável, emocionante, lindo!
Estou apaixonada por este disco!
E dia 25 estarei no Rival, faça chuva ou faça lua!!
Parabéns!!!
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