Mauro Ferreira no G1

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sábado, 6 de julho de 2013

Bradley revisita com alma a velha escola do funk/soul em 'Victim of love'

Resenha de CD
Título: Victim of love
Artista: Charles Bradley
Gravadora: Daftone Records / Deck
Cotação: * * * * 

No ano em que completa 65 anos, Charles Bradley lança um segundo álbum, Victim of  love, que confirma que todo o culto ao seu primeiro álbum, No time for dreaming (2011), foi justo. Editado no Brasil pela Deck, infelizmente em edição graficamente pobre que sequer credita os compositores das onze músicas, o disco torna irresistível a tentação de associar o som retrô de Bradley à obra de nomes como James Brown (1933 - 2006) e Marvin Gaye (1939 - 1964). Até porque o fato é que este cantor norte-americano revisita com alma a velha escola do soul, do funk e do r & b dos anos 60 e 70. Produzido por Thomas Brenneck e gravado com a colaboração da Menahan Street Band, Victim of  love se divide entre baladões cantados por Bradley com toda a alma e sofrimento embutidos no soul - vertente bem representada pela faixa-título Victim of love, por Crying in the chapel e por Let love stand a chance - e temas repletos de groove black como You put the flame on it e Love bug blues. Mas Victim of love vai um pouco mais além, não se limitando a seguir com fidelidade a receita do funk / soul / r & b dos tempos da Motown. A construção do tema instrumental Dusty blue, a psicodelia embutida em Hurricane e a intenção sensação de tumulto que pontua Confusion fazem Victim of love transitar pela linha do tempo sem apagar a matriz (retrô) que o molda.

Um comentário:

Mauro Ferreira disse...

No ano em que completa 65 anos, Charles Bradley lança um segundo álbum, Victim of love, que confirma que todo o culto ao seu primeiro álbum, No time for dreaming (2011), foi justo. Editado no Brasil pela Deck, infelizmente em edição graficamente pobre que sequer credita os compositores das onze músicas, o disco torna irresistível a tentação de associar o som retrô de Bradley à obra de nomes como James Brown (1933 - 2006) e Marvin Gaye (1939 - 1964). Até porque o fato é que este cantor norte-americano revisita com alma a velha escola do soul, do funk e do r & b dos anos 60 e 70. Produzido por Thomas Brenneck e gravado com a colaboração da Menahan Street Band, Victim of love se divide entre baladões cantados por Bradley com toda a alma e sofrimento embutidos no soul - vertente bem representada pela faixa-título Victim of love, por Crying in the chapel e por Let love stand a chance - e temas repletos de groove black como You put the flame on it e Love bug blues. Mas Victim of love vai um pouco mais além, não se limitando a seguir com fidelidade a receita do funk / soul / r & b dos tempos da Motown. A construção do tema instrumental Dusty blue, a psicodelia embutida em Hurricane e a intenção sensação de tumulto que pontua Confusion fazem Victim of love transitar pela linha do tempo sem apagar a matriz retrô que o molda.