Mauro Ferreira no G1

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sábado, 20 de julho de 2013

Com violão de Bellinati, Déa dá mais corda ao sertão no CD 'Flor do Jequi'

O Brasil mais antenado começou de fato a ouvir falar de Déa Trancoso - cantora e compositora mineira, natural de Almenara, no Vale do Jequitinhonha - em 2007 quando o primeiro CD solo da artista, Tum tum tum (2006), foi laureado com quatro indicações à edição daquele ano do Prêmio da Música Brasileira. De lá para cá, Déa buscou afirmação como compositora em seu segundo álbum - Serendipity (2011), no qual deu voz à produção autoral que incluiu parcerias como Badi Assad e Chico César - e se uniu ao violonista paulista Paulo Bellinati (projetado no grupo Pau Brasil) para gravar seu terceiro CD, Flor do Jequi (2012). Neste disco, a artista se embrenha novamente pelo Vale do Jequitinhonha para dar voz a sons do interior mineiro. Com o toque do violão de Bellinati (um genuíno violão de serestas com cordas de aço, fabricado em 1935 no Rio de Janeiro pelo luthier Sylvestre Delamare Domingos), Déa registra temas tradicionais da região como a sertaneja Pisa no toco (música adaptada por Déa) e o Coco da véia (adaptado por Lira Marques). A música-título, Flor do Jequi, é parceria do compositor mineiro Sérgio Santos com Déa, que debutou no mercado fonográfico em 2002 com a edição do CD O violeiro e a cantora, gravado e assinado por Déa com o músico mineiro Chico Lobo, referência no toque da viola caipira. Em Flor do Jequi, álbum editado pelo selo Tum Tum Tum Discos e viabilizado com patrocínio do projeto Natura Musical, Déa Trancoso também dá voz a músicas do compositor mineiro Paulinho Pedra Azul (Tropeiro de cantigas) e de sua própria lavra autoral (Estreleira). Apresentado no encarte por entusiástico texto assinado por Egberto Gismonti, Flor do Jequi expõe nas capas externas e internas aquarelas da pintora Mariza Trancoso - prima de Déa - que retratam reminiscências da infância da artista no Jequitinhonha.

"Flor do Jequi nasceu da vontade que eu tinha de trabalhar com o Paulo Bellinati e de ampliar a publicação da sonoridade do Vale do Jequitinhonha, visitando mais uma vez cantigas da cultura popular e, dessa vez, compositores da região que foram importantes para mim e para outro tanto de artistas (mineiros especialmente). A regravação de Tropeiro de cantigas, de Paulinho Pedra Azul é um exemplo disso. Paulinho Pedra Azul é um pioneiro entre nós. O disco existia apenas no desejo quando pintou o patrocínio do Programa Natura Musical e a coisa se materializou. Eu convidei o Bellinati e ele logo se entusiasmou com o desafio de passear por uma música que representa uma parte do Brasil que ainda fica escondida. O repertório já estava alinhavado desde a época de Tum tum tum, meu primeiro CD solo. Tum tum tum mostra e Flor do Jequi afirma, aprofunda, amplia o sertão". Déa Trancoso, em depoimento a Notas Musicais.

6 comentários:

Mauro Ferreira disse...

O Brasil mais antenado começou de fato a ouvir falar de Déa Trancoso - cantora e compositora mineira, natural de Almenara, no Vale do Jequitinhonha - em 2007 quando o primeiro CD solo da artista, Tum tum tum (2006), foi laureado com quatro indicações à edição daquele ano do Prêmio da Música Brasileira. De lá para cá, Déa buscou afirmação como compositora em seu segundo álbum - Serendipity (2011), no qual deu voz à produção autoral que incluiu parcerias como Badi Assad e Chico César - e se uniu ao violonista paulista Paulo Bellinati (projetado no grupo Pau Brasil) para gravar seu terceiro CD, Flor do Jequi (2012). Neste disco, a artista se embrenha novamente pelo Vale do Jequitinhonha para dar voz a sons do interior mineiro. Com o toque do violão de Bellinati (um genuíno violão de serestas com cordas de aço, fabricado em 1935 no Rio de Janeiro pelo luthier Sylvestre Delamare Domingos), Déa registra temas tradicionais da região como a sertaneja Pisa no toco (música adaptada por Déa) e o Coco da véia (adaptado por Lira Marques). A música-título, Flor do Jequi, é parceria do compositor mineiro Sérgio Santos com Déa, que debutou no mercado fonográfico em 2002 com a edição do CD O violeiro e a cantora, gravado e assinado por Déa com o músico mineiro Chico Lobo, referência no toque da viola caipira. Em Flor do Jequi, álbum editado pelo selo Tum Tum Tum Discos e viabilizado com patrocínio do projeto Natura Musical, Déa Trancoso também dá voz a músicas do compositor mineiro Paulinho Pedra Azul (Tropeiro de cantigas) e de sua própria lavra autoral (Estreleira). Apresentado no encarte por entusiástico texto assinado por Egberto Gismonti, Flor do Jequi expõe nas capas externas e internas aquarelas da pintora Mariza Trancoso - prima de Déa - que retratam reminiscências da infância da artista no Jequitinhonha.

"Flor do Jequi nasceu da vontade que eu tinha de trabalhar com o Paulo Bellinati e de ampliar a publicação da sonoridade do Vale do Jequitinhonha, visitando mais uma vez cantigas da cultura popular e, dessa vez, compositores da região que foram importantes para mim e para outro tanto de artistas (mineiros especialmente). A regravação de Tropeiro de cantigas, de Paulinho Pedra Azul é um exemplo disso. Paulinho Pedra Azul é um pioneiro entre nós. O disco existia apenas no desejo quando pintou o patrocínio do Programa Natura Musical e a coisa se materializou. Eu convidei o Bellinati e ele logo se entusiasmou com o desafio de passear por uma música que representa uma parte do Brasil que ainda fica escondida. O repertório já estava alinhavado desde a época de Tum tum tum, meu primeiro CD solo. Tum tum tum mostra e Flor do Jequi afirma, aprofunda, amplia o sertão". Déa Trancoso, em depoimento a Notas Musicais.

CADU DE ANDRADE disse...

Grande artista! Viva Minas Gerais.

lurian disse...

"Não adianta fugir que o ser/tão ali está" - Déa Trancoso, Katya Teixeira, Ana Salvagni, Consuelo de Paula, todas excelentes frutos da música desse Brasil profundo, dos sertões e Geraes. Dignas herdeiras da linhagem de Inezita Barroso, Vanja Orico, Marlui Miranda, Doroty Marques e outras grandes que o Brasil nem chegou a conhecer bem.
Déa sabe pescar pérolas da tradição que nos parecem inéditas, está sempre bem acompanhada e merece ser ouvida por uma parcela ainda maior de pessoas.

Déa Trancoso disse...

lurian querida eu agradeço o fato de tu me colocar na companhia de katya teixeira, ana salvagni, consuelo de paula, todas minhas hermanas amadas. e ainda o fato de tu achar que somos a continuação de dona inezita, vanja orico, marlui miranda e da nossa mestra maior, elfa grande, doroty marques. grata. é uma honra e uma alegria imensa para mim.

ADEMAR AMANCIO disse...

Este tipo de sonoridade muito me interessa,bem diferente do sertanejo massificado.

Unknown disse...

Parece-me um belo trabalho!! Fiquei ansiosa por ouvi-lo, sobretudo pela presenca do violao feito pelo meu amado avo. Obrigada pelo reconhecimento ao seu trabalho. Flavia Delamare.