Mauro Ferreira no G1

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sábado, 13 de julho de 2013

Rodrigo capta urgências e dissonâncias afetivas no CD 'Motel maravilha'

Resenha de CD
Título: Motel maravilha
Artista: Rodrigo Santos
Gravadora: Edição independente do artista
Cotação: * * *

Em carreira solo desde 2007, ano em que lançou seu primeiro disco fora do Barão Vermelho, Um pouco mais de calma, o cantor, compositor e baixista carioca Rodrigo Santos tem alimentado com regularidade discografia que evidencia qualidades imperceptíveis no grupo no qual Santos toca baixo desde 1992. De 2007 para cá, Santos já engatou um segundo álbum autoral, O diário do homem invisível (2009), um disco de intérprete (Waiting on a friend, 2010) e um DVD de caráter precocemente retrospectivo, Ao vivo em Ipanema (2011). Quinto título da obra fonográfica de Santos, Motel maravilha sai no vácuo aberto por novo recesso do Barão Vermelho e deixa boa impressão. Sem inventar moda, o artista apresenta coleção de inéditas adequadas ao seu canto, tão eficaz quanto as músicas formatadas pelo produtor Nilo Romero. Gravitando em torno do universo do pop rock, o disco começa mal, com o cantor enumerando dissonâncias afetivas na letra déjà vu de Essa canção é nossa (Rodrigo Santos), música em que o compositor recorre a clichês ao seguir o caminho apontado pela obra-prima Catavento e girassol (Guinga e Aldir Blanc, 1997) e já trilhado por outros autores. Pista falsa. Na boa sequência, Motel maravilha aumenta seu poder de sedução já na segunda faixa, a roqueira Remédios (Rodrigo Santos), mais capacitada para representar um disco que capta urgências, desarmonias e doenças afetivas do mundo contemporâneo. Tais urgências ecoam no pseudo-ska Me abraça agora ou nunca mais (Rodrigo Santos), conduzido pelos toques do trompete de Aquiles de Moraes e do trombone de Everson de Moraes, metais (bem) arranjados por Sacha Amback. Trilha de uma Sessão da Tarde, a balada Tela de cinema (Rodrigo Santos e Zé Roberto Camargo) combina títulos de filmes em letra graciosa. Parceria de Santos com Andy Summers, compositor e guitarrista do desativado grupo inglês The Police, Me dê um dia a mais é rock quase à moda do Barão Vermelho, aquecido pelas guitarras de Summers. Já a faixa-título Motel maravilha (Rodrigo Santos, George Israel e Mauro Sta. Cecília) cai no samba na levada precisa da percussão de Marcos Suzano enquanto Azul (Rodrigo Santos, Nilo Romero e Zé Roberto Camargo) se revela balada de cor mais esmaecida. Ainda na seara das canções românticas, a mais inspirada Meu bem (Rodrigo Santos e Zé Roberto Camargo) endurece o discussão da relação sem perder a ternura. O arranjo reitera o tempo da delicadeza, evidenciado também pelo canto contido de Santos. Que volta a expor urgências existenciais nos versos do rock Não basta envelhecer (Rodrigo Santos). "Para crescer, não basta envelhecer", enfatiza o roqueiro pop. No fim, A canção do amanhã (Rodrigo Santos) acalma os ânimos com fé no que virá. Motel maravilha mostra que Rodrigo Santos cresce bem no seu tempo urgente.

2 comentários:

Mauro Ferreira disse...

Em carreira solo desde 2007, ano em que lançou seu primeiro disco fora do Barão Vermelho, Um pouco mais de calma, o cantor, compositor e baixista carioca Rodrigo Santos tem alimentado com regularidade discografia que evidencia qualidades imperceptíveis no grupo no qual Santos toca baixo desde 1992. De 2007 para cá, Santos já engatou um segundo álbum autoral, O diário do homem invisível (2009), um disco de intérprete (Waiting on a friend, 2010) e um DVD de caráter precocemente retrospectivo, Ao vivo em Ipanema (2011). Quinto título da obra fonográfica de Santos, Motel maravilha sai no vácuo aberto por novo recesso do Barão Vermelho e deixa boa impressão. Sem inventar moda, o artista apresenta coleção de inéditas adequadas ao seu canto, tão eficaz quanto as músicas formatadas pelo produtor Nilo Romero. Gravitando em torno do universo do pop rock, o disco começa mal, com o cantor enumerando dissonâncias afetivas na letra déjà vu de Essa canção é nossa (Rodrigo Santos), música em que o compositor recorre a clichês ao seguir o caminho apontado pela obra-prima Catavento e girassol (Guinga e Aldir Blanc, 1997) e já trilhado por outros autores. Pista falsa. Na boa sequência, Motel maravilha aumenta seu poder de sedução já na segunda faixa, a roqueira Remédios (Rodrigo Santos), mais capacitada para representar um disco que capta urgências, desarmonias e doenças afetivas do mundo contemporâneo. Tais urgências ecoam no pseudo-ska Me abraça agora ou nunca mais (Rodrigo Santos), conduzido pelos toques do trompete de Aquiles de Moraes e do trombone de Everson de Moraes, metais (bem) arranjados por Sacha Amback. Trilha de uma Sessão da Tarde, a balada Tela de cinema (Rodrigo Santos e Zé Roberto Camargo) combina títulos de filmes em letra graciosa. Parceria de Santos com Andy Summers, compositor e guitarrista do desativado grupo inglês The Police, Me dê um dia a mais é rock quase à moda do Barão Vermelho, aquecido pelas guitarras de Summers. Já a faixa-título Motel maravilha (Rodrigo Santos, George Israel e Mauro Sta. Cecília) cai no samba na levada precisa da percussão de Marcos Suzano enquanto Azul (Rodrigo Santos, Nilo Romero e Zé Roberto Camargo) se revela balada de cor mais esmaecida. Ainda na seara das canções românticas, a mais inspirada Meu bem (Rodrigo Santos e Zé Roberto Camargo) endurece o discussão da relação sem perder a ternura. O arranjo reitera o tempo da delicadeza, evidenciado também pelo canto contido de Santos. Que volta a expor urgências existenciais nos versos do rock Não basta envelhecer (Rodrigo Santos). "Para crescer, não basta envelhecer", enfatiza o roqueiro pop. No fim, A canção do amanhã (Rodrigo Santos) acalma os ânimos com fé no que virá. Motel maravilha mostra que Rodrigo Santos cresce bem no seu tempo urgente.

Anônimo disse...

MAURO , MUITO OBRIGADO PELA CRITICA,QUE SUA VIDA SEJA TEMA DE UMA TELA DE CINEMA, E QUANDO A LUZ ACENDER ,TUDO FIQUE AZUL ,
UM GRANDE ABRAÇO

ZÉ ROBERTO CAMARGO