Resenha de caixa de CDs
Título: A benção, Vinicius - A arca do poeta
Artista: Vinicius de Moraes
Gravadora: Universal Music
Cotação: * * * *
Por conta do centenário de nascimento do compositor carioca Vinicius de Moraes (1913 - 1980), a ser festejado em outubro de 2013, a gravadora Universal Music põe nas lojas uma segunda caixa com discos do poeta. Com 18 álbuns e duas coletâneas, A benção, Vinicius - A arca do poeta é, em termos quantitativos, menos atraente do que a sua antecessora Como dizia o poeta... (2001), caixa que reuniu 27 títulos de sua discografia em edições pobres (cada CD era embalado em envelope que reproduzia a imagem de sua capa). Todavia, as reedições atuais passaram por novo processo de remasterização - capitaneada por Luigi Hoffer e Carlos Savalla - e ganham embalagem convencional de CD, em vidro, com reproduções de toda a arte gráfica dos álbuns originais. Com ganho no que diz respeito ao som e à parte gráfica, a caixa perde por questões editoriais de ordem jurídica que obrigaram a Universal Music a reeditar sem suas capas originais os álbuns Vinicius: Poesia e canção I e II (Forma / Philips, 1966), Os afro-sambas (Forma / Philips, 1966) - trabalho antológico que sedimentou a parceria de Vinicius com o compositor e violonista Baden Powell (1937 - 2000) - e Antologia poética (Philips, 1977). De todo modo, A benção, Vinicius - A arca do poeta é bela iniciação à obra plural de Vinicius de Moraes. Através dos 18 álbuns editados originalmente por quatro gravadoras (Odeon, Philips, Elenco e Ariola), a caixa expõe de forma sintética a importância do poeta na música brasileira. A partir de sua parceria com Antonio Carlos Jobim (1927 - 1994), iniciada em 1956 com a composição da trilha sonora do musical Orfeu da Conceição (cujo CD está incluído na caixa), Vinicius revolucionou a arte de escrever versos para músicas com suas letras românticas de tom coloquial que jamais diluíram a força de sua poesia. Gregário, o poeta se juntou também a nomes de várias gerações. Os álbuns Vinicius & Odette Lara (Elenco, 1963), Vinicius / Caymmi ao vivo no Zum Zum (Elenco,1965) e De Vinicius e Baden especialmente para Ciro Monteiro (Elenco, 1965) - este não incluído na caixa de 2001 - são exemplos do caráter aglutinador da obra fonográfica de Vinicius. A caixa também destaca a atuação do compositor no cinema, na televisão e no teatro através das reedições dos discos com as trilhas sonoras do filme Garota de Ipanema (1967), da novela Nossa filha Gabriela (1972) e dos musicais Jesus Cristo superstar (1972) e Deus lhe pague (1976), esta assinada com seu discípulo Edu Lobo. Já a obra da dupla Toquinho & Vinicius - registrada de início na gravadora RGE, em discos não incluídos na caixa - é representada por quatro álbuns em A benção, Vinicius - A arca do poeta. Há os Vinicius & Toquinho de 1974 e 1975, o retrospectivo 10 anos de Toquinho & Vinicius (1979) e o derradeiro Um pouco de ilusão (1980). Por fim, há a incursão de Vinicius pelo lúdico mundo das crianças nos dois volumes do projeto infantil A arca de Noé. No todo, a caixa - cujo libreto traz texto assinado pelo jornalista Tárik de Souza - abarca o supra-sumo da obra plural de Vinicius de Moraes. Que se espalhou por toda a música brasileira, como atestam as 35 abordagens de sua música reunidas nos dois volumes da coletânea Pela luz do olhos teus. O segundo tem importância adicional por resgatar as três raras primeiras gravações do artista. Trata-se da gravação da valsa que dá título às coletâneas - Pela luz dos olhos teus, registrada por Vinicius em 1960 no álbum coletivo Bossa Nova mesmo (Philips) - e das duas faixas de disco de 78 rotações por minuto lançado em 1961, Água de beber (o primeiro afro-samba) e Lamento no morro, parceria com Antonio Carlos Jobim. A arca musical de Vinicius de Moraes é imensa e nem cabe numa caixa.
Por conta do centenário de nascimento do compositor carioca Vinicius de Moraes (1913 - 1980), a ser festejado em outubro de 2013, a gravadora Universal Music põe nas lojas uma segunda caixa com discos do poeta. Com 18 álbuns e duas coletâneas, A benção, Vinicius - A arca do poeta é, em termos quantitativos, menos atraente do que a sua antecessora Como dizia o poeta... (2001), caixa que reuniu 27 títulos de sua discografia em edições pobres (cada CD era embalado em envelope que reproduzia a imagem de sua capa). Todavia, as reedições atuais passaram por novo processo de remasterização - capitaneada por Luigi Hoffer e Carlos Savalla - e ganham embalagem convencional de CD, em vidro, com reproduções de toda a arte gráfica dos álbuns originais. Com ganho no que diz respeito ao som e à parte gráfica, a caixa perde por questões editoriais de ordem jurídica que obrigaram a Universal Music a reeditar sem suas capas originais os álbuns Vinicius: Poesia e canção I e II (Forma / Philips, 1966), Os afro-sambas (Forma / Philips, 1966) - trabalho antológico que sedimentou a parceria de Vinicius com o compositor e violonista Baden Powell (1937 - 2000) - e Antologia poética (Philips, 1977). De todo modo, A benção, Vinicius - A arca do poeta é bela iniciação à obra plural de Vinicius de Moraes. Através dos 18 álbuns editados originalmente por quatro gravadoras (Odeon, Philips, Elenco e Ariola), a caixa expõe de forma sintética a importância do poeta na música brasileira. A partir de sua parceria com Antonio Carlos Jobim (1927 - 1994), iniciada em 1956 com a composição da trilha sonora do musical Orfeu da Conceição (cujo CD está incluído na caixa), Vinicius revolucionou a arte de escrever versos para músicas com suas letras românticas de tom coloquial que jamais diluíram a força de sua poesia. Gregário, o poeta se juntou também a nomes de várias gerações. Os álbuns Vinicius & Odette Lara (Elenco, 1963), Vinicius / Caymmi ao vivo no Zum Zum (Elenco,1965) e De Vinicius e Baden especialmente para Ciro Monteiro (Elenco, 1965) - este não incluído na caixa de 2001 - são exemplos do caráter aglutinador da obra fonográfica de Vinicius. A caixa também destaca a atuação do compositor no cinema, na televisão e no teatro através das reedições dos discos com as trilhas sonoras do filme Garota de Ipanema (1967), da novela Nossa filha Gabriela (1972) e dos musicais Jesus Cristo superstar (1972) e Deus lhe pague (1976), esta assinada com seu discípulo Edu Lobo. Já a obra da dupla Toquinho & Vinicius - registrada de início na gravadora RGE, em discos não incluídos na caixa - é representada por quatro álbuns em A benção, Vinicius - A arca do poeta. Há os Vinicius & Toquinho de 1974 e 1975, o retrospectivo 10 anos de Toquinho & Vinicius (1979) e o derradeiro Um pouco de ilusão (1980). Por fim, há a incursão de Vinicius pelo lúdico mundo das crianças nos dois volumes do projeto infantil A arca de Noé. No todo, a caixa - cujo libreto traz texto assinado pelo jornalista Tárik de Souza - abarca o supra-sumo da obra plural de Vinicius de Moraes. Que se espalhou por toda a música brasileira, como atestam as 35 abordagens de sua música reunidas nos dois volumes da coletânea Pela luz do olhos teus. O segundo tem importância adicional por resgatar as três raras primeiras gravações do artista. Trata-se da gravação da valsa que dá título às coletâneas - Pela luz dos olhos teus, registrada por Vinicius em 1960 no álbum coletivo Bossa Nova mesmo (Philips) - e das duas faixas de disco de 78 rotações por minuto lançado em 1961, Água de beber (o primeiro afro-samba) e Lamento no morro, parceria com Antonio Carlos Jobim. A arca musical de Vinicius de Moraes é imensa e nem cabe numa caixa.
ResponderExcluirQuem nunca ouviu os Afros-Sambas vai virar evangélico - desses mais bocozinhos.
ResponderExcluirTá jogada a praga! :-)
uma pena que as capas originais de alguns álbuns não foram utilizadas. Lembro da caixa da Gal com o disco Gal Canta Caymmi, que tem uma bela capa e que foi adulterada na reedição.
ResponderExcluirMais um box para a minha coleção e solidão. Talvez eu jamais compre música no formato digital, pois preciso desse contato com a mídia física. Conheço quase nada do Vinicius pelo próprio Vinicius, mas aos poucos vou fazer meu "Raio X" do respectivo box para descobrir se a arca musical do "poetinha" é imensa mesmo. Acho lamentável o desleixo da gravadora de não colocar na embalagem externa nenhuma informação se os discos passaram por processo de remasterização. Somente aqui no blog do Tio Mauro, lendo a ótima resenha que aguardava é que encontrei a informação.
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