sexta-feira, 9 de agosto de 2013

'Continente' faz Yamandu Costa navegar pelas águas da América do Sul

Em Continente, disco gravado por Yamandu Costa em 2011 no Rio de Janeiro (RJ), com o trio formado pelo violonista gaúcho com Arthur Bonilla (violão de sete cordas) e Guto Wirtti (baixolão), o músico de Passo Fundo (RS) extrapola a fronteira musical dos Pampas. O título Continente se refere ao primeiro dos três volumes da saga literária do romance O tempo e o vento (1949) - obra-prima do escritor gaúcho Érico Veríssimo (1905 - 1985) - mas também alude à América do Sul, continente que abarca os países que fazem fronteira com o Sul do Brasil e em cujas águas Yamandu mergulha ao tocar com Bonilla e Wirtti o repertório autoral e inédito do álbum  lançado pela gravadora Biscoito Fino neste mês de agosto de 2103. Sarará (Yamandu Costa), por exemplo, concilia reminiscências pantaneiras e influências da música do Paraguai ao passo que Don Ata (Guto Wirtti) é tributo ao cantor, compositor e violonista argentino Atahualpa Yupanqui (1908 - 1992), ícone do folk portenho. Já Fronteiriço (Yamandu Costa e Arthur Bonilla) incorpora elementos de bambuco, ritmo dos Andes da Colômbia. Formado por onze temas instrumentais, o repertório inclui seis músicas feitas por Yamandu em parceria com Wirtti, compostas durante as turnês feitas pela dupla na Europa e no Oriente Médio. Batizada com o nome de um ritmo argentino, Chamamer (Yamandu Costa e Guto Wirtti) embute referência à obra seminal do compositor e músico carioca Alfredo da Rocha Viana Filho (1897 - 1973), o Pixinguinha, na composição feita em viagem entre Nice e a Ilha de Córsega. Já Cabaret (Yamandu Costa e Guto Wirtti) tem atmosfera cigana enquanto Bounyfie (Yamandu Costa e Guto Wirtti) adquire tom caracterizado como satírico por Yamandu. "Com este álbum, volto ao violão dos Pampas para universalizar a beleza do trio de violões, que começa lá no México e vem até nós, no Brasil", conceitua o violonista no texto que apresenta Continente, CD fechado com Sufoco, parceria de Yamandu com Wirtti. Outras duas composições dos músicos, Namoro de guitarras e Pelea de guitarras, integram suíte de quatro movimentos. Tema da lavra solitária de Guto Wirtti, Aperto reitera a forte presença no disco do baixolão, instrumento de cordas de nylon. Yamandu Costa, a propósito, já arquiteta álbum a ser gravado em duo com Wirtti. A viagem pelo Continente ainda vai ter outras escalas.

3 comentários:

  1. Em Continente, disco gravado por Yamandu Costa em 2011 no Rio de Janeiro (RJ), com o trio formado pelo violonista gaúcho com Arthur Bonilla (violão de sete cordas) e Guto Wirtti (baixolão), o músico de Passo Fundo (RS) extrapola a fronteira musical dos Pampas. O título Continente se refere ao primeiro dos três volumes da saga literária do romance O tempo e o vento (1949) - obra-prima do escritor gaúcho Érico Veríssimo (1905 - 1985) - mas também alude à América do Sul, continente que abarca os países que fazem fronteira com o Sul do Brasil e em cujas águas Yamandu mergulha ao tocar com Bonilla e Wirtti o repertório autoral e inédito do álbum lançado pela gravadora Biscoito Fino neste mês de agosto de 2103. Sarará (Yamandu Costa), por exemplo, concilia reminiscências pantaneiras e influências da música do Paraguai ao passo que Don Ata (Guto Wirtti) é tributo ao cantor, compositor e violonista argentino Atahualpa Yupanqui (1908 - 1992), ícone do folk portenho. Já Fronteiriço (Yamandu Costa e Arthur Bonilla) incorpora elementos de bambuco, ritmo dos Andes da Colômbia. Formado por onze temas instrumentais, o repertório inclui seis músicas feitas por Yamandu em parceria com Wirtti, compostas durante as turnês feitas pela dupla na Europa e no Oriente Médio. Batizada com o nome de um ritmo argentino, Chamamer (Yamandu Costa e Guto Wirtti) embute referência à obra seminal do compositor e músico carioca Alfredo da Rocha Viana Filho (1897 - 1973), o Pixinguinha, na composição feita em viagem entre Nice e a Ilha de Córsega. Já Cabaret (Yamandu Costa e Guto Wirtti) tem atmosfera cigana enquanto Bounyfie (Yamandu Costa e Guto Wirtti) adquire tom caracterizado como satírico por Yamandu. "Com este álbum, volto ao violão dos Pampas para universalizar a beleza do trio de violões, que começa lá no México e vem até nós, no Brasil", conceitua o violonista no texto que apresenta Continente, CD fechado com Sufoco, parceria de Yamandu com Wirtti. Outras duas composições dos músicos, Namoro de guitarras e Pelea de guitarras, integram suíte de quatro movimentos. Tema da lavra solitária de Guto Wirtti, Aperto reitera a forte presença no disco do baixolão, instrumento de cordas de nylon. Yamandu Costa, a propósito, já arquiteta álbum a ser gravado em duo com Wirtti. A viagem pelo Continente ainda vai ter outras escalas.

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