Título: Confie em mim
Artista: Canastra
Gravadora: Toca Discos
Cotação: * * * *
Influente banda carioca dos anos 90, Acabou La Tequila revelou - além de Kassin, atualmente o produtor mais requisitado da cena pop brasileira - Renato Martins, mentor e principal compositor do Canastra. Grupo carioca que já lançou dois álbuns, Traz a pessoa amada em três dias (2004) e Chega de falsas promessas (2007), o Canastra dá cartada decisiva com a edição de seu terceiro disco de inéditas, Confie em mim, de título tão imperativo quanto o de músicas como Bebei homens, bebei (Renato Martins), destaque da ótima safra de composições autorais, assinadas por Martins com diversos parceiros. A jogada de mestre do Canastra foi ter confiado a produção ao ex-titã Charles Gavin, que azeitou a mistura pop, graciosa e dançante de ritmos como rockabilly, dixieland (o jazz de New Orleans) e ska. Há algo de burlesco e circense nos arranjos de temas como Ensimesmado (Renato Martins e Fernando Oliveira) e Breve adeus (Renato Martins, Fernando Oliveira e Eduardo Villamaior), faixa de introdução falsamente fúnebre. Em Confie em mim, o Canastra reanima sua alma de big-band e entra no salão com temas dançantes como Rock baile (Renato Martins e Marcelo Magdaleno), de tom tão retrô quanto Juntos para sempre etc e tal (Renato Martins e Fernando Oliveira), faixa que remete ao rock'n'roll dos anos 50. Acentuado neste terceiro disco gravado sob a direção artística de Constança Scofield, o toque de latinidade fica evidenciado logo em Mambo trip (Renato Martins). E o fato é que Confie em mim desce bem ao longo de suas 13 músicas, sem perder pique na ágil pegada country de Por um triz (Renato Martins) e na alta velocidade de Pulo do gato (Renato Martins e Fernando Oliveira). Cheio de metais, o som do Canastra é tão espirituoso que Confie em mim discute a relação sem jamais pesar a mão, mesmo que Clichê (Renato Martins) jamais deixe espaço para ilusões amorosas. Embebida no universo country, Full hand (Renato Martins e Daniel Vasques) mostra, já no fim, que o Canastra domina o jogo do primeiro ao último lance, Gran finale, pretexto para a apresentação da banda como se o CD fosse um show. O Canastra dá baile na mesmice com este delicioso Confie em mim. Confie!
4 comentários:
Influente banda carioca dos anos 90, Acabou La Tequila revelou - além de Kassin, atualmente o produtor mais requisitado da cena pop brasileira - Renato Martins, mentor e principal compositor do Canastra. Grupo carioca que já lançou dois álbuns, Traz a pessoa amada em três dias (2004) e Chega de falsas promessas (2007), o Canastra dá cartada decisiva com a edição de seu terceiro disco de inéditas, Confie em mim, de título tão imperativo quanto o de músicas como Bebei homens, bebei (Renato Martins), destaque da ótima safra de composições autorais, assinadas por Martins com diversos parceiros. A jogada de mestre do Canastra foi ter confiado a produção ao ex-titã Charles Gabim, que azeitou a mistura pop, graciosa e dançante de ritmos como rockabilly, dixieland (o jazz de New Orleans) e ska. Há algo de burlesco e circense nos arranjos de temas como Ensimesmado (Renato Martins e Fernando Oliveira) e Breve adeus (Renato Martins, Fernando Oliveira e Eduardo Villamaior), faixa de introdução falsamente fúnebre. Em Confie em mim, o Canastra reanima sua alma de big-band e entra no salão com temas dançantes como Rock baile (Renato Martins e Marcelo Magdaleno), de tom tão retrô quanto Juntos para sempre etc e tal (Renato Martins e Fernando Oliveira), faixa que remete ao rock'n'roll dos anos 50. Acentuado neste terceiro disco gravado sob a direção artística de Constança Scofield, o toque de latinidade fica evidenciado logo em Mambo trip (Renato Martins). E o fato é que Confie em mim desce bem ao longo de suas 13 músicas, sem perder pique na ágil pegada country de Por um triz (Renato Martins) e na alta velocidade de Pulo do gato (Renato Martins e Fernando Oliveira). Cheio de metais, o som do Canastra é tão espirituoso que Confie em mim discute a relação sem jamais pesar a mão, mesmo que Clichê (Renato Martins) jamais deixe espaço para ilusões amorosas. Embebida no universo country, Full hand (Renato Martins e Daniel Vasques) mostra, já no fim, que o Canastra domina o jogo do primeiro ao último lance, Gran finale, pretexto para a apresentação da banda como se o CD fosse um show. O Canastra dá baile na mesmice com este delicioso Confie em mim. Confie!
Boa, ouvirei.
O Canastra era uma banda que merecia já ter acontecido, pelas letras deliciosamente irônicas de Renato Martins (o "Venatinho Renenoso" dos tempos de Tequila) e pelo ritmo sacolejante - a mistura de rock, dixieland e jazz é esperta.
"Traz a pessoa amada em três dias", o primeiro da banda, de 2005, é ótima pedida!
Ah, sim: o Gavin (ao contrário de "Gabim", como digitou, Mauro) já estava produzindo o disco há um tempão! Finalmente!
Felipe dos Santos Souza
Grato por mais esse toque atento, Felipe. Já corrigi o erro de digitação. Abs, MauroF
coisa de carioca indie que não sai daí, esse grupo não tem a menor importância aqui em São Paulo
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