Mauro Ferreira no G1

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quarta-feira, 28 de agosto de 2013

Sem esquecer os Beatles, Beady Eye burila identidade e cresce em 'BE'

Resenha de CD
Título: BE
Artista: Beady Eye
Gravadora: Columbia Records / Sony Music
Cotação: * * * 1/2

Quando divulgou oficialmente a primeira música de seu segundo álbum, em abril de 2013, o grupo Beady Eye sinalizou certa evolução em relação ao repertório de seu titubeante álbum de estreia, Different gear, still speeding (2011). Rock majestoso turbinado com guitarras e metais incisivos, Flick of the finger deu a pista certa do crescimento do grupo de Liam Gallagher - progresso bastante evidente em BE, disco recém-lançado no Brasil via Sony Music. Empolgante, Flick of the finger culmina com leitura (pelo ator inglês Kayvan Novak ) de trecho do livro Street fighting years: an autobiography of the sixties (2005), do escritor inglês-indiano Tariq Ali. Talvez motivado pelo sucesso de seu irmão e eterno rival Noel Gallagher, que obteve maior êxito com o lançamento do álbum Noel Gallagher’s High Flying Birds (2011), Liam aprimorou o cancioneiro do Beady Eye e recrutou o produtor Dave Sitek para pilotar BE com o quarteto (ao qual se juntou o baixista Jay Mehler neste ano de 2013). A colaboração de Sitek resultou essencial. As texturas dos arranjos valorizam repertório povoado por baladas como Iz rite, Ballroom figured, Back after the break e Off at the next exit. As influências dos Beatles continuam (oni)presentes, salpicadas ao longo das 15 músicas de BE. Contudo, a identidade do Beady Eye começa a se delinear com este bom segundo álbum. Os riffs das guitarras de Gem Archer e Andy Bell se fazem ouvir em rocks como Face the crowd e I'm just saying. Contudo, BE é - em último análise - um disco de baladas. E algumas - como Don't brother me, em que Liam alveja o irmão Noel - se revelam acima da média, inclusive pela produção de Sitek. Vale destacar também Soon come tomorrow - de clima quase soturno - e Soul love. Assinado por Liam com Archer e Bell, o repertório soa mais coeso do que a safra anêmica de Different gear, still speeding. Sim, BE é bom, mas ainda não o suficiente para resistir a uma comparação (injusta) com os melhores discos do Oasis, o grupo-ícone do BritPop.

Um comentário:

Mauro Ferreira disse...

Quando divulgou oficialmente a primeira música de seu segundo álbum, em abril de 2013, o grupo Beady Eye sinalizou certa evolução em relação ao repertório de seu titubeante álbum de estreia, Different gear, still speeding (2011). Rock majestoso turbinado com guitarras e metais incisivos, Flick of the finger deu a pista certa do crescimento do grupo de Liam Gallagher - progresso bastante evidente em BE, disco recém-lançado no Brasil via Sony Music. Empolgante, Flick of the finger culmina com leitura (pelo ator inglês Kayvan Novak ) de trecho do livro Street fighting years: an autobiography of the sixties (2005), do escritor inglês-indiano Tariq Ali. Talvez motivado pelo sucesso de seu irmão e eterno rival Noel Gallagher, que obteve maior êxito com o lançamento do álbum Noel Gallagher’s High Flying Birds (2011), Liam aprimorou o cancioneiro do Beady Eye e recrutou o produtor Dave Sitek para pilotar BE com o quarteto (ao qual se juntou o baixista Jay Mehler neste ano de 2013). A colaboração de Sitek resultou essencial. As texturas dos arranjos valorizam repertório povoado por baladas como Iz rite, Ballroom figured, Back after the break e Off at the next exit. As influências dos Beatles continuam (oni)presentes, salpicadas ao longo das 15 músicas de BE. Contudo, a identidade do Beady Eye começa a se delinear com este bom segundo álbum. Os riffs das guitarras de Gem Archer e Andy Bell se fazem ouvir em rocks como Face the crowd e I'm just saying. Contudo, BE é - em último análise - um disco de baladas. E algumas - como Don't brother me, em que Liam alveja o irmão Noel - se revelam acima da média, inclusive pela produção de Sitek. Vale destacar também Soon come tomorrow - de clima quase soturno - e Soul love. Assinado por Liam com Archer e Bell, o repertório soa mais coeso do que a safra anêmica de Different gear, still speeding. Sim, BE é bom, mas ainda não o suficiente para resistir a uma comparação (injusta) com os melhores discos do Oasis, o grupo-ícone do BritPop.