terça-feira, 27 de agosto de 2013

Vanguart soa pop e solar no - bom!! - terceiro álbum, 'Muito mais que o amor'

Resenha de álbum
Título: Muito mais que o amor
Artista: Vanguart
Gravadora: Deck
Cotação: * * * 1/2

 "Minha alma sabe que viver é se entregar / Sabendo que ninguém pode julgar / Se teve que olhar pra trás ou não / Talvez se a vida me trouxer o que eu pedir", canta Hélio Flanders nos versos autoexplicativos de Meu sol (Reginaldo Lincoln e Hélio Flanders), uma das onze inéditas apresentadas pelo Vanguart no terceiro álbum, Muito mais que o amor, lançado nesta terça-feira, 27 de agosto de 2013. Meu sol é canção solar cuja arquitetura remete de longe às baladas do repertório do Skank. O folk do grupo de Cuiabá (MT) nunca soou tão pop como neste disco produzido pelo Vanguart com Rafael Ramos. Basta ouvir ótimas músicas como O que seria de nós? (Hélio Flanders, Reginaldo Lincoln, David Dafré, Douglas Godoy e Luiz Lazzaroto) - faixa pontuada pela gaita tocada por Flanders - e Estive (Hélio Flanders) para perceber a guinada pop do Vanguart. Estive, a propósito, tem todo jeito de hit. A rigor, esse movimento pop já tinha acontecido de forma mais tímida no segundo álbum da banda, Boa parte de mim vai embora (Vigilante / Deck, 2010), disco em português que versou sobre ausências com melancolia e introspecção. A diferença é que, em Muito mais que o amor, o salto em direção ao pop se completa - efeito provável de Rafael Ramos ter pilotado o disco com o grupo. E, justiça seja feita, o deslocamento pop do Vanguart jamais depõe contra a banda. A qualidade do repertório é boa, os arranjos estão em sintonia com as composições e o álbum soa coeso, redondo, mesmo que destaque canções inegavelmente bonitas como Pra onde eu devo ir? (Reginaldo Lincoln e Hélio Flanders), balada sustentada pelo toque do piano de Luiz Lazzaroto. "Eu levo a vida pronto pro que vier", avisa Flanders em verso do refrão de Mesmo de longe (Reginaldo Lincoln e Hélio Flanders), faixa que exemplifica o tom extrovertido, feliz, de Muito mais que o amor. Ao se encerrar com Olha pra mim (Hélio Flanders), o álbum deixa impressão positiva entre luzes e eventuais sombras, como as detectadas em A escalada das montanhas de mim mesmo (Hélio Flanders, Reginaldo Lincoln, David Dafré, Douglas Godoy e Luiz Lazzaroto), música mais em sintonia com o álbum anterior do sexteto. Enfim, Muito mais que o amor prova que uma banda pode seguir em direção a som mais solar e comunicativo sem baixar o nível de inspiração. Será que parte do público do Vanguart vai embora?

Um comentário:

  1. "Minha alma sabe que viver é se entregar / Sabendo que ninguém pode julgar / Se teve que olhar pra trás ou não / Talvez se a vida me trouxer o que eu pedir", canta Hélio Flanders nos versos autoexplicativos de Meu sol (Reginaldo Lincoln e Hélio Flanders), uma das onze inéditas apresentadas pelo Vanguart em seu terceiro álbum, Muito mais que o amor, lançado nesta terça-feira, 27 de agosto de 2013. Meu sol é canção solar cuja arquitetura remete de longe às baladas do repertório do Skank. O folk do grupo de Cuiabá (MT) nunca soou tão pop como neste disco produzido pelo Vanguart com Rafael Ramos. Basta ouvir ótimas músicas como O que seria de nós? (Hélio Flanders, Reginaldo Lincoln, David Dafré, Douglas Godoy e Luiz Lazzaroto) - faixa pontuada pela gaita tocada por Flanders - e Estive (Hélio Flanders) para perceber a guinada pop do Vanguart. Estive, a propósito, tem todo jeito de hit. A rigor, esse movimento pop já tinha acontecido de forma mais tímida no segundo álbum da banda, Boa parte de mim vai embora (Vigilante / Deck, 2010), disco em português que versou sobre ausências com melancolia e introspecção. A diferença é que, em Muito mais que o amor, o salto em direção ao pop se completa - efeito provável de Rafael Ramos ter pilotado o disco com o grupo. E, justiça seja feita, o deslocamento pop do Vanguart jamais depõe contra a banda. A qualidade do repertório é boa, os arranjos estão em sintonia com as composições e o CD soa coeso, redondo, mesmo que destaque canções inegavelmente bonitas como Pra onde eu devo ir? (Reginaldo Lincoln e Hélio Flanders), balada sustentada pelo toque do piano de Luiz Lazzaroto. "Eu levo a vida pronto pro que vier", avisa Flanders em verso do refrão de Mesmo de longe (Reginaldo Lincoln e Hélio Flanders), faixa que exemplifica o tom extrovertido, feliz, de Muito mais que o amor. Ao se encerrar com Olha pra mim (Hélio Flanders), o álbum deixa impressão positiva entre luzes e eventuais sombras, como as detectadas em A escalada das montanhas de mim mesmo (Hélio Flanders, Reginaldo Lincoln, David Dafré, Douglas Godoy e Luiz Lazzaroto), música mais em sintonia com o CD anterior do sexteto. Enfim, Muito mais que o amor prova que uma banda pode caminhar em direção a um som mais comunicativo e mais solar sem baixar o nível de inspiração. Será que parte do público do Vanguart vai embora?

    ResponderExcluir

Este é um espaço democrático para a emissão de opiniões, sobretudo as divergentes. Contudo, qualquer comentário feito com agressividade ou ofensas - dirigidas a mim, aos artistas ou aos leitores do blog - será recusado. Grato pela participação, Mauro Ferreira

P.S.: Para comentar, é preciso ter um gmail ou qualquer outra conta do google.

Observação: somente um membro deste blog pode postar um comentário.