Título: AM
Artista: Arctic Monkeys
Gravadora: Domino Records / Sony Music
Cotação: * * 1/2
Fora de foco, sem uma direção específica, o quinto álbum do grupo inglês Arctic Monkeys, AM, delineia com maior nitidez a curva descendente da discografia do quarteto - queda evidenciada a partir de seu antecessor, Suck it and see (2011), álbum de cara também indefinida. Influenciado pelo rock dos anos 70 (evocado sobretudo em Arabella, bom fruto da safra irregular) e em menor grau pelo soul, AM começa muito bem - com as duas ótimas músicas já previamente divulgadas, Do I wanna know? e R U mine? - mas logo perde o pique. Há no meio do caminho bela balada (No. 1 party anthem) e outra nem tão bela assim (Mad sounds), mas, independentemente do maior ou menor poder de sedução de faixas isoladas, AM não se encontra, perdendo o fio da meada ao longo de suas 12 músicas. A rigor, verdade seja dita, o Arctic Monkeys sempre mudou a face de seu rock a cada álbum. O jorro jovial de energia do seminal Whatever people say I am, that's what
I'm not (2006) deu lugar aos sons menos básicos e à urgência sexista de Favourite worst nightmare (2007), com rock que foi encorpado e que ganhou densidade no posterior Hamburg (2009). Sem sintonia com a obra pregressa do Arctic Monkeys, AM enfileira músicas - One for the road, I want it all, Fireside, Snap out of it - cantadas sem energia. Não é a contínua mudança de rota que incomoda em AM, mas a sensação de que o grupo ligou o piloto automático, dissipando a energia que - de uma forma ou de outra - sempre guiou a obra da banda do vocalista e guitarrista Alex Turner.
4 comentários:
Fora de foco, sem uma direção específica, o quinto álbum do grupo inglês Arctic Monkeys, AM, delineia com maior nitidez a curva descendente da discografia do quarteto - queda evidenciada a partir de seu antecessor, Suck it and see (2011), álbum de cara também indefinida. Influenciado pelo rock dos anos 70 (evocado sobretudo em Arabella, bom fruto da safra irregular) e em menor grau pelo soul, AM começa muito bem - com as duas ótimas músicas já previamente divulgadas, Do I wanna know? e R U mine? - mas logo perde o pique. Há no meio do caminho bela balada (No. 1 party anthem) e outra nem tão bela assim (Mad sounds), mas, independentemente do maior ou menor poder de sedução de faixas isoladas, AM não se encontra, perdendo o fio da meada ao longo de suas 12 músicas. A rigor, verdade seja dita, o Arctic Monkeys sempre mudou a face de seu rock a cada álbum. O jorro jovial de energia do seminal Whatever people say I am, that's what I'm not (2006) deu lugar aos sons menos básicos e à urgência sexista de Favourite worst nightmare (2007), com rock que foi encorpado e que ganhou densidade no posterior Hamburg (2009). Sem sintonia com a obra pregressa do Arctic Monkeys, AM enfileira músicas - One for the road, I want it all, Fireside, Snap out of it - cantadas sem energia. Não é a contínua mudança de rota que incomoda em AM, mas a sensação de que o grupo ligou o piloto automático, dissipando a energia que - de uma forma ou de outra - sempre guiou a obra da banda do vocalista e guitarrista Alex Turner.
primeira critica tão negativa que vejo do album; ainda assim, acho que as pessoas em geral andam com um problema de perspectiva; todos querem que o disco novo da banda X seja igual ao primeiro disco, ou ao disco que fez a banda estourar. Suck It And See foi um album excelente justamente por fazer evoluir a banda. O mesmo problema de expectativas sofre o Strokes, que lançou um puta disco esse ano - sem o devido reconhecimento, ou paciencia dos ouvintes para apreciar algo novo. Enquanto isso o alto escalão do pop segue repetindo as mesmas formulas e arrecadando milhões e milhões...
Felizmente não fui apenas eu que achei o último disco da banda irregular. Digo, o trabalho pode até ser considerado bom, mas é irregular pois deixa sensação de completa estagnação dentro da linha até então ascendente na discografia da banda...
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