Título: Yeezus
Artista: Kanye West
Gravadora: Def Jam / Universal Music
Cotação: * * * * 1/2
"I'm a god", repete Kanye West na música mais assumidamente egocêntrica de seu sexto álbum solo, intitulada I'm god e formatada com a colaboração do duo francês Daft Punk. Sim, o rapper norte-americano se acha o Deus do universo pop. Contudo, Yeezus confirma que a egolatria, no caso, é proporcional ao talento do artista. Sem capa e encarte, embalado numa caixa de vidro que traz somente um adesivo vermelho no qual está escrito o título Yeezus e outro adesivo na parte traseira com os créditos das faixas, o CD tem peso. As batidas e climas se desviam da cartilha mais óbvia do hip hop, como já sinaliza On sight, tema que abre o álbum. Flerte de West com a música industrial, Black skinhead aparece na sequência para corroborar a sensação que o álbum foge dos habituais caminhos trilhados por discos do gênero. Megalômano, West cospe sua ideologia raivosa em New slaves com a adesão de Frank Ocean. Yeezus é um disco pesado, sombrio, carregado - e talvez a faixa que mais sintetize este tom dark seja Send it up, formatada com batidas criadas com o uso de sirenes. Mesmo que haja eventual leveza em passagens de Hold my liquor (faixa que tem a participação de Justin Vernon, do grupo norte-americano Bon Iver), Bound 2, Guilt trip (de tom lisérgico) e I'm in it (tema turbinado com o rap de Travis Scott), Yeezus não é disco light. Pesa sobre Yeezus todas as injustiças sociais acumuladas ao longo de séculos de racismo explícito - e não é por acaso que Blood on the leaves é pontuada por sample de Strange fruit (Abel Meeropol) na voz combativa da cantora norte-americana Nina Simone (1933 - 2003). Kanye West é narcisista e egocêntrico, mas tanta megalomania talvez seja somente sua arma na guerra fria da selva das cidades. E que arma! Yeezus confirma que, sim, o rapper é um dos deuses da nação hip hop.
2 comentários:
"I'm a god", repete Kanye West na música mais assumidamente egocêntrica de seu sexto álbum solo, intitulada I'm god e formatada com a colaboração do duo francês Daft Punk. Sim, o rapper norte-americano se acha o Deus do universo pop. Contudo, Yeezus confirma que a egolatria, no caso, é proporcional ao talento do artista. Sem capa e encarte, embalado numa caixa de vidro que traz somente um adesivo vermelho no qual está escrito o título Yeezus e outro adesivo na parte traseira com os créditos das faixas, o CD tem peso. As batidas e climas se desviam da cartilha mais óbvia do hip hop, como já sinaliza On sight, tema que abre o álbum. Flerte de West com a música industrial, Black skinhead aparece na sequência para corroborar a sensação que o álbum foge dos habituais caminhos trilhados por discos do gênero. Megalômano, West cospe sua ideologia raivosa em New slaves com a adesão de Frank Ocean. Yeezus é um disco pesado, sombrio, carregado - e talvez a faixa que mais sintetize este tom dark seja Send it up, formatada com batidas criadas com o uso de sirenes. Mesmo que haja eventual leveza em passagens de Hold my liquor (faixa que tem a participação de Justin Vernon, do grupo norte-americano Bon Iver), Bound 2, Guilt trip (de tom lisérgico) e I'm in it (tema turbinado com o rap de Travis Scott), Yeezus não é disco light. Pesa sobre Yeezus todas as injustiças sociais acumuladas ao longo de séculos de racismo explícito - e não é por acaso que Blood on the leaves é pontuada por sample de Strange fruit (Abel Meeropol) na voz combativa da cantora norte-americana Nina Simone (1933 - 2003). Kanye West é narcisista e egocêntrico, mas tanta megalomania talvez seja somente sua arma na guerra fria da selva das cidades. E que arma! Yeezus confirma que, sim, o rapper é um dos deuses da nação hip hop.
concordo em gênero, número e grau. merece bem umas 5 estrelas. discão. a altura do antecessor (e com o tempo pode se provar melhor).
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