Título: Viva a Raul Seixas!
Artista: Detonautas (com participações de Zeca Baleiro e Zélia Duncan)
Local: Palco Sunset - Cidade do Rock (Rio de Janeiro, RJ)
Data: 14 de setembro de 2013
Foto: Divulgação Rock in Rio 2013 / Luciana Pires - Estácio
Cotação: * * * *
Tico Santa Cruz é do clube do rock. À frente do grupo carioca Detonautas, o cantor comandou no fim de tarde deste sábado, 14 de setembro de 2013, enérgico tributo a Raul Seixas (1945 - 1989) que mobilizou o público presente no segundo dos sete dias do Rock in Rio 2013. O show Viva a Raul Seixas! foi realizado no palco secundário, o Sunset, mas teve a grandeza - e a adesão popular - dos espetáculos do Palco Mundo graças à imponência da obra do roqueiro baiano e, justiça seja feita, ao desempenho exemplar de Tico Santa Cruz. Engajado, Tico recorreu às músicas de Raul para fazer um show político que lembrou que o rock é contestador pela própria natureza. Já no primeiro número, Aluga-se (Raul Seixas e Cláudio Roberto, 1980), ficou evidente o tom político do show, que transcorreu na pressão, com direito a palavrão dirigido em coro pelo público ao atual governador do Rio de Janeiro, Sérgio Cabral. A direção musical da pianista Délia Fischer acertou o ponto da mistura de cordas com guitarras e metais. Os arranjos valorizaram músicas como Por quem os sinos dobram (Raul Seixas e Oscar Rasmussen, 1979) - composição que deu título a um álbum lançado por Raul em 1979, via Warner Music, já em fase de menor popularidade - e No fundo do quintal da escola (Raul Seixas e Cláudio Roberto, 1977). Os violinos, por exemplo, realçaram toda a melancolia contida na antológica letra de Ouro de tolo (Raul Seixas, 1973). Carismático, Tico conseguiu reanimar a alma da obra de Raul. Não é à toa que, no sucesso Eu nasci há dez anos atrás (Raul Seixas e Paulo Coelho, 1976), apresentado com sua introdução na voz de Raul, todo o público já cantava com Tico. A entrada da convidada Zélia Duncan - para dueto com o anfitrião em Tente outra vez (Raul Seixas, Paulo Coelho e Marcelo Motta, 1975) e solo em Maluco beleza (Raul Seixas e Cláudio Roberto, 1977) - manteve o show na pressão. A nota dissonante foi a participação de Zeca Baleiro. Intérprete sagaz de obras alheias, o cantor e compositor maranhense não se harmonizou por completo com Tico Santa Cruz no dueto de Como vovó já dizia (Raul Seixas e Paulo Coelho, 1975) e se atrapalhou ao cantar sozinho O rock do diabo (Raul Seixas e Paulo Coelho, 1975). O tributo voltou para os trilhos quando Tico reassumiu o microfone e - com as presenças do guitarrista Rick Ferreira (músico presente em quase toda a discografia de Raul) e do cantor Arnaldo Brandão - deu voz ao country-rock Cowboy fora da lei (Raul Seixas e Cláudio Roberto). No fim, os hits Gita (Raul Seixas e Paulo Coelho, 1974), Metamorfose ambulante (Raul Seixas, 1973) e Sociedade alternativa (Raul Seixas e Paulo Coelho, 1974) - este já com todos os convidados no palco e com Tico vestido com capa usada por Raul em fase mística - reforçaram a comunhão entre palco e plateia. Raulzito certamente aprovaria o tributo pela força e pela alma com que Tico Santa Cruz deu voz e vida ao seu rock.
4 comentários:
Tico Santa Cruz é do clube do rock. À frente do grupo carioca Detonautas, o cantor comandou no fim de tarde deste sábado, 14 de setembro de 2013, enérgico tributo a Raul Seixas (1945 - 1989) que mobilizou o público presente no segundo dos sete dias do Rock in Rio 2013. O show Viva a Raul Seixas! foi realizado no palco secundário, o Sunset, mas teve a grandeza - e a adesão popular - dos espetáculos do Palco Mundo graças à imponência da obra do roqueiro baiano e, justiça seja feita, ao desempenho exemplar de Tico Santa Cruz. Engajado, Tico recorreu às músicas de Raul para fazer um show político que lembrou que o rock é contestador pela própria natureza. Já no primeiro número, Aluga-se (Raul Seixas e Cláudio Roberto, 1980), ficou evidente o tom político do show, que transcorreu na pressão, com direito a palavrão dirigido em coro pelo público ao atual governador do Rio de Janeiro, Sérgio Cabral. A direção musical da pianista Délia Fischer acertou o ponto da mistura de cordas com guitarras e metais. Os arranjos valorizaram músicas como Por quem os sinos dobram (Raul Seixas e Oscar Rasmussen, 1979) - composição que deu título a um álbum lançado por Raul em 1979, via Warner Music, já em fase de menor popularidade - e No fundo do quintal da escola (Raul Seixas e Cláudio Roberto, 1977). Os violinos, por exemplo, realçaram toda a melancolia contida na antológica letra de Ouro de tolo (Raul Seixas, 1973). Carismático, Tico conseguiu reanimar a alma da obra de Raul. Não é à toa que, no sucesso Eu nasci há dez anos atrás (Raul Seixas e Paulo Coelho, 1976), apresentado com sua introdução na voz de Raul, todo o público já cantava com Tico. A entrada da convidada Zélia Duncan - para dueto com o anfitrião em Tente outra vez (Raul Seixas, Paulo Coelho e Marcelo Motta, 1975) e solo em Maluco beleza (Raul Seixas e Cláudio Roberto, 1977) - manteve o show na pressão. A nota dissonante foi a participação de Zeca Baleiro. Intérprete sagaz de obras alheias, o cantor e compositor maranhense não se harmonizou por completo com Tico Santa Cruz no dueto de Como vovó já dizia (Raul Seixas e Paulo Coelho, 1975) e se atrapalhou ao cantar sozinho O rock do diabo (Raul Seixas e Paulo Coelho, 1975). O tributo voltou para os trilhos quando Tico reassumiu o microfone e - com as presenças do guitarrista Rick Ferreira (músico presente em quase toda a discografia de Raul) e do cantor Arnaldo Brandão - deu voz ao country-rock Cowboy fora da lei (Raul Seixas e Cláudio Roberto). No fim, os hits Gita (Raul Seixas e Paulo Coelho, 1974), Metamorfose ambulante (Raul Seixas, 1973) e Sociedade alternativa (Raul Seixas e Paulo Coelho, 1974) - este já com todos os convidados no palco e com Tico vestido com capa usada por Raul em fase mística - reforçaram a comunhão entre palco e plateia. Raulzito certamente aprovaria o tributo pela força e pela alma com que Tico Santa Cruz deu voz e vida ao seu rock.
Coitado de Raulzito, não merecia.
O rapaz é esforçado("força e alma"), ok, mas é muitooo ruinzinho!
Muito panfletário, juvenil.
Tudo que o Raul não era.
Na boa, se eu fosse o Sérgio Cabral, o Renan ou o Sarney reclamaria uma banda melhor pra me achincalhar.
Enfim, o Tico Santa Cruz só agrada aos mais incautos em matéria de rebeldia e atitude.
Caro Mauro,
concordo contigo que o show do Tico Santa Cruz foi exemplar e certamente Raulzito ficaria orgulhoso de ver seu discipulo vestindo o "manto sagrado" da Sociedade Alternativo. O show foi muito bom e achei muito pertinente quando ele pediu desculpas ao palco Mundo - que foi reservado para o besteirol do Capital Inicial. Rock e Raul é atitude e Tico mostrou no Rock in Rio que isso ele tem de sobra!
Achei nada a ver essa atitude do Tico
Nada a ver ele usar o palco do evento pra fazer militancia politica
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