Mauro Ferreira no G1

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domingo, 29 de setembro de 2013

CD 'Zeski' sinaliza que Tiago Iorc perde tempo ao cantar em português...

Resenha de CD
Título: Zeski
Artista: Tiago Iorc
Gravadora: Slap (Som Livre)
Cotação: * * 1/2

Arrastado cover de sucesso do repertório da banda brasiliense Legião Urbana (1982 - 1996), Tempo perdido (Renato Russo, 1986), fecha Zeski, o terceiro álbum do cantor e compositor brasiliense Tiago Iorc, também ele nascido em Brasília (DF). Além de apagado, o cover soa artificial na voz deste artista habituado a cantar e a compor em inglês por ter sido criado entre Inglaterra e Estados Unidos. Zeski se diferencia de seus antecessores Let yourself in (2008) e Umbilical (2011) - inteiramente gravados em inglês - por conter quatro faixas em português, efeitos de prováveis interferências da indústria do disco na criação do som de Iorc. Aliás, Iorczeski - como informa o texto sobre o CD enviado aos formadores de opinião pelo selo Slap, associado à gravadora Som Livre. Sim, Zeski é o fim do sobrenome de batismo de Iorc. A ideia é fazer crer que Zeski, o disco, soa condizente com a trajetória artística do cantor, atualmente radicado em Curitiba (PR). Um providencial dueto com Maria Gadú - estrela do Slap - na fluente Música inédita (Duca Leindecker) reforça a sensação de interferências externas na gestação de Zeski, álbum produzido (de forma bem eficiente - verdade seja dita) por Maycon Ananias, tecladista da banda de Gadú. Seja como for, o fato é que Iorc soa bem mais à vontade e sedutor nas músicas autorais compostas e cantadas em inglês. Life of my love (Tiago Iorc) é pop de ótimo nível, com vocação para hit. Já Yes and nothing less (Tiago Iorc) e It's a fluke (Tiago Iorc, Maycon Ananias e Jesse Harris) são inspiradas canções imersas no universo folk. Shelford road (Tiago Iorc) cativa mais pelo arranjo de cordas que evidencia o bom acabamento harmônico das 11 faixas do álbum, cuja música-título, Zeski (Tiago Iorc), é tema instrumental que separa as faixas em inglês das canções em português. Sinal, aliás, de que um muro separa a criação de umas e outras. Um dia após o outro - música na qual Daniel Lopes é parceiro e convidado de Iorc - abre o naipe de faixas em português sem impressionar. Na sequência, Forasteiro (parceria de Iorc com Silva, convidado da faixa) reitera impressão de que, por mais que soe aparentemente natural, o canto de Iorc em português é tempo perdido.

Um comentário:

Mauro Ferreira disse...

Arrastado cover de sucesso do repertório da banda brasiliense Legião Urbana (1982 - 1996), Tempo perdido (Renato Russo, 1986), fecha Zeski, o terceiro álbum do cantor e compositor brasiliense Tiago Iorc, também ele nascido em Brasília (DF). Além de apagado, o cover soa artificial na voz deste artista habituado a cantar e a compor em inglês por ter sido criado entre Inglaterra e Estados Unidos. Zeski se diferencia de seus antecessores Let yourself in (2008) e Umbilical (2011) - inteiramente gravados em inglês - por conter quatro faixas em português, efeitos de prováveis interferências da indústria do disco na criação do som de Iorc. Aliás, Iorczeski - como informa o texto sobre o CD enviado aos formadores de opinião pelo selo Slap, associado à gravadora Som Livre. Sim, Zeski é o fim do sobrenome de batismo de Iorc. A ideia é fazer crer que Zeski, o disco, soa condizente com a trajetória artística do cantor, atualmente radicado em Curitiba (PR). Um providencial dueto com Maria Gadú - estrela do Slap - na fluente Música inédita (Duca Leindecker) reforça a sensação de interferências externas na gestação de Zeski, álbum produzido (de forma bem eficiente - verdade seja dita) por Maycon Ananias, tecladista da banda de Gadú. Seja como for, o fato é que Iorc soa bem mais à vontade e sedutor nas músicas autorais compostas e cantadas em inglês. Life of my love (Tiago Iorc) é pop de ótimo nível, com vocação para hit. Já Yes and nothing less (Tiago Iorc) e It's a fluke (Tiago Iorc, Maycon Ananias e Jesse Harris) são inspiradas canções imersas no universo folk. Shelford road (Tiago Iorc) cativa mais pelo arranjo de cordas que evidencia o bom acabamento harmônico das 11 faixas do álbum, cuja música-título, Zeski (Tiago Iorc), é tema instrumental que separa as faixas em inglês das canções em português. Sinal, aliás, de que um muro separa a criação de umas e outras. Um dia após o outro - música na qual Daniel Lopes é parceiro e convidado de Iorc - abre o naipe de faixas em português sem impressionar. Na sequência, Forasteiro (parceria de Iorc com Silva, convidado da faixa) reitera impressão de que, por mais que soe aparentemente natural, o canto de Iorc em português é tempo perdido.