Resenha de CD
Título: Orum
Artista: Giana Viscardi
Gravadora: Sonora Produções Artísticas
Cotação: * * 1/2
Terceiro álbum da cantora e compositora paulista Giana Viscardi, Orum é daqueles discos que, na teoria, parecem arrebatadores, mas, na prática, resultam decepcionantes. A produção musical de Alê Siqueira e a direção musical do baiano Letieres Leite - mentor da revolucionária Orquestra Rumpilezz e criador dos arranjos de base, de cordas e de sopros do álbum - são primorosos e valorizam o mergulho de Viscardi no universo musical afro-brasileiro. Contudo, nem a produção de Alê e tampouco a maestria de Letieres atenuam o fato de que Viscardi é melhor cantora do que compositora. Alocado na abertura do disco, o samba Calma (Michi Ruzitchka e Giana Viscardi) ainda se destaca na irregular safra autoral. Só que, à medida que Orum avança, fica evidente que o repertório alheio é mais inspirado, a exemplo do afro-samba Linda (Caê Rolfsen e Celso Viáfora), introduzido e pontuado pelo toque dos berimbaus de Ícaro Silva. Contudo, citando verso de Silêncio (Michi Ruzitchka e Giana Viscardi), a sucessão elegante dos sons das faixas reitera o apuro do disco - refinamento perceptível, por exemplo, no suingue jazzy dos sopros de À espera (Giana Viscardi) que evidenciam a habilidade de Letieres com o afro-jazz. Instrumento atípico e fundamental na tessitura percussiva de Orum, a atabaqueria - bateria formada por atabaques, pilotada por Kainã do Gêge - sustenta temas como 19 luas (Michi Ruzitchka e Chico César) e Saber amar (Giana Viscardi). Fora do universo afro-brasileiro, a Canção do amor que chegou - composta por Carlos Lyra com Vinicius de Moraes (1913 - 1980) para a trilha sonora da peça Pobre menina rica (1964) - é revivida por Viscardi em registro inusitado, feito com a adição do violoncelo de Jaques Morelenbaum. Sucessor dos álbuns Tinge (2002) e 4 3 2 1 (2005), Orum apresenta parceria de Chico César - padrinho artístico de Viscardi - com Dani Black, Calor, sem alterar sua temperatura morna. Arranjada somente com vozes, todas feitas por Viscardi e e combinadas por Letieres de forma criativa, a faixa final É só o que falta (Caê Rolfsen e Fabio Barros) encerra o álbum em grande estilo. Mas o fato é que, mesmo com alguns bons momentos, Orum tem repertório aquém do alto nível dos arranjos de Letieres Leite e da produção de Alê Siqueira. Viscardi fica devendo...
Terceiro álbum da cantora e compositora paulista Giana Viscardi, Orum é daqueles discos que, na teoria, parecem arrebatadores, mas, na prática, resultam decepcionantes. A produção musical de Alê Siqueira e a direção musical do baiano Letieres Leite - mentor da revolucionária Orquestra Rumpilezz e criador dos arranjos de base, de cordas e de sopros do álbum - são primorosos e valorizam o mergulho de Viscardi no universo musical afro-brasileiro. Contudo, nem a produção de Alê e tampouco a maestria de Letieres atenuam o fato de que Viscardi é melhor cantora do que compositora. Alocado na abertura do disco, o samba Calma (Michi Ruzitchka e Giana Viscardi) ainda se destaca na irregular safra autoral. Só que, à medida que Orum avança, fica evidente que o repertório alheio é mais inspirado, a exemplo do afro-samba Linda (Caê Rolfsen e Celso Viáfora), introduzido e pontuado pelo toque dos berimbaus de Ícaro Silva. Contudo, citando verso de Silêncio (Michi Ruzitchka e Giana Viscardi), a sucessão elegante dos sons das faixas reitera o apuro do disco - refinamento perceptível, por exemplo, no suingue jazzy dos sopros de À espera (Giana Viscardi) que evidenciam a habilidade de Letieres com o afro-jazz. Instrumento atípico e fundamental na tessitura percussiva de Orum, a atabaqueria - bateria formada por atabaques, pilotada por Kainã do Gêge - sustenta temas como 19 luas (Michi Ruzitchka e Chico César) e Saber amar (Giana Viscardi). Fora do universo afro-brasileiro, a Canção do amor que chegou - composta por Carlos Lyra com Vinicius de Moraes (1913 - 1980) para a trilha sonora da peça Pobre menina rica (1964) - é revivida por Viscardi em registro inusitado, feito com a adição do violoncelo de Jaques Morelenbaum. Sucessor dos álbuns Tinge (2002) e 4 3 2 1 (2005), Orum apresenta parceria de Chico César - padrinho artístico de Viscardi - com Dani Black, Calor, sem alterar sua temperatura morna. Arranjada somente com vozes, todas feitas por Viscardi e e combinadas por Letieres de forma criativa, a faixa final É só o que falta (Caê Rolfsen e Fabio Barros) encerra o álbum em grande estilo. Mas o fato é que, mesmo com alguns bons momentos, Orum tem repertório aquém do alto nível dos arranjos de Letieres Leite e da produção de Alê Siqueira. Viscardi fica devendo...
ResponderExcluirComo comentar algo produtivo se o texto tem erros básicos. Percebe-se que o autor do texto não conhece os ritmos brasileiros. Chamar a versão de "linda" de afro-samba, é como chamar um "manga larga" de "pangaré". Não foi legal esse texto. É visível que o texto do autor é parcial e viciado. Ouça mais o disco e procure se informar melhor sobre "detalhes" como o ritmo. :)
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