Consta que a carioca Norma Aparecida Almeida Pinto Guimarães d'Áurea Bengell (21 de fevereiro de 1935 - 9 de outubro de 2013) somente teria gravado seu primeiro LP, em 1959, porque ameaçou entrar com processo contra a gravadora Odeon por conta de uso indevido de foto sua na capa de um disco da companhia. Afinal, na época, Norma Bengell - atriz tornada cantora que saiu de cena no Rio de Janeiro (RJ), aos 78 anos, na madrugada desta quara-feira, vítima de câncer no pulmão - já era uma estrela do cinema brasileiro. Seja como for, o álbum Ooooooh Norma! - lançado naquele ano de 1959 e reeditado em CD em 2002 por Charles Gavin na série Odeon 100 anos - se revelou interessante. Bengell adotou estilo intimista - que remeteu ao canto da atriz e cantora norte-americana Julie London (1926 - 2000) - ao dar sua voz pequena a um repertório poliglota que incluía músicas como Sucedeu assim (Marino Pinto), Eu sei que vou te amar (Antonio Carlos Jobim e Vinicius de Moraes), Fever (Jack Devenport e Eddie Cooley), C'est si bon (Henri Betti e André Hornez) e Drume negrita (Ernesto Grenet). Contudo, a boa repercussão de Ooooooh Norma! não garantiu à artista a real continuidade de sua carreira como cantora, atividade que se tornaria bissexta na trajetória profissional de Bengell. De todo modo, a artista gravou em 1960 um disco de 78 rotações por minuto com a música Coração (Riсhard Adler e Jerrу Ross em versão de Romeo Nunes) - fonograma que seria incluído em raríssimo e obscuro EP de Bengell, The six tracks, editado em 1964 com cinco gravações avulsas da cantora. Uma apresentação do compositor e produtor Ronaldo Bôscoli (1927 - 1994) justifica as seis faixas do título em inglês do disco. O EP inclui registro ao vivo de Não faz assim (Oscar Сastro Neves e Ronaldo Bôscoli) - captado em 1960 em show numa faculdade do Rio de Janeiro (RJ) - e duetos de Bengell com o cantor Dick Farney em Voсê (Roberto Menesсal e Ronaldo Bôscoli) e em Vou por aí (Вaden Рowell e Aloуsio de Oliveira), ambos supostamente gravados em 1964. Três anos mais tarde, em 1967, a cantora voltou à cena com a edição de compacto, via Elenco, com os afro-sambas Água de beber (Antonio Carlos Jobim e Vinicius de Moraes, 1961) e Canto de Ossanha (Baden Powell e Vinicius de Moraes, 1966). Uma década depois, em 1977, veio então o segundo álbum de Bengell, Norma canta mulheres, editado pela Philips. Neste disco de repertório feminino, Bengell se lançou como compositora - com a música Em nome do amor, assinada em parceria com Glória Gadelha - e deu voz a músicas pouco conhecidas de Ivone Lara (Outra você não me faz), Joyce Moreno (Boa pergunta), Rita Lee (O futuro me absolve), Sueli Costa (Movimento da vida). Com seu repertório antenado, Norma canta mulheres foi disco que, de certa forma, anunciou dois anos antes a explosão feminina que aconteceria na MPB em 1979. Mesmo assim, o álbum se tornaria o último título da carreira fonográfica de Norma Bengell, que hoje sai de cena, mas fica mesmo na história como atriz de filmes e novelas, não como cantora bissexta.
Consta que a carioca Norma Aparecida Almeida Pinto Guimarães d'Áurea Bengell (21 de fevereiro de 1935 - 9 de outubro de 2013) somente teria gravado seu primeiro LP, em 1959, porque ameaçou entrar com processo contra a gravadora Odeon por conta de uso indevido de foto sua na capa de um disco da companhia. Afinal, na época, Norma Bengell - atriz tornada cantora que saiu de cena no Rio de Janeiro (RJ), aos 78 anos, na madrugada desta quara-feira, vítima de câncer no pulmão - já era uma estrela do cinema brasileiro. Seja como for, o álbum Ooooooh Norma! - lançado naquele ano de 1959 e reeditado em CD em 2002 por Charles Gavin na série Odeon 100 anos - se revelou interessante. Bengell adotou estilo intimista - que remeteu ao canto da atriz e cantora norte-americana Julie London (1926 - 2000) - ao dar sua voz pequena a um repertório poliglota que incluía músicas como Sucedeu assim (Marino Pinto), Eu sei que vou te amar (Antonio Carlos Jobim e Vinicius de Moraes), Fever (Jack Devenport e Eddie Cooley), C'est si bon (Henri Betti e André Hornez) e Drume negrita (Ernesto Grenet). Contudo, a boa repercussão de Ooooooh Norma! não garantiu à artista a real continuidade de sua carreira como cantora, atividade que se tornaria bissexta na trajetória profissional de Bengell. De todo modo, a artista gravou em 1960 um disco de 78 rotações por minuto com a música Coração (Riсhard Adler e Jerrу Ross em versão de Romeo Nunes) - fonograma que seria incluído em raríssimo e obscuro EP de Bengell, The six tracks, editado em 1964 com cinco gravações avulsas da cantora. Uma apresentação do compositor e produtor Ronaldo Bôscoli (1927 - 1994) justifica as seis faixas do título em inglês do disco. O EP inclui registro ao vivo de Não faz assim (Oscar Сastro Neves e Ronaldo Bôscoli) - captado em 1960 em show numa faculdade do Rio de Janeiro (RJ) - e duetos de Bengell com o cantor Dick Farney em Voсê (Roberto Menesсal e Ronaldo Bôscoli) e em Vou por aí (Вaden Рowell e Aloуsio de Oliveira), ambos supostamente gravados em 1964. Três anos mais tarde, em 1967, a cantora voltou à cena com a edição de compacto, via Elenco, com os afro-sambas Água de beber (Antonio Carlos Jobim e Vinicius de Moraes, 1961) e Canto de Ossanha (Baden Powell e Vinicius de Moraes, 1966). Uma década depois, em 1977, veio então o segundo álbum de Bengell, Norma canta mulheres, editado pela Philips. Neste disco de repertório feminino, Bengell se lançou como compositora - com a música Em nome do amor, assinada em parceria com Glória Gadelha - e deu voz a músicas pouco conhecidas de Ivone Lara (Outra você não me faz), Joyce Moreno (Boa pergunta), Rita Lee (O futuro me absolve), Sueli Costa (Movimento da vida). Com seu repertório antenado, Norma canta mulheres foi disco que, de certa forma, anunciou dois anos antes a explosão feminina que aconteceria na MPB em 1979. Mesmo assim, o álbum se tornaria o último título da carreira fonográfica de Norma Bengell, que hoje sai de cena, mas fica mesmo na história como atriz de filmes e novelas, não como cantora bissexta.
ResponderExcluirVai deixar saudade Dona Deise Coturno do seriado Toma Lá, Dá Cá, de Miguel Falabella. Me divertia muito com aquele "sapatão".
ResponderExcluirBonita, forte, libertária... Norma Bengell marcou época.
ResponderExcluirE ainda tinha um baita bom gosto musical.
Outro dia tava vendo a Betty Faria na tv...
Mulheres assim fazem falta na mídia, só as bobocas têm vez hoje em dia.
Uma das vinte brasileiras mais bonitas do séc vinte,segundo uma lista feita pelo Fantástico,há tempos atrás.
ResponderExcluirEsse disco em que ela cantou mulheres é bem interessante. A música em nome do amor tem um poema bem bonito, mas acho que a música que a imortalizou é o dueto com Dick Farney "Você". Engraçado que outro dia eu pensava que essas musicas meio bossa-nova se firmaram com vozes de pouca extensão, mas as primeiras interpretes tinham vozeirão como Elizeth, Maysa...
ResponderExcluirNorma foi uma das musas existencialistas no cinema brazuca mais interessantes.