Mauro Ferreira no G1

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segunda-feira, 21 de outubro de 2013

Cyrus dilui imagem 'teen' em 'Bangerz' com a dor e delícia de ser o que é

Resenha de CD
Título: Bangerz
Artista: Miley Cyrus
Gravadora:  RCA Records / Sony Music
Cotação: * * *

Em 2010, ao lançar o clipe de Can't be tamed, Miley Cyrus começou a romper com a imagem de ídolo juvenil. Contudo, essa aura teen somente se dissolve por completo com a edição do quarto álbum da cantora e compositora norte-americana, Bangerz, lançado em escala mundial neste mês de outubro de 2013. A nudez do recordista clipe de Wrecking ball - o segundo single do álbum, sucessor do single We can't stop - gerou tantos acessos e comentários que ofuscou o fato de a música em si ser boa, melhor do que o disco como um todo. Cyrus se distancia em Bangerz do tom pueril de Hannah Montana, mas não rompe com a fórmula pop imposta pela indústria norte-americana do disco. Ou seja, ouve-se em Bangerz a mesma mistura pop de rap, dance, baladas e r & b das cantoras que se esfregam nas paradas dos EUA com a habitual dose de sensualidade vulgar detectada em SMS (Bangerz), dueto de Cyrus com Britney Spears. As fotos provocantes do encarte do disco reiteram a intenção de Cyrus de se jogar na pista em que rebola Rihanna. Das faixas animadas, 4X4 - faixa na qual figura o rapper norte-americano Nelly - e #Getitright merecem menções honrosas pelas levadas sedutoras. Contudo, nem tudo é animação. A dor-de-cotovelo pelo término de seu namoro com o ator Liam Hemsworth é expiada na raivosa Fu - faixa gravada com o rapper marroquino-americano French Montana - e em Maybe you're right, de discurso mais resignado. Já Adore you - a melodiosa canção que abre o álbum - e My darlin' adoçam Bangerz em contraste com o tom materialista e hedonista de  Love, money, party, tema dance aditivado com o rap de Big Sean. Já a desbocada Do my thang cai na pista da vulgaridade fabricada em doses industriais como se as cantoras norte-americanas estivessem numa batalha para ver quem é mais vadia. As três faixas adicionais da Deluxe Edition de Bangerz - Rooting for my baby, On my own e Hands in the air (com o rapper Ludacris) - não alteram o status do álbum que joga definitivamente Miley Cyrus no competitivo mundo adulto com a dor e a delícia de ser o que é.

4 comentários:

Mauro Ferreira disse...

Em 2010, ao lançar o clipe de Can't be tamed, Miley Cyrus começou a romper com a imagem de ídolo juvenil. Contudo, essa aura teen somente se dissolve por completo com a edição do quarto álbum da cantora e compositora norte-americana, Bangerz, lançado em escala mundial neste mês de outubro de 2013. A nudez do recordista clipe de Wrechink ball - o segundo single do álbum, sucessor do single We can't stop - gerou tantos acessos e comentários que ofuscou o fato de a música em si ser boa, melhor do que o disco como um todo. Cyrus se distancia em Bangerz do tom pueril de Hannah Montana, mas não rompe com a fórmula pop imposta pela indústria norte-americana do disco. Ou seja, ouve-se em Bangerz a mesma mistura pop de rap, dance, baladas e r & b das cantoras que se esfregam nas paradas dos EUA com a habitual dose de sensualidade vulgar detectada em SMS (Bangerz), dueto de Cyrus com Britney Spears. As fotos provocantes do encarte do disco reiteram a intenção de Cyrus de se jogar na pista em que rebola Rihanna. Das faixas animadas, 4X4 - faixa na qual figura o rapper norte-americano Nelly - e #Getitright merecem menções honrosas pelas levadas sedutoras. Contudo, nem tudo é animação. A dor-de-cotovelo pelo término de seu namoro com o ator Liam Hemsworth é expiada na raivosa Fu - faixa gravada com o rapper marroquino-americano French Montana - e em Maybe you're right, de discurso mais resignado. Já Adore you - a melodiosa canção que abre o álbum - e My darlin' adoçam Bangerz em contraste com o tom materialista e hedonista de Love, money, party, tema dance aditivado com o rap de Big Sean. Já a desbocada Do my thang cai na pista da vulgaridade fabricada em doses industriais como se as cantoras norte-americanas estivessem numa batalha para ver quem é mais vadia. As três faixas adicionais da Deluxe Edition de Bangerz - Rooting for my baby, On my own e Hands in the air (com o rapper Ludacris) - não alteram o status do álbum que joga definitivamente Miley Cyrus no competitivo mundo adulto com a dor e a delícia de ser o que é.

Matheus Nascimento disse...

Adorei o disco e o texto, realmente reflete o conteúdo musical. Eu fico feliz com essa virada da Miley, sério, acho que mesmo que soe exagerada ela está fazendo o que quer agora (pelo menos ela não parece estar oprimida, mesmo que seja o que muitos achem).
Aliás, Mauro, você não vai escrever sobre o novo disco da Cher?

Mauro Ferreira disse...

Grato, Math. Vou escrever sobre o disco de Cher, sim, mas ele ainda não foi enviado pela gravadora. Eu avalio discos, em geral, a partir de sua edição física. Abs, MauroF

Daniel disse...

Eu nem era fã dessa nova safra da Disney mas Miley me conquistou nessa era. O álbum nao é uma obra prima mas é razoável. Acaba que We Cant Stop e Wrecking Ball eram as melhores faixas. Além dela só amei memso FU. A decepção do album fica pra SMS, que é muito fraquinha pra uma colaboração tao esperada entre duas estrelas do pop. PS: tomara que saia resenha dos novos albuns do Kings of Leon, James Blunt, Jessie J, Ana Carolina e da Katy Perry xD