sábado, 5 de outubro de 2013

14º Grammy Latino minimiza Brasil, mas atesta a revelação de Clarice Falcão

 A inclusão de Clarice Falcão entre os dez  nomes indicados ao 14º Grammy Latino na categoria Novo Artista é atestado de que, mesmo minimizando a produção fonográfica brasileira em seus segmentos mais relevantes, o Grammy Latino reconhece que a atriz, cantora, compositora e roteirista pernambucana é a revelação da música brasileira em 2013. Por mais que o sucesso da artista na carreira musical tenha se delineado em 2012 com a postagem de vídeos populares no YouTube - com acessos ascendentes desde que os primeiros foram jogados na rede, ainda em 2011 - e a edição do EP Clarice Falcão, foi neste ano de 2013 que a musa indie estourou, vinda pela porta dos fundos do mercado musical. O ponto marcante do sucesso massivo foi o lançamento em abril do álbum Monomania, que logo se tornou campeão de downloads e gerou show que tem percorrido várias cidades brasileiras com apresentações sempre lotadas. É fato que a participação de Clarice nos vídeos da produtora de humor Porta dos fundos - fenômeno viral na internet desde 2012 - ajudou a popularizar a música da artista e consequentemente o disco produzido por Olivia Byington para a gravadora Casa Byington. Mas, justiça seja feita, Monomania é CD gracioso. Temperado com humor que roça a mordacidade, o pop folk de Clarice versa sobre o amor nos tempos fugazes dos contatos feitos via redes sociais. Com participação do cantor Silva em Eu me lembro, o disco faz leve crônica dos sentimentos (contraditórios) provocados pela paixão, abordando até as ressacas (assunto de O que eu bebi) e paranoias (Oitavo andar, sobre o desejo de morrer e matar o ser amado) sem perder tal leveza. Com Monomania, Clarice se revelou compositora interessante - basta ouvir canções como Fred Astaire (gravada em português e em inglês), Qualquer negócio e Talvez para perceber a assinatura própria da artista - e cantora de voz pequena, mas perfeitamente ajustada ao tom suave de sua produção autoral. É bem provável que a artista seja derrotada por qualquer um de seus nove concorrentes no 14º Grammy Latino, pois a premiação tem o hábito de coroar artistas de língua hispânica em categorias importantes como a de Novo Artista, mas Clarice Falcão é uma artista realmente nova, em sintonia com seu tempo digital, que sequer teve a preocupação de abastecer o mercado fonográfico com cópias físicas de seu disco (produzidas em pequena tiragem). Tanto que, mesmo minimizando o Brasil nas indicações principais, o júri do 14º Grammy Latino  reconheceu que se trata de uma (verdadeira) revelação.

12 comentários:

  1. Este comentário foi removido pelo autor.

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  2. Preciso ouvir esse disco pra entender o motivo de que essa moça SEM GRAÇA NENHUMA, se levada em consideração apenas aquela propaganda do "o que você faz pra ser feliz", é essa revelação toda a ponto de ser indicada ao Grammy.

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  3. Douglas, ouça o álbum da Clarice Falcão sem pré-conceito. Abs, MauroF

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  4. Mauro, quem canta com a Clarice na faixa "Eu me Lembro" é o Silva e não o Gregório Duvivier como mencionado na postagem. Ou existe uma outra versão da música?

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  5. Não, Thiago, não deve existir. Fui eu que, na ausência de uma ficha técnica do disco, supus que fosse o Gregório. Grato pelo toque. abs, MauroF

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  6. Gosto da coisa mordaz das letras...

    Mas tenho por feitio ouvir apenas cantoras (/cantores; pessoas que cantam). Quando não é possível, abro concessão para boas melodias e harmonias. Infelizmente não é o caso da Clarice, nem do "Monomania".

    Odeio a cultura do "xoxamento", mas não é nada bom, gente. É preciso dizer; avisar! Desculpa.

    Ainda bem que ela é extremamente talentosa em outras diversas possibilidades artísticas de uso do verbo, onde se sai tão bem.

    Mas não consigo deixar de achar uma pena as poltronas vazias em frente a artistas tão talentosos, enquanto Clarices da vida abrem sessões extras nos maiores teatros... usurpação total.

    Nada de inusitado nestes tempos de falimento cultural, mas ainda me aborreço.

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  7. Assisti o show da Clarice Falcão e saí decepcionado com o que vi e ouvi!!

    Não achei tudo isso que dizem não...

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  8. Não é preconceito. Ouvi e simplesmente fiquei esperando a mais. Ficou um vazio. As músicas se umas com as outras.

    PS: Ela como atriz e comediante é bem melhor...

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  9. Sobre o disco, que ouvi: Letras Caetânicas e uma cantora que, se tem recursos, as músicas não exigem.
    O mesmo arranjador, deixa a impressão de que nunca trocam de faixa.
    Pra mim, funcionou como um ótimo remédio contra insônia.

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  10. errei: "as músicas se PARECEM uma com as outras"

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  11. Como brasileiro, sinto-me ofendido em algo de tão pouca qualidade representar nosso País em um "Grammy", pois conheço dezenas de ótimos cantores/compositores de grande talento por aí que nunca tiveram a oportunidade nem de ter uma notinha em algum jornal local por não terem o "pistolão".

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  12. Eu amoo as músicas da Clarice, e fico chateada com quem pensa que por os pais dela, de alguma maneira, serem de boa posição, ajudaram na carreira dela. Ela começou botando OS videos no youtube quando ainda n existia a porta dos fundos e duvido que ela tenha pagado a cada pessoa para assistir os videos....o CD dela nem mesmo assinou contrato com gravadora alguma. As musicas são de total autoria dela, e sim, existem cantores ótimos, que talvez não tenham o reconhecimento merecido, mas acredito que para o sucesso não basta apenas uma voz bonita ( isso tem à beça). Super orgulhosa dela ter representado o Brasil, mesmo não tendo ganho.

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