Evento: Festival Back2Black
Título: La noche más larga
Artista: Buika (em foto de Cristina Granato)
Local: Grande Sala - Cidade das Artes (Rio de Janeiro, RJ)
Data: 17 de novembro de 2013
Cotação: * * * * *
Atração mais esperada da terceira e última
noite da quinta edição do festival Back2Black, a cantora e
compositora espanhola Maria Concepción Balboa Buika - conhecida como Concha
Buika ou, simplesmente, Buika - estreou em palcos brasileiros de forma feliz e arrebatadora, seduzindo com seu canto visceral o público que encheu a Grande
Sala da Cidade das Artes e testemunhou um show histórico. Com doses altas de
emoção, que elevaram a temperatura do show desde que a artista entrou em cena e
que a levaram inclusive a chorar no palco, Buika deu voz caliente a
canções que revolvem dores de amores. Em essência, os amores desfeitos e os
corações partidos são os temas-motes de repertório que ergue ponte entre o
flamenco e a África, evocando ancestralidade que passa pelo jazz, pelo blues e
pela música cigana. Seu último álbum, La
noche más larga (2013), temperou o flamenco de Buika com toque
farto de latin jazz. No palco do Back2Black, contudo, o
canto profundo de Buika - entranhado em recantos escuros - demoliu rótulos e
fronteiras estéticas, enlevando a plateia pela emoção em estado bruto que saiu
de sua voz desde que ela entrou em cena e cantou Mi ninã lola (Luis Rivas Gómez, Andrés Molina
Moles e José Torres Garzón), música-título de seu segundo álbum solo, o disco
que tornou Buika a sensação do universo pop em 2006. Ao lado direito da cantora,
havia um pianista que eventualmente virou percussionista. Ao esquerdo, um
percussionista propriamente dito. Mas o centro das atenções foi sempre Buika. Na
sequência, Oro santo (Canción isleña)
- música que Buika gravou com o cantor e compositor espanhol Javier Limón no
álbum Mujeres de agua (2010),
de Limón - reiterou a entrega total da artista em cena. A conexão com Limón foi
mantida em Volverás, composição de
autoria deste guitarrista também ligado ao flamenco. Neste número, já menos
emocionada, Buika mostrou em cena o bom humor com que trata as dores de amores
quando não está cantando. A artista ironizou diversas vezes o fato de seu
coração permanecer solitário ao fim do show, quando cessam os adjetivos
superlativos dirigidos a ela pelo público embevecido por seu canto. Na
sequência, a releitura de Siboney -
clássico de 1929 de autoria do compositor cubano Ernesto Lecuona (1895 - 1963) -
aumentou a voltagem rítmica do show sem diluir a teatralidade do canto de Buika.
"Yo solo canto la verdad", sentenciou a
intérprete. Ninguém duvidou disso quando Buika deu voz e alma ao bolero Se me hizo fácil (Agustín Lara). Mais tarde,
um suingue caribenho deu balanço a Mentirosa (Buika) - música do álbum
Ninã de fuego (2008) -
enquanto El último trago (José
Alfredo Jiménez Sandoval) inebriou o público, ávido por outras doses de Buika,
cantora com fogo na voz e na alma que manteve alta a chama no seu primeiro show
no Brasil.
2 comentários:
Atração mais esperada da terceira e última noite da quinta edição do festival Back2Black, a cantora e compositora espanhola Maria Concepción Balboa Buika - conhecida como Concha Buika ou, simplesmente, Buika - estreou em palcos brasileiros de forma arrebatadora, seduzindo com seu canto visceral o público que encheu a Grande Sala da Cidade das Artes e testemunhou um show histórico. Com doses altas de emoção, que elevaram a temperatura do show desde que a artista entrou em cena e que a levaram inclusive a chorar no palco, Buika deu voz caliente a canções que revolvem dores de amores. Em essência, os amores desfeitos e os corações partidos são os temas-motes de repertório que ergue ponte entre o flamenco e a África, evocando ancestralidade que passa pelo jazz, pelo blues e pela música cigana. Seu último álbum, La noche más larga (2013), temperou o flamenco de Buika com toque farto de latin jazz. No palco do Back2Black, contudo, o canto profundo de Buika - entranhado em recantos escuros - demoliu rótulos e fronteiras estéticas, enlevando a plateia pela emoção em estado bruto que saiu de sua voz desde que ela entrou em cena e cantou Mi ninã lola (Luis Rivas Gómez, Andrés Molina Moles e José Torres Garzón), música-título de seu segundo álbum solo, o disco que tornou Buika a sensação do universo pop em 2006. Ao lado direito da cantora, havia um pianista que eventualmente virou percussionista. Ao esquerdo, um percussionista propriamente dito. Mas o centro das atenções foi sempre Buika. Na sequência, Oro santo (Canción isleña) - música que Buika gravou com o cantor e compositor espanhol Javier Limón no álbum Mujeres de agua (2010), de Limón - reiterou a entrega total da artista em cena. A conexão com Limón foi mantida em Volverás, composição de autoria deste guitarrista também ligado ao flamenco. Neste número, já menos emocionada, Buika mostrou em cena o bom humor com que trata as dores de amores quando não está cantando. A artista ironizou diversas vezes o fato de seu coração permanecer solitário ao fim do show, quando cessam os adjetivos superlativos dirigidos a ela pelo público embevecido por seu canto. Na sequência, a releitura de Siboney - clássico de 1929 de autoria do compositor cubano Ernesto Lecuona (1895 - 1963) - aumentou a voltagem rítmica do show sem diluir a teatralidade do canto de Buika. "Yo solo canto la verdad", sentenciou a intérprete. Ninguém duvidou disso quando Buika deu voz e alma ao bolero Se me hizo fácil (Agustín Lara). Mais tarde, um suingue caribenho deu balanço a Mentirosa (Buika) - música do álbum Ninã de fuego (2008) - enquanto El último trago (José Alfredo Jiménez Sandoval) inebriou o público, ávido por outras doses de Buika, cantora com fogo na voz e na alma que manteve alta a chama no seu primeiro show no Brasil.
adoro!! Ela tem tudo que faz uma grande intérprete e muito mais. Ela preserva sua essência enquanto experimenta transmutações. Marca das grandes,como:Shirley Bassey, B. Streisand, Piaf, B. Holiday, S.Vaughn, Ella,(para citar algumas) e aqui Elis, Maria Bethânia, Nana, Elza, Alaíde,Dalva, Milton. Artistas que trazem a vida na voz e é tudo verdade.
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