Mauro Ferreira no G1

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sábado, 30 de novembro de 2013

Importante homem do disco, João Araújo sai de cena aos 78 anos no Rio

Ao ser homenageado na festa dos 40 anos da gravadora Som Livre, em novembro de 2009, o executivo João Araújo (2 de julho 1935 - 30 de novembro 2013) teve reconhecida toda a relevante contribuição que deu não somente para a empresa que viu nascer, em 1969, mas também para toda a indústria brasileira do disco. Sua saída de cena no Rio de Janeiro (RJ) - vítima de parada cardíaca na manhã deste sábado em que seu filho Cazuza (1958 - 1990) vai ressurgir na forma de holograma em espetáculo agendado para a noite de hoje, em São Paulo (SP) - entristece todo o mercado fonográfico nacional. Embora tenha ficado mais conhecido após os anos 80 como o pai de Cazuza, João Araújo foi um dos mais importantes homens da história do disco no Brasil. Sua gestão na diretoria da gravadora Som Livre - ao longo de 38 de seus 78 anos de vida - seria por si só suficiente para colocar o nome de Araújo em lugar nobre nessa história. Só que, antes de entrar na Som Livre em 1969, ano em que foi criada essa gravadora associada às Organizações Globo, Araújo já havia passado por várias companhias fonográficas em carreira iniciada na nacional Copacabana Discos. Numa delas, a Philips, apostou na contratação de Caetano Veloso, Gal Costa e Gilberto Gil pela gravadora na qual os cantores baianos consolidaram suas carreiras. Entusiasta da MPB nascida na era dos festivais em 1965, Araújo ajudou Djavan em seu sofrido início de carreira no Rio de Janeiro (RJ) - criando oportunidade para que o artista alagoano gravasse músicas para trilhas sonoras de novelas da TV Globo e para que fizesse, em 1976, seu primeiro álbum - e contratou artistas como Rita Lee. Foi na Som Livre - gravadora na qual a Ovelha Negra ingressou em 1975 - que Rita viveu sua explosão pop a partir do estouro nacional de Mania de você (Rita Lee e Roberto de Carvalho) em 1979. Na década de 80, Araújo avalizou a contratação da apresentadora de TV Xuxa Meneghel, cujos discos infantis da série Xou da Xuxa logo bateram recordes de vendagem. De início refratário ao som do Barão Vermelho, o grupo que projetou seu filho Cazuza em escala nacional, Araújo acabou sendo convencido a contratar a banda pelo produtor Ezequiel Neves (1935 - 2010), ajudando também a escrever página importante da história do rock brasileiro. Ao ser empossado presidente da Associação Brasileira dos Produtores de Discos (ABPD), em fevereiro de 2005, João Araújo foi reconhecido - mais uma vez - como nome crucial na engrenagem da máquina fonográfica do Brasil. Ele foi mais do que o pai de Cazuza.

Um comentário:

Mauro Ferreira disse...

Ao ser escolhido o grande homenageado da festa dos 40 anos da gravadora Som Livre, em novembro de 2009, o executivo João Araújo (1935 - 2013) teve reconhecida toda a relevante contribuição que deu não somente para a empresa que viu nascer, em 1969, mas também para a indústria brasileira do disco. Sua saída de cena - vítima de parada cardíaca neste sábado, 30 de novembro de 2013, em que seu filho Cazuza (1958 - 1990) ressurge na forma de holograma em espetáculo agendado para a noite de hoje, em São Paulo (SP) - entristece todo o mercado fonográfico nacional. Embora tenha ficado mais conhecido após os anos 80 como o pai de Cazuza, João Araújo foi um dos mais importantes homens da história do disco no Brasil. Sua gestão na diretoria da gravadora Som Livre - ao longo de 38 de seus 77 anos de vida - seria por si só suficiente para colocar o nome de Araújo em lugar nobre nessa história. Só que, antes de entrar na Som Livre em 1969, ano em que foi criada a gravadora associada às Organizações Globo, Araújo já havia passado por várias companhias fonográficas. Numa delas, a Philips, incentivou a contratação de Caetano Veloso e Gal Costa pela gravadora na qual os cantores baianos consolidaram suas carreiras. Entusiasta da MPB nascida na era dos festivais a partir de 1965, Araújo ajudou Djavan em seu sofrido início de carreira no Rio de Janeiro (RJ) - tendo criado oportunidade para que o artista alagoano gravasse músicas para trilhas sonoras de novelas da TV Globo e para que fizesse, em 1976, seu primeiro álbum - e contratou artistas como Rita Lee. Foi na Som Livre - gravadora na qual a Ovelha Negra ingressou em 1975 - que Rita viveu sua explosão pop a partir do estouro nacional de Mania de você (Rita Lee e Roberto de Carvalho) em 1979. Na década de 80, Araújo avalizou a contratação da apresentadora de TV Xuxa Meneghel, cujos discos infantil da série Xou da Xuxa bateram recordes de vendagem. De início refratário ao som do Barão Vermelho, o grupo que projetou seu filho Cazuza em escala nacional, Araújo acabou sendo convencido a contratar a banda pelo produtor Ezequiel Neves (1935 - 2010), ajudando também a escrever página importante da história do rock brasileiro. Ao ser empossado presidente da Associação Brasileira dos Produtores de Discos (ABPD), em fevereiro de 2005, João Araújo foi reconhecido - mais uma vez - como nome crucial na engrenagem da máquina fonográfica do Brasil. Ele foi mais do que o pai de Cazuza.