Mauro Ferreira no G1

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domingo, 3 de novembro de 2013

M.I.A. recupera foco e energia em 'Matangi' com rap 'made in' Bollywood

Resenha de CD
Título: Matangi
Artista: M.I.A.
Gravadora: N.E.E.T. Recordings / Interscope Records
Cotação: * * * *

Foi longa a batalha travada por Maya Arulpragasam, a M.I.A., contra a Interscope Records - com direito a alfinetadas públicas na gravadora norte-americana via Twitter - mas, enfim, o quarto álbum da rapper inglesa, Matangi, está na rede (disponibilizado para audição no Vevo pela própria artista) e nas lojas físicas e virtuais (a partir de segunda-feira, 4 de novembro de 2013). Embora pautado por certa diversidade rítmica com mistura que vai da batida agressiva do politizado rap Bring the noize (Maya Arulpragasam, Benoit Heitz, Dave Taylor, Jean-Baptiste de Laubier e Hugues Rey) à levada de dancehall que conduz Double bubble trouble (Maya Arulpragasam e Martin McKinney), faixa que cai no samba (estilizado), Matangi acerta o foco de M.I.A., disperso no anterior Maya (2010). Vibrante, cheio de energia, o álbum se alinha com os dois primeiros álbuns da artista, Arular (2005) e Kala (2007), como já sinalizaram singles como Bad girls (Maya Arulpragasam. Nate Hills e Marcela Araica), música, aliás, lançada originalmente (em outro registro) na mixtape Vicki Leekx, lançada por M.I.A. ao apagar das luzes de 2010. Em essência, o que se ouve em faixas como a música-título Matangi (Maya Arulpragasam e Dave Taylor), Only 1 U (Maya Arulpragasam e Dave Taylor e Kyle Edwards) e a tribal Warriors (Maya Arulpragasam e Chauncey Hollis) é um rap mixado com sons e ruídos de Bollywood. As referências indianas estão espalhadas por todo o disco, assim como a  influência do jungle. Descendente de refugiados do Sri Lanka, M.I.A.dispara sua artilharia habitualmente pesada sobre a selva das cidades. Mas há também espaço para o respiro mais pop de Exodus (Maya Arulpragasam, Abel Tesfaye, Carlo Montagnese e Martin McKinney), faixa na qual figura o cantor e produtor canadense The Weekend. Com produção capitaneada pela própria M.I.A., Matangi foi formatado com adesões do fiel escudeiro Switch, incluindo no time de colaboradores o hypado norte-americano Hit-Boy, piloto de Boom (Skit) (Maya Arulpragasam e Chauncey Hollis), rap em que M.I.A. tira sarro da polêmica de sua apresentação no Super Bowl em fevereiro de 2012, quando um gesto obsceno feito por ela no número de Madonna tirou do sério a hipócrita sociedade dos EUA. No todo, as batidas são mais poderosas do que as letras, nem sempre à altura das músicas. Mesmo assim, Matangi repõe M.I.A. nos trilhos, seguindo a linha EUA-Inglaterra-Índia em ponto de fervura. Valeu a espera!!

2 comentários:

Mauro Ferreira disse...

Foi longa a batalha travada por Maya Arulpragasam, a M.I.A., contra a Interscope Records - com direito a alfinetadas públicas na gravadora norte-americana via Twitter - mas, enfim, o quarto álbum da rapper inglesa, Matangi, está na rede (disponibilizado para audição no Vevo pela própria artista) e nas lojas físicas e virtuais (a partir de terça-feira, 5 de novembro de 2013). Embora pautado por certa diversidade rítmica com mistura que vai da batida agressiva do politizado rap Bring the noize (Maya Arulpragasam, Benoit Heitz, Dave Taylor, Jean-Baptiste de Laubier e Hugues Rey) à levada de dancehall que conduz Double bubble trouble (Maya Arulpragasam e Martin McKinney), faixa que cai no samba (estilizado), Matangi acerta o foco de M.I.A., disperso no anterior Maya (2010). Vibrante, cheio de energia, o álbum se alinha com os dois primeiros álbuns da artista, Arular (2005) e Kala (2007), como já sinalizaram singles como Bad girls (Maya Arulpragasam. Nate Hills e Marcela Araica), música, aliás, lançada originalmente (em outro registro) na mixtape Vicki Leekx, lançada por M.I.A. ao apagar das luzes de 2010. Em essência, o que se ouve em faixas como a música-título Matangi (Maya Arulpragasam e Dave Taylor), Only 1 U (Maya Arulpragasam e Dave Taylor e Kyle Edwards) e a tribal Warriors (Maya Arulpragasam e Chauncey Hollis) é um rap mixado com sons e ruídos de Bollywood. As referências indianas estão espalhadas por todo o disco, assim como a influência do jungle. Descendente de refugiados do Sri Lanka, M.I.A.dispara sua artilharia habitualmente pesada sobre a selva das cidades. Mas há também espaço para o respiro mais pop de Exodus (Maya Arulpragasam, Abel Tesfaye, Carlo Montagnese e Martin McKinney), faixa na qual figura o cantor e produtor canadense The Weekend. Com produção capitaneada pela própria M.I.A., Matangi foi formatado com adesões do fiel escudeiro Switch, incluindo no time de colaboradores o hypado norte-americano Hit-Boy, piloto de Boom (Skit) (Maya Arulpragasam e Chauncey Hollis), rap em que M.I.A. tira sarro da polêmica de sua apresentação no Super Bowl em fevereiro de 2012, quando um gesto obsceno feito por ela no número de Madonna tirou do sério a hipócrita sociedade dos EUA. No todo, as batidas são mais poderosas do que as letras, nem sempre à altura das músicas. Mesmo assim, Matangi repõe M.I.A. nos trilhos, seguindo a linha EUA-Inglaterra-Índia em ponto de fervura. Valeu a espera!!

Diley Rodrigues disse...

Gosto muito do trabalho da M.I.A., sempre tenho a impressão de que ela anuncia alguma espécie de armagedon em suas músicas. Esse CD, sem sombra de dúvidas, supera e muito o "desastre" do anterior e se equivale aos antecessores!