Resenha de show
Evento: Banco do Brasil covers
Título: Dado Villa-Lobos, João Barone, Leoni e Toni Platão interpretam Beatles
Artistas: Dado Villa-Lobos, João Barone, Leoni e Toni Platão
Convidados: André Frateschi, Marjorie Estiano, Paulo Miklos e Sandra de Sá
Local: Vivo Rio (Rio de Janeiro, RJ)
Data: 29 de novembro de 2013
Foto: Rodrigo Amaral
Cotação: * * * 1/2
Como todos os garotos nascidos na primeira metade dos anos 60, o belga Dado Villa-Lobos, o brasiliense Dado Villa-Lobos e os cariocas Leoni e Toni Platão amaram os grupos britânicos The Beatles e Rolling Stones - pedras fundamentais na construção de um universo pop em que o rock passou a ditar as cartas e os costumes - sem imaginar que, em um dia qualquer dos anos 80, eles mesmos se transformariam em nomes importantes na sedimentação da geração 80 do rock brasileiro. Primeiro show do projeto Banco do Brasil covers a passar pelo Rio de Janeiro (RJ), no fim da turnê nacional iniciada por Natal (RN) em setembro de 2013, Dado Villa-Lobos, João Barone, Leoni e Toni
Platão interpretam The Beatles corria sério risco de virar um karaokê porque todas as músicas dos Beatles já ganharam registros definitivos feitos pelos próprios Fab Four ao longo da década de 60. Só que a diretora Monique Gardenberg acertou ao entregar a direção musical do show ao produtor Liminha, pedra fundamental na construção do sucesso do pop brasileiro dos anos 80. A pegada firme de Liminha - perceptível desde Get back (John Lennon e Paul McCartney, 1969), o primeiro dos 26 números do roteiro que embaralha músicas de todas as fases do quarteto - valoriza o show. Até porque, dos três cantores (Dado Villa-Lobos, Leoni e Toni Platão) que se revezam na interpretação dessas músicas, somente o terceiro tem voz imponente como intérprete. Talento que Platão reiterou ao solar músicas como All my loving (John Lennon e Paul McCartney, 1963) e Eight days a week (John Lennon e Paul McCartney, 1964). Leoni domina bem o idioma pop, mas não brilha no show na medida de seu talento. Já Dado soa mais desenvolto no toque de sua guitarra. Em tese um dos quatro protagonistas do show, João Barone teria ficado somente atrás de sua (extraordinária) bateria se o roteiro não previsse que o músico soltasse sua voz em Octopus garden (Ringo Starr, 1969) em homenagem ao "Beatle mais importante", como Barone se referiu com humor irônico ao baterista Ringo Starr, autor da música gravada pelo fantástico quarteto no álbum Abbey road (1969). Liminha foi sábio ao convocar dois músicos especialistas em Beatles - Emerson Ribeiro (no violão e nos vocais) e Gustavo Camardella (na guitarra e nos vocais) - para sustentar a aventura da turma pelo cancioneiro. À banda, também se juntou a tecladista Cris Caffarelli, responsável pelos samples, pianos e orquestrações. Com esse afiado trio de apoio, os roqueiros brasileiros fizeram show enérgico, caloroso, valorizado pelo roteiro - que tributou o guitarrista George Harrison (1943 - 2001) no medley que agregou I need you (George Harrison, 1965) e Taxman (George Harrison, 1966) com citação de riff de Here comes the sun (George Harrison, 1969) - e pela presença de convidados muito bem escolhidos pela diretora Monique Gardenberg. Embora seja mais conhecida como atriz de novelas da TV Globo, a paranaense Marjorie Estiano é cantora segura que deu injeção de energia no show assim que entrou em cena para cantar Come together (John Lennon e Paul McCartney, 1969). Também ator e cantor, o paulista André Frateschi também segurou a atenção do público em seu set com carismática abordagem de Oh! darling (John Lennon e Paul McCartney, 1969), usando seu talento dramático para teatralizar, em tom visceral, I am the walrus (John Lennon e Paul McCartney, 1967). Por vezes incrementada com uso de vídeos projetados em tela alocada ao fundo do palco, a cena ganhou tonalidades psicodélicas - com direito a projeções do gênero no telão que desceu e encobriu o palco - no medley que uniu Sgt. Pepper's lonely hearts club band (John Lennon e Paul McCartney, 1967), With a little help of my friends (John Lennon e Paul McCartney, 1967), Lucy in the sky with diamonds (John Lennon e Paul McCartney, 1967) e Strawberry fields forever (John Lennon e Paul McCartney, 1967). Já o titã Paulo Miklos deu colorido punk e peso aos rocks I'm down (John Lennon e Paul McCartney, 1965) e Helter skelter (John Lennon e Paul McCartney, 1968). Endiabrado, Miklos cantou, pulou e deitou no palco, em sintonia com o espírito indomado do rock. Por fim, Sandra de Sá reiterou o calor de sua voz quando entrou em cena para entoar a canção-chiclete Hey Jude (John Lennon e Paul McCartney, 1968) em abordagem vibrante à qual se seguiram quatro números coletivos que expuseram a alegria de anfitriões e convidados na imersão em um cancioneiro emblemático e atemporal do qual todos deixaram a impressão no bom show de serem fervorosos admiradores.
Como todos os garotos nascidos na primeira metade dos anos 60, o belga Dado Villa-Lobos, o brasiliense Dado Villa-Lobos e os cariocas Leoni e Toni Platão amaram os grupos britânicos The Beatles e Rolling Stones - pedras fundamentais na construção de um universo pop em que o rock passou a ditar as cartas e os costumes - sem imaginar que, em um dia qualquer dos anos 80, eles mesmos se transformariam em nomes importantes na sedimentação da geração 80 do rock brasileiro. Primeiro show do projeto Banco do Brasil Covers a passar pelo Rio de Janeiro (RJ), no fim da turnê nacional iniciada por Natal (RN) em setembro de 2013, Dado Villa-Lobos, João Barone, Leoni e Toni Platão interpretam The Beatles corria sério risco de virar um karaokê porque todas as músicas dos Beatles já ganharam registros definitivos feitos pelos próprios Fab Four ao longo da década de 60. Só que a diretora Monique Gardenberg acertou ao entregar a direção musical do show ao produtor Liminha, pedra fundamental na construção do sucesso do pop brasileiro dos anos 80. A pegada firme de Liminha - perceptível desde Get back (John Lennon e Paul McCartney, 1969), o primeiro dos 26 números do roteiro que embaralha músicas de todas as fases do quarteto - valoriza o show. Até porque, dos três cantores (Dado Villa-Lobos, Leoni e Toni Platão) que se revezam na interpretação dessas músicas, somente o terceiro tem voz imponente como intérprete. Talento que Platão reiterou ao solar músicas como All my loving (John Lennon e Paul McCartney, 1963) e Eight days a week (John Lennon e Paul McCartney, 1964). Leoni domina bem o idioma pop, mas não brilha no show na medida de seu talento. Já Dado soa mais desenvolto no toque de sua guitarra. Em tese um dos quatro protagonistas do show, João Barone teria ficado somente atrás de sua (extraordinária) bateria se o roteiro não previsse que o músico soltasse sua voz em Octopus garden (Ringo Starr, 1969) em homenagem ao "Beatle mais importante", como Barone se referiu com humor irônico ao baterista Ringo Starr, autor da música gravada pelo fantástico quarteto no álbum Abbey road (1969). Liminha foi sábio ao convocar dois músicos especialistas em Beatles - Emerson Ribeiro (no violão e nos vocais) e Gustavo Camardella (na guitarra e nos vocais) - para sustentar a aventura da turma pelo cancioneiro. À banda, também se juntou a tecladista Cris Caffarelli, responsável pelos samples, pianos e orquestrações. Com esse afiado trio de apoio, os roqueiros brasileiros fizeram show enérgico, caloroso, valorizado pelo roteiro - que tributou o guitarrista George Harrison (1943 - 2001) no medley que agregou I need you (George Harrison, 1965) e Taxman (George Harrison, 1966) com citação de riff de Here comes the sun (George Harrison, 1969) - e pela presença de convidados muito bem escolhidos pela diretora Monique Gardenberg. Embora seja mais conhecida como atriz de novelas da TV Globo, a paranaense Marjorie Estiano é cantora segura que deu injeção de energia no show assim que entrou em cena para cantar Come together (John Lennon e Paul McCartney, 1969). Também ator e cantor, o paulista André Frateschi também segurou a atenção do público em seu set com carismática abordagem de Oh! darling (John Lennon e Paul McCartney, 1969), usando seu talento dramático para teatralizar, em tom visceral, I am the walrus (John Lennon e Paul McCartney, 1967).
ResponderExcluirPor vezes incrementada com uso de vídeos projetados em tela alocada ao fundo do palco, a cena ganhou tonalidades psicodélicas - com direito a projeções do gênero no telão que desceu e encobriu o palco - no medley que uniu Sgt. Pepper's lonely hearts club band (John Lennon e Paul McCartney, 1967), With a little help of my friends (John Lennon e Paul McCartney, 1967), Lucy in the sky with diamonds (John Lennon e Paul McCartney, 1967) e Strawberry fields forever (John Lennon e Paul McCartney, 1967). Já o titã Paulo Miklos deu colorido punk e peso aos rocks I'm down (John Lennon e Paul McCartney, 1965) e Helter skelter (John Lennon e Paul McCartney, 1968). Endiabrado, Miklos cantou, pulou e deitou no palco, em sintonia com o espírito indomado do rock. Por fim, Sandra de Sá reiterou o calor de sua voz quando entrou em cena para entoar a canção-chiclete Hey Jude (John Lennon e Paul McCartney, 1968) em abordagem vibrante à qual se seguiram quatro números coletivos que expuseram a alegria de anfitriões e convidados na imersão em um cancioneiro emblemático e atemporal do qual todos deixaram a impressão no bom show de serem fervorosos admiradores.
ResponderExcluirMarjorie Estiano é uma grande cantora e foi o melhor da noite!
ResponderExcluirsem tirar o devido valor dos artistas que fizeram o show, eu me pergunto: por que será que não chamaram uma banda especializada em beatles, tipo o terra molhada (31 anos em cartaz)?
ResponderExcluirricardo lemos
sem desmerecer os - ótimos - artistas que fizeram este show, eu pergunto: por que não fazê-lo com uma banda que está há mais de 30 anos em cartaz, o terra molhada?
ResponderExcluirricardo l. m.