sábado, 9 de novembro de 2013

'The last ship' conduz Sting com brilho para porto inseguro do folk inglês

Resenha de CD
Título: The last ship
Artista: Sting
Gravadora: Cherrytree / A & M Records / Universal Music
Cotação: * * * *

Com inspiração, o duplo The last ship conduz Sting a um porto inseguro para o cantor e compositor britânico, já distante do universo pop. Primeiro álbum de inéditas do artista em dez anos, o sucessor de Sacred love (2003) apresenta a trilha sonora de musical - que tem estreia programada para 2014 na Broadway (EUA) - sobre o declínio da indústria naval de Newcastle (zona portuária do Reino Unido) ao longo dos anos 80. Calcada na música folk do Norte da Inglaterra e nas memórias afetivas de Sting, menino crescido perto do porto, a trilha sonora resiste bem fora de cena pela perfeita sintonia entre músicas e letras. Destaques da safra, Augusts winds, Ballad of the Great Eastern, I love her but she loves someone else e Practial arrangement ratificam de imediato o talento de Sting para construir melodias interessantes. Já as letras versam sobre perdas e crises existenciais a partir dos desajustes de família (pai, mãe e filho) residente às margens do porto. A música-título The last ship é especialmente fundamental na trilha por conceituar o ciclo incessante da vida e do trabalho - e, por isso mesmo, faz todo sentido que ela abra o disco e também o feche (em registro mais orquestral). Entre uma e outra versão de sua faixa-título, The last ship navega pelas águas da música folclórica da Irlanda, em What have we got? (música na qual figura o ator, cantor e compositor inglês Jimmy Nail), e até se aproxima (mas não a ponto de atracar...) do porto pop em And yet. No disco 2, de tom mais folclórico, a grande surpresa é a entrada em cena de Brian Johnson, vocalista do grupo australiano de heavy metal AC/DC. Sem o peso do rock de sua banda, Johnson aparece (bem) em Shipyard e em Sky hooks and tartan paint, fazendo companhia a Sting na travessia desse mar desconhecido para quem esperava do artista britânico um disco pop ou um álbum que evocasse os áureos tempos do grupo inglês The Police. Sting brilha em The last ship justamente pela coragem de ter atracado em um porto inseguro.

Um comentário:

  1. Com inspiração, o duplo The last ship conduz Sting a um porto inseguro para o cantor e compositor britânico, já distante do universo pop. Primeiro álbum de inéditas do artista em dez anos, o sucessor de Sacred love (2003) apresenta a trilha sonora de musical - que tem estreia programada para 2014 na Broadway (EUA) - sobre o declínio da indústria naval de Newcastle (zona portuária do Reino Unido) ao longo dos anos 80. Calcada na música folk do Norte da Inglaterra e nas memórias afetivas de Sting, menino crescido perto do porto, a trilha sonora resiste bem fora de cena pela perfeita sintonia entre músicas e letras. Destaques da safra, Augusts winds, Ballad of the Great Eastern, I love her but she loves someone else e Practial arrangement ratificam de imediato o talento de Sting para construir melodias interessantes. Já as letras versam sobre perdas e crises existenciais a partir dos desajustes de família (pai, mãe e filho) residente às margens do porto. A música-título The last ship é especialmente fundamental na trilha por conceituar o ciclo incessante da vida e do trabalho - e, por isso mesmo, faz todo sentido que ela abra o disco e também o feche (em registro mais orquestral). Entre uma e outra versão de sua faixa-título, The last ship navega pelas águas da música folclórica da Irlanda, em What have we got? (música na qual figura o ator, cantor e compositor inglês Jimmy Nail), e até se aproxima (mas não a ponto de atracar...) do porto pop em And yet. No disco 2, de tom mais folclórico, a grande surpresa é a entrada em cena de Brian Johnson, vocalista do grupo australiano de heavy metal AC/DC. Sem o peso do rock de sua banda, Johnson aparece (bem) em Shipyard e em Sky hooks and tartan paint, fazendo companhia a Sting na travessia desse mar desconhecido para quem esperava do artista britânico um disco pop ou um álbum que evocasse os áureos tempos do grupo inglês The Police. Sting brilha em The last ship justamente pela coragem de ter atracado em um porto inseguro.

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