Mauro Ferreira no G1

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terça-feira, 17 de dezembro de 2013

Earth, Wind & Fire preserva som e dignidade no CD 'Now, then & forever'

Resenha de CD
Título: Now, then & forever
Artista:  Earth, Wind & Fire
Gravadora: Sony Music
Cotação: * * *

O título Now, then & forever faz supor erroneamente que se trata de coletânea de sucessos do Earth, Wind & Fire. Não é. Now, then & forever é o 20º álbum de estúdio e de inéditas do grupo norte-americano de funk e r & b - o primeiro desde Illumination (2005). A essa altura de sua existência, o grupo – surgido em 1969 – já corre o risco de soar como clone de si mesmo. Até porque seu mentor Maurice White – fundador, arranjador, principal compositor e segundo vocalista da banda – já se retirou de cena nos anos 90, por conta de problemas de saúde, atuando (cada vez menos) nos bastidores. Contudo, Now, then & forever preserva a dignidade e o som típico do Earth, Wind & Fire – grupo atualmente reduzido a um trio formado por Philip Bailey (voz), Verdine White (baixo) e Ralph Johnson (percussão). Há dois funkaços, Sign on (Darrin Simpson, Austin Jacobs, Sharlotte Gibson, Philip Bailey, Daniel McClain e Neal Pogue) e My promise (Darrin Simpson, Austin Jacobs e Siedah Garrett), que já valem o disco. Veículo para a exposição para os (já menos viçosos) dotes vocais de Philp Bailey, o r & b Guilding lights (Darrin Simpson, Austin Jacobs, Philip Bailey e Daniel McClain) também traz o som que identifica o Earth, Wind & Fire no universo pop. Assim como o soul The rush (Philip Bailey, Larry Dunn e Allee Willis). Só que o grupo não se limita a emular sons do seu passado. Dance floor (Philip Bailey, Justin Panariello e Sondria Bailey) tenta inserir o suingue negro do Earth, Wind & Fire na cena eletrônica contemporânea. Já Belo Horizonte (Ralph Johson, Morris O’ Connor, Frederick Johnson e Raymond Crossley) é tema instrumental gravado com inusitada levada brasileira de aura bossa-novista que distancia o que se ouve dos sons cotidianos da capital de Minas Gerais. E por falar na bossa nacional, ecos da música de Antonio Carlos Jobim (1927 -1994) em sua fase ecológica também são perceptíveis na jazzística Splashes (Philip Bailey, Justin Panariello), tema sem letra, levado por Bailey somente nos vocalises. Enfim, Now, then & forever – álbum cuja edição brasileira traz de bônus uma segunda gravação do funk My promise, feita com a adesão do grupo mineiro Jota Quest na parte em português intitulada Incondicional - livra o Earth, Wind & Fire da pecha de grupo decadente. Não é pouco, sobretudo para uma banda que já caminha para os 45 anos de vida...

Um comentário:

Mauro Ferreira disse...

O título Now, then & forever faz supor erroneamente que se trata de coletânea de sucessos do Earth, Wind & Fire. Não é. Now, then & forever é o 20º álbum de estúdio e de inéditas do grupo norte-americano de funk e r & b - o primeiro desde Illumination (2005). A essa altura de sua existência, o grupo – surgido em 1969 – já corre o risco de soar como clone de si mesmo. Até porque seu mentor Maurice White – fundador, arranjador, principal compositor e segundo vocalista da banda – já se retirou de cena nos anos 90, por conta de problemas de saúde, atuando (cada vez menos) nos bastidores. Contudo, Now, then & forever preserva a dignidade e o som típico do Earth, Wind & Fire – grupo atualmente reduzido a um trio formado por Philip Bailey (voz), Verdine White (baixo) e Ralph Johnson (percussão). Há dois funkaços, Sign on (Darrin Simpson, Austin Jacobs, Sharlotte Gibson, Philip Bailey, Daniel McClain e Neal Pogue) e My promise (Darrin Simpson, Austin Jacobs e Siedah Garrett), que já valem o disco. Veículo para a exposição para os (já menos viçosos) dotes vocais de Philp Bailey, o r & b Guilding lights (Darrin Simpson, Austin Jacobs, Philip Bailey e Daniel McClain) também traz o som que identifica o Earth, Wind & Fire no universo pop. Assim como o soul The rush (Philip Bailey, Larry Dunn e Allee Willis). Só que o grupo não se limita a emular sons do seu passado. Dance floor (Philip Bailey, Justin Panariello e Sondria Bailey) tenta inserir o suingue negro do Earth, Wind & Fire na cena eletrônica contemporânea. Já Belo Horizonte (Ralph Johson, Morris O’ Connor, Frederick Johnson, e Raymond Crossley) é tema instrumental gravado com inusitada levada brasileira de aura bossa-novista que distancia o que se ouve dos sons cotidianos da capital de Minas Gerais. E por falar na bossa nacional, ecos da música de Antonio Carlos Jobim (1927 -1994) em sua fase ecológica também são perceptíveis na jazzística Splashes (Philip Bailey, Justin Panariello), tema sem letra, levado por Bailey somente nos vocalises. Enfim, Now, then & forever – álbum cuja edição brasileira traz de bônus uma segunda gravação do funk My promise, feita com a adesão do grupo mineiro Jota Quest na parte em português intitulada Incondicional - livra o Earth, Wind & Fire da pecha de grupo decadente. Não é pouco, sobretudo para uma banda que já caminha para os 45 anos de vida...