Mauro Ferreira no G1

Aviso aos navegantes: desde 6 de julho de 2016, o jornalista Mauro Ferreira atualiza diariamente uma coluna sobre o mercado fonográfico brasileiro no portal G1. Clique aqui para acessar a coluna. O endereço é http://g1.globo.com/musica/blog/mauro-ferreira/


segunda-feira, 27 de janeiro de 2014

56º Grammy faz justiça ao consagrar o duo Daft Punk com cinco prêmios

Além de previsível, a consagradora vitória do Daft Punk no 56º Grammy Awards foi justa. Afinal, o duo francês de música eletrônica - formado pelo luso-francês Guy-Manuel de Homem-Christo com o francês Thomas Bangalter - fez o universo pop se render ao seu quarto álbum, Random access memories (2013), o melhor disco internacional do ano passado. Como os eleitores do 56º Grammy souberam reconhecer, Random access memories foi mesmo o Álbum do ano. A supremacia dos homens-robôs - vistos em foto de Kevork Djansezian / Getty Images - na cerimônia realizada em Los Angeles (EUA) na noite de ontem, 26 de janeiro de 2013, fez justiça a um grande disco impulsionado por uma grande música, Get lucky, faixa que rendeu à dupla o Grammy de Gravação do ano e o de Melhor Performance pop em duo ou grupo. Cabe ressaltar que a Gravação do ano foi feita pelo Daft Punk com os auxílios luxuosíssimos do rapper Pharrell Williams e do toque chic da guitarra de Nile Rodgers. Mesmo sendo (em tese...) um disco de música eletrônica, Random access memories soou orgânico, deliciosamente pop, o que facilitou sua absorção pelo grande público e abriu caminho para a consagração oficial no 56º Grammy Awards. Em latitude oposta, a neozelandesa Lorde levou para a casa o cobiçado prêmio de Canção do ano pela autoral Royals (Joel Little e Ella Yelich O'Connor), composição que mostra que nem tudo é artificial na indústria da música (Royals também rendeu a Lorde o Grammy de Melhor performance pop solo). Nesse sentido, a premiação de Bruno Mars - agraciado com o Grammy de Melhor álbum pop com vocal por conta de Unorthodox jukebox (2012) - também foi sintomática por mostrar que a habilidade na arte da composição ainda conta pontos no Grammy. Assim como foi sintomática a vitória de Celebration day (2012), álbum ao vivo do grupo Led Zeppelin, na categoria Melhor álbum de rock. Se não há nada de novo no front roqueiro, premia-se o bom e velho Led. E, por mais que tenha feito algum barulho ao longo de 2013, Katy Perry saiu de mãos vazias. Já Rihanna ficou com o Grammy de Melhor álbum urbano contemporâneo por conta de Unapologetic (2012). Eleito o artista revelação, o duo Macklemore & Ryan Lewis foi o grande vencedor das categorias dedicadas ao rap, faturando inclusive o prêmio de Melhor álbum de rap por The Heist (2012). Vitórias individuais à parte (e os cinco troféus do Daft Punk foram merecidos), o 56º Grammy Awards refletiu a apatia que caracterizou a maior parte da produção do universo pop em 2013. Tanto que os números musicais - de Beyoncé com Jay-Z, de Lorde, do Daft Punk, de Madonna (momento político em defesa do casamento gay) e de Paul McCartney com Ringo Starr, entre outros - obtiveram mais relevância na cerimônia do que a premiação em si.

2 comentários:

Mauro Ferreira disse...

Além de previsível, a consagradora vitória do Daft Punk no 56º Grammy Awards foi justa. Afinal, o duo francês de música eletrônica - formado pelo luso-francês Guy-Manuel de Homem-Christo com o francês Thomas Bangalter - fez o universo pop se render ao seu quarto álbum, Random access memories (2013), o melhor disco internacional do ano passado. Como os eleitores do 56º Grammy souberam reconhecer, Random access memories foi mesmo o Álbum do ano. A supremacia dos homens-robôs - vistos em foto de Kevork Djansezian / Getty Images - na cerimônia realizada em Los Angeles (EUA) na noite de ontem, 26 de janeiro de 2013, fez justiça a um grande disco impulsionado por uma grande música, Get lucky, faixa que rendeu à dupla o Grammy de Gravação do ano e o de Melhor Performance pop em duo ou grupo. Cabe ressaltar que a Gravação do ano foi feita pelo Daft Punk com os auxílios luxuosíssimos do rapper Pharrell Williams e do toque chic da guitarra de Nile Rodgers. Mesmo sendo em tese um disco de música eletrônica, Random access memories soou orgânico, deliciosamente pop, o que facilitou sua absorção pelo grande público e abriu caminho para a consagração oficial no 56º Grammy Awards. Em latitude oposta, a neozelandesa Lorde levou para a casa o prêmio de Canção do ano pela autoral Royals (Joel Little e Ella Yelich O'Connor), composição que mostra que nem tudo é artificial na indústria da música (Royals também rendeu a Lorde o Grammy de Melhor performance pop solo). Nesse sentido, a premiação de Bruno Mars - agraciado com o Grammy de Melhor álbum pop com vocal por conta de Unorthodox jukebox (2012) - também foi sintomática por mostrar que a habilidade na arte da composição ainda conta pontos no Grammy. Assim como foi sintomática a vitória de Celebration day (2012), álbum ao vivo do grupo Led Zeppelin, na categoria Melhor álbum de rock. Se não há nada de novo no front roqueiro, premia-se o bom e velho Led. E, por mais que tenha feito algum barulho ao longo de 2013, Katy Perry saiu de mãos vazias. Já Rihanna ficou com o Grammy de Melhor álbum urbano contemporâneo por conta de Unapologetic (2012). Eleito o artista revelação, o duo Macklemore & Ryan Lewis foi o grande vencedor das categorias dedicadas ao rap, faturando inclusive o prêmio de Melhor álbum de rap por The Heist (2012). Vitórias individuais à parte (e os cinco troféus do Daft Punk foram merecidos), o 56º Grammy Awards refletiu a apatia que caracterizou a maior parte da produção do universo pop em 2013. Tanto que os números musicais - de Beyoncé com Jay-Z, de Lorde, do Daft Punk, de Madonna (momento político em defesa do casamento gay) e de Paul McCartney com Ringo Starr, entre outros - obtiveram mais relevância na cerimônia do que a premiação em si.

André Luís disse...

Merecidíssimo! "Random Access Memories" é um álbum estupendo, e os "robôs" do Daft Punk são excelentes, criativos e originais.